The Ghost in the Shell 1.5- Human Error Processer: Uma obra prima!
Perto dos outros dois…
Quem já acompanha o site há algum tempo já deve saber que eu acho o mangá The Ghost in the Shell RUIM PRA PORRA! Caso não saiba, você pode saber mais clicando AQUI e lendo um post onde detalho esse desgosto.
Porém, caso não queira ler o post, afinal…quem lê posts hoje em dia né? Nesse caso eu dou um pequeno resumo do porquê não gosto do mangá de Masamune Shirow pra qual muita gente rasga sedas quilométricas. GITS deve uma ENORME parcela de seu sucesso graças ao longa animado de 1995 de 1995 dirigido pelo genial Mamoru Oshii. O filme é contemplativo, absurdamente bem produzido e tem uma história e uma estética que influenciou toda uma geração de diretores hollywoodianos, como as irmãs Wachowski, por exemplo, que levaram muito do longa animado pro seu pequeno filme de 1999 conhecido como Matrix. Não a toa, a adaptação em live action de GITS lançada em 2017 adapta o longa animado de 1995 e não o mangá!
E foi justamente com o filme em mente que em 2016 eu esperei uma promoção na Amazon, porque Deus me livre pagar 65 conto em um mangá, que comprei o volume 1 de GITS por 30 contos. E, olha…foi ter pago um pouco menos da metade que me fez não jogar o mangá no lixo! Tudo que o filme tem de bom NÃO ESTÁ NO MANGÁ! Com capítulos episódicos, onde cada capítulo é um caso pro Setor 9 e a Majo Motoko Kusanagi resolver, o mangá tem um humor constante que não funciona na maioria do tempo, tramas politicas repetitivas e confusas com os agentes tendo que resolver coisas que você não entende sobre pessoas que as vezes você nem vê o capítulo e só acerta na ação, que é bacana, e no visual que influenciou praticamente todo desenhista do inicio dos anos 90, como Jim Lee e Rob Liefeld.
Como errar é humano e permanecer no erro é burrice, fui burro e mesmo achando o volume 1 uma lástima, comprei o volume 2 (também numa promoção). Agora completamente colorizado e com um traço diferente, porque bons desenhistas evoluem ao contrário de certos “””””mestres””””” por aí, o mangá fazia jus ao número de seu volume e elevava a chatice a ruindade ao quadrado! Eu não terminei de ler esse volume 2 até hoje de tão chato que ele é! Masamune Shirow claramente estava absorto com o photoshop e com os programas de modelagem em CG e se preocupou mais com isso do que em contar uma boa história. Ah, outra coisa em comum entre os dois volumes, as CHATÍSSIMAS notas de rodapé! Sério, elas estão em 90% de ambos os volumes! Mas vou me aprofundar mais nelas quando for falar do volume que dá título a esse post.
Sei que tem um porrilhão de gente que gosta e que defende e…tudo bem! Gosto é subjetivo! Estou falando das MINHAS impressões! Mas quando o volume 1 foi lançado eu vi muito canal e blog elogiando unicamente porque a JBC enviou o exemplar pra eles. Cheguei a ver um vídeo de um cara resenhando e elogiando o mangá quando ele claramente sequer tinha lido e tava falando de coisas que leu online! Ou seja, tava fazendo o vídeo só por obrigação já que tinha recebido o mangá! Outro sujeito em outro vídeo mandou um “Você tem que estar no estado de espirito certo pra ler” e até hoje não sei que estado é esse pois li o volume 1 DUAS VEZES e achei ruim NAS DUAS! Se eu pudesse definir os dois volumes de GITS de maneira curta, eu diria que o volume 1 é uma apóstila de eletrônica, já que o Shirow fala muito o funcionamento de suas máquinas, e o volume 2 uma apóstila de informática, já que o Shirow faz a história quase toda com a Motoko navegando na internet. E ambas apostilas chatas pra porra!
