Warhammer 40.000: Uma pequena introdução
FOR THE EMPEROR!!
Uma das mais antigas formas de nerdisse clássica são os jogos de miniaturas. Todos conhecem a historia de como dois jogadores de miniaturas criaram o Dungeon & Dragons. E entre esses jogos, uma das mais antigas franquias e uma sobrevivente desta época é Warhammer.
Popular principalmente na Europa, é um jogo de temática medieval e é jogado em enormes cenários, com inúmeras peças e regras complexas. Mas dane-se Warhammer. O importante mesmo é o seu filhote, Warhammer 40.000.
Situado no futuro distante, 40 mil anos aparentemente, mostra a humanidade, se espalhando pelas estrelas, em um imenso império galáctico. Mas a realidade é menos Star Trek/Wars e mais, Enigma do Horizonte/Aliens/shit happens.
A coisa é tão ruim que o estilo é chamado de “grimdark”, ou seja tenebroso e sombrio. Vou tentar resumir.
A população humana é de centenas de trilhões, espalhada em milhões do mundos. O Imperium of Man é unido na figura do Imperador, um ser de poder praticamente divino e idolatrado com fanatismo. Um dos problemas é que ele está morto. Mais ou menos, há uns dez mil anos. Enquanto seu corpo é mantido, meio apodrecido, num gigantesco sistema de suporte de vida chamado Trono Dourado. Ali ele consome as energias psíquicas (e as vidas) de 10 mil pessoas, trazidas de toda parte da galáxia. Todo dia.
O Imperium não pode se dar ao luxo de perder o Imperador, não só pela figura politico e religiosa, mas é porque é a poderosa mente dele que permite a viagem. Cada viagem necessita do poder psíquico de alguns tripulantes. O processo é geralmente fatal para vários deles, e normalmente para outros membros, que não suportam a tensão física da viagem. E leva a nave para uma dimensão paralela à nossa, chamada Warp.
O Warp não está vazio porém. É habitado por uma infinitude de seres, adequadamente chamados de demônios. Esses seres aproveitam cada oportunidade possível (e surgem muitas) para invadir nosso universo e criar o caos. E falando em Caos, no Warp também habitam os chamados Deuses do Caos, entidades poderosíssimas, que comandam legiões de seguidores e de demônios. Considerando que esse animado grupo inclui Khorne, deus do sangue e da guerra, Nurgle, deus da pestilência e decadência e Slaanesh, deus da devassidão, podemos contar que os planos deles não incluem o bem-estar da humanidade.
Ao mesmo tempo, uma raça selvagem conhecida como Orks e sua bizarra tecnologia (essencialmente, suas máquinas parecem amontoados de metal e funcionam porque os orks acreditam que vão funcionar e como bônus parecem ter saido direto de Mad Max) causam imensa devastação aqui e ali pela galáxia. E é uma baita devastação.
Outros problemas para o Imperio incluem os Eldar e Dark Eldar (respectivamente as versões dos elfos e elfos negros, que por sinal, são uma raça de hedonistas homicidas/genocidas). Eles já governaram a galáxia mas agora vivem isolados e divididos. Há hostilidade contra os Eldar (a proposito, o Imperium é extremamente xenófobo, a politica oficial é quase sempre “ um bom alien é um alien morto”, ou xenos, como eles chamam os alienígenas). Já os Dark Eldars são filhas da puta totais.
O império Tau, uma confederação alienigena que está crescendo rápidamente e sua filosofia “Pelo bem maior” parece justificar todo tipo de agressão expancionista. E sim. O equipamento deles parece vindo de um anime. tem um certo “quê” de Masamune Shirow. E são odiados pelos jogadores mais tradicionais.
Há também as ondas de Tyranids, horríveis seres que viajam em naves vivas, atacam planetas, se reproduzem, matam o que houver para ser morto e literalmente consomem a biomassa planetária, deixando uma casca vazia onde havia um planeta. São como os zerg de Starcraft, mas piores provavelmente.
As forças robóticas dos Necrons, são um antigo império de seres que já foram orgânicos e após terem suas almas literalmente devoradas por imensos deuses solares, se tornaram em máquinas e buscam reconquistar seu império destruído a milhões de anos.
E claro, há as próprias batalhas entre forças dentro do Imperio (como a Inquisição que volta e meia massacra milhões ou mesmo destrói planetas onde houve algum contato com demônios do Warp). Há também o aspecto de que, além de xenofobia extrema, a religião do Imperium mantém o avanço tecnologico na velocidade de “quase parando” para “nenhum avanço” pois há um tipo de culto às máquinas, que vê avanços quase como heresia. Isso levou a uma enorme estagnaçao tecnologica que dura alguns milhares de anos. Ou os problemas causados por imensas forças do Imperio que se voltaram contra ele, se aliando ou sendo corrompidas pelos Deuses do Caos.
Também vale mencionar que, a magia aqui são poderes psiquicos, causados por mutações ou treinamento intenso. É chamada de bruxaria e tratada com hipocrisia. É usada por partes das forças Imperiais, incluindo o fato de ser vital para navegação espacial. Isso porque o poder psiquico deriva do Warp. E por isso mesmo, usar poderes psiquicos pode acabar atraindo a atençao dos simpáticos habitantes do Warp e usado por eles para vir até nossa dimensão dizer olá. Por isso mesmo, usar psiquismo, mesmo inconcientemente, pode te garantir uma pecha de heretico e uma bala na testa.
Não é um lugar muito bom pra viver, mas é excelente para lutar. E para essa luta o Imperium pode dispor de imensas forças de combate. E entre essas forças, se destacam os soldados supremos, a espada e o escudo do Imperador, os Space Marines.
Praticamente toda imagem de fuzileiros espaciais que temos hoje é derivada dos Adeptus Astartes (outra coisa, Warhammer 40k tem obsessão com Roma e a língua latim), desde Starcraft (bastante óbvio no visual) passando por Halo e um monte de outros lugares. Sei que a primeira menção à “fuzileiros espaciais” é do livro Starship Troopers, bem antigo, mas são os space marines de Warhammer 40k que as pessoas lembram, saibam da onde eles vem ou não.
E é o cenário, a história, que me atraiu em primeiro lugar. É incrivelmente rico, com muitos livros, materiais, manuais das facções onde a historia é expandida, quadrinhos, games e até um filme. Tem sido uma obcessão leve desde que vi os detalhes do ambiente. O armamento exageradíssimo, capazes de destruir planetas com facilidade, batalhas onde a perda de milhões de soldados ainda é uma vitória, as coisas sempre mudando para pior, numa mistura de azar e más intenções. Se pareceu o cenário pareceu muito com Warcraft ou principalmente Starcraft, é por que é cópia mesmo. A Blizzard estava tentando obter a licença para um jogo de Warhammer e não conseguiu. Como já tinha muita coisa pronta, fez uma maquiagem e ganhou milhões de dólares.
A arte oficial ficou extremamente boa (por isso as imagens enormes no post) e facilmente reconhecível com o passar do tempo, de forma que não é incomum topar com algum material ou principalmente alguns memes, em particular esse:
Aqui no Brasil só é possível obter, fora os games, material importado, seja qual for. A página da wikia de Warhammer é uma excelente forma de conhecer o lore e ver como esse mundo pode estar tão fodido.
Essa foi só uma introdução da pontinha, basicamente pra dar um background para o próximo post. E segue o trailer do jogo Dawn of War 2, com os Blood Angels enfrentando os Eldar e os Tyranids.