Top Gun
Só pela vibe creio. O filme grita “anos 80” muito alto, talvez por causa do barulho dos jatos.
Vamos a historia. Se é que alguém precisa disso.
Maverick (Tom Cruz) é um piloto da marinha americana que acaba se envolvendo em um incidente com um MiG e por ser um sujeito talentoso mas indisciplinado.
Ele e seu co-piloto, Goose (não é exatamente co-piloto, a tarefa dele é ficar de olho no radar e nos sistemas do avião) são enviados para a Navy Fighter Weapons School conhecida como TOPGUN. O objetivo do programa é diminuir a dependência dos pilotos (Aviadores. O pessoal da marinha faz questão de serem chamados assim, não de pilotos) americanos de misseis, os ensinando a voar mais agressivamente e próximos, usando mais as metralhadoras e canhões, em resumo, a arte quase esquecida do dogfighting.
Lá eles encontram outros aviadores e blábláblá, Maverick se envolve com uma instrutora e iada iada iada, Goose morre, lições de moral e coisa e tals.
Sério, na maioria das vezes que assisti, era isso que via na tela em boa parte do filme.
Mas em outros momentos, os aviões voavam.
Há duas razões para o voo no filme. As sessões de treinamento da Academia e, no final, o combate contra os russos. Não fica explicito, mas é bastante claro contra quem eles estão lutando. Alguns teorizam que fosse o Yemen, que comprava jatos russos na época.
Na verdade, esse tipo de conflito aconteceu uma vez ou outra e ameaçou esquentar a guerra fria.
As descrições dos aviões e das técnicas de combate eram bastante realistas e refletiam o conhecimento dos gringos quanto a aviação soviética. Tanto que os instrutores da Academia usavam F-5 para simular os MiG russos, já que seriam o mais próximo possível daqueles aviões. Na verdade, a Marinha tinha MiGs verdadeiros para treinar na época, mas isso era informação secreta e não dava pra colocar num filme.
O F-14 Tomcat é principalmente um interceptador, e eles iriam combater o ágil MiG, então tinham que estar preparados para isso.
Foi com certeza a mais eficiente forma de propaganda de alistamento já feita. Pesquisas feitas indicam que 89,7% dos moleques que viram esse filme alimentaram desejos de se alistarem e voarem em um F-14. Outros 9,1% estavam ocupados com suas coleções de Meu Pequeno Pônei.
Afora isso, houveram varios jogos com o nome do filme. Os dois primeiros são obras da podridão que saíram no NES. Um deles, muito mais recente é Top Gun: Hard Lock que na verdade é muito bom, mas ainda está muito na esteira do jato de Ace Combat.
Agora, os melhores jogos de Top Gun, não saíram com esse nome e sim eram chamados de After Burner, da gloriosa época dos arcades da Sega. Sem menosprezar os ótimos ports para o Megadrive.
Atualmente o F-14 está aposentado desde 2006 (ele é da década de 1970) substituido pelo F-18. Não é algo que está agradando todo mundo, sendo que o F-18 é bastante criticado, mas a aposentadoria do velho F-14 teria que vir uma hora ou outra. Uma pena, já que é um aviões mais legais já feitos, com uma linda e agressiva aparencia. Ele é tão legal que é a base óbvia do glorioso VF – 1, o Valkyrie do anime Macross.
Está rolando um boato do inicio da produção de uma continuação, o que, dada a atual conjunção do cinema buscando a salvação nos anos 80, é bastante provável. Não importa se eles vão trazer o Thomas Cruz, ou conseguir fazer o Val Kilmer caber em um avião, não parece que irão usar o F-14. Então, para mim, parte da vibe vai ejetar e quebrar a cabeça na decolagem.