“Então PORQUE DIABOS TU COMPROU OUTRO VOLUME DESSE TROÇO, HELLBOLHA?” você pode estar confusa, furiosa e justificadamente perguntando, nobre leitor e leitorete! Fato é que tava em promoção por 30 moedas de prata num stand de livros do shopping e um “toc de colecionador” me bateu e senti a necessidade de completar a coleção. Mas também o fato de que quem gostou do volume 1 e 2 falarem que, em comparação, era o mais fraco dos 3, o que pra mim já conta como ponto a favor! Além disso tinha o fato de se focar nos demais membros da Seção 9 e não na Motoko pulando de perna aberta e pulando de bunda nos painéis usando calcinhas enfiadas na alma. O segundo filme de GITS, também dirigido pelo Oshii, tem o Batou como protagonista, é mais voltado pra ação e é muito legal! Tá, eu sei que os filmes do Mamoru Oshii só usam o mangá como base e fazem melhor, como eu vivo dizendo. Mas me deixei levar. E, olha, devo dizer…que, sim, GITS 1.5 É O MELHOR DOS TRÊS! Mas isso também não quer dizer muito…
Sendo o mangá mais curto, tendo apenas 184 páginas contra 352 do volume e 304 do volume 2, The Ghost in the Shell 1.5- Human Error Processer conta quatro histórias focadas na Seção 9 resolvendo casos do dia a dia da agência. A primeira conta como uma organização está controlando cadáveres eletronicamente pra conseguir vantagens, a segunda conta como…como…olha, pra ser bem honesto, eu acabei de ler o mangá e não lembro! Calma que eu explico!
GITS 1.5 é o mangá mais curto mas também é o mais lerdo de todos. Ele se foca mais na investigação da equipe formada por Togusa, Batou e Azuma do que na correria louca e alucinadas. As cenas de ação são escassas mas o falatório é extenso e é aí que mora um grande problema do mangá! Lembra que eu disse que falaria mais sobre as notas de rodapé quando começasse a falar desse volume? Pois então…o Shirow não apenas continua exagerando na quantidade deles como, ao invés de colocar informações importantes a trama nos diálogos dos personagens, ele resolve enfiar essas informações NAS MALDITAS NOTAS DE RODAPÉ! Um exemplo:
Batou: Puxa vida, esqueci que preciso passar no banco!*
Togusa: Tudo bem, a gente se vê mais tarde.
Nota de rodapé: * Batou precisa passar no banco para sacar dinheiro para pagar o resgate de sua lontra de estimação que foi sequestrada por uma seita de mimicos albinos que planejam dominar o mundo e colocá-lo numa caixa de vidro imaginária gigante. Se ele não o fizer, sua lontra será ofertada a um demônio babilônico vesgo e maneta que vai aparecer segurando a tal lontra e cercado pela seita de mimicos albinos daqui há alguns capítulos e sumir tão rápido quanto apareceu e se você não tiver lido essa nota de rodapé desnecessariamente longa e excessivamente chata, não vai entender quem são ou o porque deles estarem na história!
O resultado são tramas confusas onde fica aparente que ele tava tão preocupado em escrever notas de rodapé que esqueceu de desenvolver a trama. Em TODAS as quatro histórias são citados personagens que não aparecem até o final, e quase todas as vezes eles já estão mortos e você não entende porque, pra que ou o que diabos essa gente fazia! Na ultima história temos o melhor exemplo disso. A trama começa com uma moça fugindo, então ela é pega por agentes da Seção 6 que a matam mas todos acabam morrendo num acidente de carro logo em seguida. A Seção 9 começa a investigar o no meio da trama aparece um sniper chinês famoso que eles começam a perseguir sem motivo aparente. A trama tem desfecho com eles pegando o tal sniper e interrogando um membro do governo sobre uma construção financiada pela china. E você termina de ler isso tudo com essa expressão:
No final do mangá tem pequenos resumos escritos pelo próprio Shirow que explicam melhor as tramas dos capítulos mas que dão a impressão que esses resumos foram escritos por um Shirow de outra dimensão porque tem uma clareza que os próprios capítulos não tem! Pra piorar as coisas, o próprio Masamune Shirow explica em um desses textos que algumas das histórias se passam em paralelo com GITS volume 2 e você entenderia melhor se lesse as duas histórias juntas. E, repito, mesmo com sendo essa bagunça do caralho, esse ainda é o MELHOR dos 3 volumes! Então calcule os outros dois…
De positivo sem discussão temos a arte do Shirow que é sempre bacana, sobretudo pra quem é fã do traço dos mangás oitentistas!
Enfim, sendo ruim entre duas obras piores, GITS 1.5 consegue a façanha de ser eleito o melhor mangá de GITS quase que por W.O. É uma história confusa que precisa de saco pra ler toda nota de rodapé (saco que eu NÃO TENHO) mas, ainda assim, é a menos ofensiva.
Nota: 6,0 eu acho…
PS: A única parte realmente divertida foi achar as semelhanças entre os personagens na capa e pessoas reais, um talento merda que tenho. Seria um mutante nível bosta…?
PS2: Pra não dizer que a Motoko não aparece totalmente na história, ela dar o ar da graça rapidamente em um dos capítulos e que dá origem a famosa cena do tanque no final do longa de 1995 onde ela perde os braços.