Trash Delicia – Mercenários das Galáxias
Os mercenários que também valeram.
É um período de imitações
Criando em um pequeno estúdio
O rei das trasheiras Roger Corman
busca uma maneira de ganhar
uma grana imitando o filme
de grande sucesso de 1977, Star Wars.
Para isso ele usa uma historia
Já bastante conhecida e
seus igualmente conhecidos efeitos
especiais e talento para
trabalhar com pouca grana…
Nessa pérola do baixo orçamento, o famoso Roger Corman buscou se superar, usando novamente a história dos Sete Samurais, desta vez no espaço.
Os toscos fazendeiros do pacifico planeta Akir são ameaçados pelo MST tirânico Sador e seus mutantes, os Malmori. Sador tem em sua nave a arma “Conversor Estelar” que não faz exatamente o que seu nome implica, mas sim transforma planetas em pequenas estrelas. Naturalmente seus habitantes podem se sentir desconfortáveis.
Sador e sua trupe volta e meia vão até Akir, levam as colheitas, queimam as mulheres e estupram as fazendas. Mas um dos moradores de Akir, o velho e entrevado Zed convoca o jovem e cabeludo Vinnie Shad para procurar mercenários e defender o planeta.
Para a viagem, Shad irá contar com uma poderosa e peitolenta nave, que Zed usava em sua juventude. Ela está equipada com uma inteligência artificial, Nell, que irá ajudar Shad em sua busca.
E assim segue, com Shad reunindo os tipos mais estranhos, desde o terrestre Cauboi do Espaço e sua ridícula nave espacial (que parece o módulo lunar da missão Apolo) até a saborosa Saint Exmin, uma guerreira valquíria e seu biquíni de combate foda, que parecem mãos segurando seus impressionantes peitos.
Os outros mercenários são Gelt, um assassino muito rico e infelizmente reconhecido, de forma que mal pode aproveitar sua riqueza, os estranhos Nestor, cinco alienígenas brancos que partilham uma única mente, o escravista reptiliano Cayman e Nanelia, que tem uma nave e não tem muita utilidade.
Uns alienígenas que eu achava legais eram os Kelvin, uns sujeitinhos que podiam irradiar um imenso calor de seus corpos.
O elenco tem uns nomes conhecidos, como Robert Vaughn mostrando safadeza máster, pois ele interpretou o mesmo personagem no filme Sete Homens e um Destino (a mais famosa refilmagem de Os Sete Samurais),George Peppard, o Hannibal original de Esquadrão Classe A.
Note que a pilantragem de Corman e seus capangas é tamanha que eles contrataram vários atores para fazer o mesmo papel que fizeram em Sete Homens e um Destino, como também aconteceu no caso de John Saxon, George Peppard foi cotado para Sete Homens, mas não tinha conseguido o papel na época.
Outra importante tradição dos filmes de Corman é de serem a estréia de vários caras que depois se tornam os fodões do cinema e no caso aqui é James Cameron, responsável pelos efeitos especiais aqui.
O filme até que se segura, não espere grandes atuações ou mesmo que o filme tenha uma fração da qualidade dos filmes originais, mas ainda diverte. É interessante notar o cuidado dos efeitos, com cada nave tendo um som único (é, sim, no espaço, todos sabem que não tem som e bla bla bla) e mesmo nos corredores das naves, muitos feitos com embalagens de McDonald´s pintadas. Outro detalhe que levei tempo para notar é o nome do planeta sendo atacado, Akir. Provavelmente vindo de Akira Kurosawa, o lendário diretor de Os Sete Samurais.
Eu adorava esse filme quando era guri, principalmente por causa dos peitos na nave Nell. Não tinha bem certeza do porque achava tão interessante, mas sabia que era importante.