Eles a chamam de Caolha.

Então eu estava no venerando site do Eudes Honorato e lá estava um filme que eu assisti há muito tempo atrás.

Não é novidade para ninguém que Tarantino aprendeu seu métier assistindo filmes obscuros enquanto trabalha em uma infecta video locadora.

E ele nunca fez segredo de suas inspirações. Pois então, Thriller – en grym film (ou They Call Her One-Eye), foi uma das inspirações para Kill Bill, sendo que a outra foi o filme japonês Lady Snowblood.

Thriller é um exploitation sueco, de 1973, trata da história de Madeleine. Dá pra dizer que ela levou uma vida de merda. Quando pequena foi violentada por um velho pedófilo e o trauma a deixou muda.

Mais velha (mas não mais esperta), ela aceitou carona de um sujeito que acabou a sequestrando. Claro que isso não fica assim. O cara aproveita quando ela está inconciente e a injeta com heroina, até que ela acaba viciada.

Então, quando bate a abstinencia, o cara a convence que ela vai morrer se não usar mais heroina, que ele irá fornecer. Claro que pra isso ela só terá que se prostituir. Ele também forja uma carta para os pais dela, dizendo que os odeia a não irá voltar. Mas o sujeito lhe dá uma relativa liberdade de sair (ele sabe que ela, convencida da historia que vai morrer sem heroina, vai sempre voltar) e ela até pode guardar um pouco da grana dos programas. Ahhh… até que pra um escroque completo, ele tem seus pontos bons. Que bonito.

Claro, quando Madeleine recusa um cliente, o sequestrador/traficante/cafetão, Tony, arranca um dos olhos dela. Ela acaba fazendo amizade com outra prostituta, que lhe garante conhecer um médico que pode cura-la do vicio se Madeleine fugir com ela.

Dá ruim, a outra é morta, mas Madeleine consegue fugir até sua casa. Só pra descobrir que seus pais, arrasados com sua “fuga” se suicidaram.

Isso foi o bastante para Madeleine.

Ela passa a aproveitar sua pequena liberdade e a grana para se tornar uma fodona de suprema categoria, tomando aulas de artes marciais, tiro e direção de fuga. E começa sua sangrenta vingança.

É um filme que não poupa, nada, desde as cenas sangrentas (diz a lenda que foi usado um cadáver real na cena do arrancamento do olho) nem o sexo, com as penetrações sendo jogadas na sua cara. Nessas cenas foi usada uma dublê para a atriz Christina Lindberg (a Madeleine). Então, não é para o grande público.

A divisão dos atos no filme chega a ser quase didática. O primeiro ato, com a apresentação dos personagens e Madeleine se fudendo. O segundo com o treinamento e o terceiro com a vingança.

E o que é o mais legal, o filme é banido na própria Suécia.