Superman: Man of Tomorrow

Aquele review de domingão.

Finalmente foi lançado o primeiro longa animado da DC após o fechamento da fase de adaptações dos Novos 52 com Liga da Justiça Dark: Guerra de Apokolips. Trata-se, claro, de Superman: Man of Tomorrow, filme que curiosamente carrega o título de um arco escrito por Brian Azzarello e desenhando por Jim Lee mas acaba adaptando mais elementos da série Alienígena Americano, escrito por Max Landis e desenhado por vários artistas. Antes de mais nada, uma breve sinopse.

Clark Kent é diferente, ele sabe que não é da Terra e sofre pelo medo de ser rejeitado caso descubram sua origem. As coisas mudam quando, já adulto e usando seus poderes para ajudar as pessoas da maneira mais discreta que pode, acaba sendo procurado por J’onn J’onzz, um marciano que vive escondido entre os humanos e que quer mostrar a Clark que ele não é o único diferente naquele mundo, e o caçador de recompensas Czarniano, Lobo, que quer matar Clark pra receber uma volumosa recompensa. Em meio a tudo isso, Lois Lane tenta descobrir mais sobre o misterioso homem voador a quem insiste em chamar de Superman, Lex Luthor comete fraudes para construir foguetes e o zelador dos laboratórios Star, Rudy Jones, acaba sendo vitima da luta entre Clark e o Lobo e se tornando o ser conhecido como o Parasita, o qual vai se tornar uma ameaça gigantesca para Metropólis…literalmente.

Bem, a história de Superman: Man of Tomorrow é bem básica e apesar de fugir da armadilha de contar a mesma história de origem DE NOVO, ela acaba não apresentando grandes novidades. O aspecto que realmente merece destaque está na questão do medo de Clark de não ser aceito por ser diferente, o que acaba gerando ótimas cenas, como o inicio do filme, onde ele, ainda criança, está na casa de um amigo assistindo um filme sobre invasores alienígenas e quando seu amigo grita de medo quando o extraterrestre se revela, Clark tem uma crise de choro por saber que aquela seria a mesma reação que seu amigo teria se soubesse que ele é um extraterrestre também. Em seguida, seu pai conversa com ele no carro e tenta confortá-lo e pergunta “Você não contou nada, não é?” com um tom de preocupação mas sem nunca alarmar o filho. A cena inteira dura uns dois minutinhos e consegue ser mais efetiva do que toda a parte da infância de Clark mostrada em Man of Steel além de mostrar a preocupação de Jonathan Kent sem transformá-lo num maníaco que defende o filho deixar pessoas morrerem pra garantir a integridade de seu segredo.

Outra aspecto bacana está na interação de Clark com os outros alienígenas. Em J’onn J’onzz ele encontra uma relação de empatia e um amigo/ conselheiro. No Lobo ele encontra as primeiras respostas para sua origem além de descobrir que podem existir seres tão fortes quanto ele lá fora. Mas é o Caçador de Marte/Ajax quem lhes dá as respostas finais, mostrando a Clark quem foram seus pais e um pouco de seu mundo através de lembranças que Clark nem guardava mais na memória.

Quanto ao plot do Parasita, ele é básico, como eu já disse. Rudy sofre um acidente com químicos, acaba acordando num hospital e descobre que precisa absorver energia vital para se manter forte e encontra no Superman uma fonte gigante de energia. Lois é a mesma de sempre, sempre inconsequente, mesquinha e irritante, Lex continua sendo o gênio pau no cu que sempre quer tirar vantagem de tudo e é isso. Nada de novo por aqui.

A parte que realmente se sobressaí no longa é a qualidade técnica da animação. MEU DEUS, COMO ESSE FILME ESTÁ BELISSIMAMENTE ANIMADO! Ainda tem um ou outro recurso picareta pra economizar na animação, mas há momentos em que a coisa está tão bem feita que lembra, sem exagero nenhum, as animações da Dreamworks antes de tudo virar CG. E eu falo Dreamworks e não Disney porque a Dreamworks sempre ousou um pouco mais em seus longas animados, com temáticas um tiquinho mais sombrinhas e um visual bem próprio. Ver esse filme foi um frescor para os olhos depois dos últimos longas animados da DC que estavam HORROROSOS em termos técnicos.

O character design foi outro aspecto que me ganhou de imediato! Adorei o novo visual que foge do estabelecido por Phil Bourassa para as animações baseadas no universo dos Novos 52. Agora quem encabeça o desenho de personagens é Dusty Abell, que não apenas trabalhou em quadrinhos do Superman nos anos 90 como já fez o character design de outros longas animados da empresa, inclusive um que eu ADORO e falei aqui recentemente, o do longa animado Superman/Batman: Apokalypse. A diferença de estilos entre o traço dos dois filmes só mostra a versatilidade de Abell e me deixa ansioso pra ver que visual ele vai criar para os próximos longas da DC (caso continue responsável por esse departamento, claro).

Enfim, apesar de não me empolgar tanto em termos de trama, o longa me ganhou pela beleza estética. Possivelmente a trama repetitiva não vá ser um problema pra os fãs do personagem que gostarão ainda mais do filme. Ainda assim, um bom longa animado que mostra um novo caminho promissor para as animações da DC.

Nota para a trama: 7,5

Nota para a qualidade da animação: 10