Uzumaki
Junji Ito é um doente.
Kirie Goshima vive em uma pequena cidade costeira chamada Kurôzu, que significa redemoinho preto em japonês. Apenas uma colegial comum, que namora um garoto mais velho chamado Suichi Saito, que por sua vez passa boa parte da semana fora de Kurôzu por estudar em outra cidade. E justamente esse período fora que deixa Suichi sensível a algo que ninguém percebe: uma aura de malignidade sob toda a cidade.
Justamente o primeiro a ser afetado pela… pela… condição? Maldição? Loucura? Espiral. O primeiro a ser diretamente afetado pela espiral é o pai de Suichi, cada vez mais obcecado em compreender e incorporar a espiral em si mesmo. A primeira vítima mas não a última da espiral, que cada vez mais extrapola o bom senso e a realidade, mas aparentemente apenas Kirie e Suichi são capazes de reconhecer que o perigo eminente a vida de todos em Kurôzu.
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Ok, resolvi não apagar os dois primeiros parágrafos após retomar o texto meses depois, mas tô achando uma bosta. Bora pra análise:
Ainda acho Junji Ito um doente.
Assim como dos quadrinhos ocidentais, existem características próprias nos mangás, assim como existem variações dentro da forma geral. Acho que dá pra caracterizar a arte de Ito como algo próximo ao realismo, proporções corporais realistas e esses bagulhos. E esse é um dos motivos que tudo fica mais desconfortável. É desconfortável ver um garoto gordinho se metamorfoseando lentamente em um caracol do tamanho de um ser humano, é igualmente desconfortável ver um adolescente brutalizado entre as rodas de um carro.
Ah, sim, a violência é bem gráfica!
Não é o meu primeiro contato com o autor, já resenhei Fragmentos do Horror aqui pro site e li uma parte de Gyo na internet anos atrás, mas Uzumaki é algo mais extenso e trabalhado, e simplesmente maravilhoso. Maravilhoso por ser doentio, dá pra entender? Fazia um bom tempo que não me animava com algo de terror vinda do oriente, e pra quem é fã do gênero, mesmo que não curta quadrinhos, Uzumaki é um excelente pedida.
Aqui na Birolândia a edição mais recente está por conta da Devir, que geralmente faz muita besteira mas entregaram um produto bonitão, com um tijolão em papel pólem de mais de 650 páginas, saindo por 90 facadinhas no bucho, mas vira e mexe tem promoção. É um preço salgado, mas ainda assim mais justo pelo número de páginas se comparado a Akira (ouviu, JBC?). Comprem quando der que é diversão pra toda a família!