Thor – O Amaldiçoado

Eita cuzão!

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Quando a fase do Thor escrita pelo Jason Aaron foi lançada eu já estava parando de ler scans, então não conferi na época. Tuso que eu tinha como base para avaliar a qualidade da mesma eram as resenhas dos King, lá do moribundo Baile dos Enxutos. E já na época parecia ser uma fase bem promissora, e os desenhos de Esad Ribic já faziam desta uma história a se conferir.

Eis que a Panini lançou recentemente o terceiro encadernado dessa fase, a primeira série de histórias após o arco do Carniceiro dos Deuses. Ribic não desenha as histórias aqui, apenas algumas capas, esse serviço agora está por conta de Nic Klein na edição 12, Ron Garney e Emanuela Lupacchino nas edições 13 a 17 (onde se concentra a história principal) e Das Pastoras na edição 18. Todos executam um trabalho tão bom que quase não dá pra sentir falta do Ribic.

 

As edições 12 e 18 são histórias isoladas. A primeira mostra Thor retornado à terra após ter eliminado Gorr, e possui uma sensibilidade ímpar. Ela narra de maneira resumida a vida do deus do trovão entre os mortais, longe da figura de vocabulário  rebuscado e porradeira que estamos acostumados a ver. Thor é uma figura gentil, que busco mudar  o mundo até nas pequenas ações, como se cada uma delas fosse tão importantes como mover montanhas (literalmente, algumas vezes). De acompanhar um condenado no corredor da morte (essa parte é de amolecer o coração mais duro que metal uru) até a parte onde Thor encontra uma Jane Foster travando uma batalha contra o  câncer, essa é  uma das melhores coisas feitas com o personagem que eu já li.

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Mas Thor é um herói, e heróis precisam ter ação em suas revistas. Após criar o seu próprio vilão que provavelmente vai figurar no futuro como um dos mais clássicos a surgir no título, agora Aaron resolve fazer uso de uma criação de outro grande nome que deixou seu nome marcado nas revistas do asgardiano. Malekith, o Rei dos Elfos Negros, criado por Walt Simonson está de volta para recuperar o seu reino, isso se Thor deixar. Mas as coisas hoje são diferentes, e a paz nos Nove Reinos depende de uma política de boa convivência. Um asgardiano liderando uma força tarefa composta apenas por deuses argadianos em território élfico pode ser visto como um ato de guerra. Para isso é criada a Liga dos Reinos.

Uma elfa negra, um elfo luminoso, um troll, um anão e um gigante liderado por Thor, raças que originalmente se odeiam e que nunca estão do mesmo lado em nenhum conflito. E um grupo desorganizado contra um inimigo poderoso como Malekith pode não ser uma boa combinação. Falando em Malekith, o deposto Rei está descontando a sua fúria no seu próprio povo, caçando os exilados pelos nove reinos, afim de que apenas os que aceitem o seu jugo permaneçam vivos. O final do arco acaba fugindo do lugar comum, sendo uma surpresa  bastante agradável, além de uma promessa pra outro grande arco do herói.

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O trabalho de Ron Garney começa muito bom, mas perde a força no decorrer da história, as edições nas quais ele recebeu ajuda de Emanuela Lupacchino acabam por ser a mais fracas em termos de desenho, já que o roteiro mantém o alto nível por toda a obra. A história que encerra esse encadernado é uma aventura no passado, quando o jovem Thor ainda não era um deus digno o bastante para empunhar Mjolnir. O protagonista se envolve em uma confusão com um jovem dragão, também beberrão e festeiro, porém as coisas não acabam muito bem. A arte de Das Pastoras lembra muito o material europeu de nomes como Milo Manara e Juan Gimenez, simplesmente foda.

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Não sei até quando vai essa fase, nem por quanto tempo a qualidade se mantém, mas o próximo encadernado (se houver um) é compra certa.

Godoka
30/08/2016