Superman: O Último Filho
Antes tarde do que mais tarde ainda.
Ano novo, vida nova. E como primeira e única promessa de ano novo eu não prometo porra nenhuma, nada de séries de posts, nada de partes dois, nada de regularidade, só escrevendo na maciota e quando der. Por isso que as análises da Eaglemoss estão demorando tanto, foda-se. Agora bora pro assunto do post.
O Último Filho é o terceiro encadernado e segunda história presente na série de encadernados da DC Comics. Já no comecinho da história temos Superman salvando Metrópolis do que parece inicialmente um meteorito, porém se revela uma nave espacial que possui em seu conteúdo um único habitante: um garoto na faixa dos 10 anos. E o mais impressionante é que tudo leva a crer que o garoto em questão pode ser um kryptoniano. Após algumas breves reflexões morais e tretas com instituições governamentais escusas, Clark decide ser o responsável pela crriação do garoto com sua esposa Lois Lane.
O problema é que as impressões iniciais não são totalmente reais. O garoto, batizado de Christopher (e nesse ponto o meu coração deu uma leve amolecida) é sim um kryptoniano, mas não nascido no planeta natal de sua espécie e sim na Zona Fantasma, lar definitivo dos piores criminosos do planeta. Chris é filho de ninguém menos que General Zod e Ursa, gerado única e exclusivamente como parte de um plano para a libertação dos prisioneiros da Zona. Porém o plano não é perfeito pois o garoto, mesmo vindo de onde vem e com os pais que tem, possui bom coração, e aceitou participar do plano só para fugir do pesadelo onde vivia. E está nas mãos do maior filho adotivo da Terra o futuro deste garoto.
Mesmo com o nome do instável Geoff Johns na dupla de roteiristas, eu estava bastante empolgado com esse encadernado, pois o segundo responsável pelo roteiro é ninguém menos de Richard Donner. Para as crianças que acessam o site e não estão familiarizadas com o nome, Richard Donne é o diretor responsável pelo único bom filme do Superman feito até hoje e, quiçá o maior filme de super heróis já feito, Superman de 1978. Então eu estava esperando uma aventura do herói clássico, aquele com o cuecão por cima da calça e moral inabalável. E foi exatamente isso que eu li.
Essa história pode parecer meio fora de época, principalmente nos dias de hoje em que tudo tem que ser dark e massavéio, cheio de câmera lenta e explosões. E talvez seja exatamente por isso que eu gostei dela, pois eu estou de saco cheio com o padrão de hoje em dia. O Último Filho é muito mais 1978 do que Homem de Aço, e é justamente por isso que é boa.
Em relação aos desenhos de Adam Kubert, só posso dizer que o talento da família Kubert morreu com o patriarca Joe. Ao mesmo tempo que ele entrega sequências de ação e quadros únicos com ângulos de câmera maravilhosos, em outros o cara manda AQUELA cagadinha, principalmente em relação aos rostos. Estranhamente esse é o mesmo defeito do seu irmão. Ainda na arte, não dá pra encerrar a análise sem salientar o trabalho de cores de Dave Stewart, que usou uma paleta bem viva, salientando ainda mais o ar clássico e nostálgico da trama simples e que diverte.
De extras, essa edição conta com a história principal de Superman nº1, lançada em 1939 e dona de uma das capas mais clássicas e homenageadas dos quadrinhos. Mais pra frente devo reforçar isso, mas essas páginas finais dos encadernados algumas vezes parecem empolgar mais do que a história principal, não pelos seus roteiros e arte, mas pela carga e importâncias das mesmas. São belos documentos históricos não só dos primeiros passos de alguns dos meus personagens favoritos, mas daquela que se tornou uma gigante da indústria de quadrinhos. Se você está comprando apenas as edições que parecem interessantes, é melhor não deixar essa aqui passar.