Superman/Batman – Inimigos Entre Nós

Inimigos nas nossas prateleiras.

Eventos estranhos parecem estar intimamente ligados a dois dos maiores nomes do universo DC. Após uma estranha aparição em uma festa, Bruce Wayne recebe a visita de um atordoado Caçador de Marte, que inexplicavelmente parte para cima do homem morcego sem nenhuma explicação, que sobrevive ao ataque graças á uma explosão que espelha fogo pelo local, a única fraqueza do marciano.

Batman resolve contactar Superman para relatar o ocorrido, porém a reunião da dupla acaba por ser interrompida quando um sinal de alerta é emitido em Gotham. Chegando ao local eles se deparam com o chimpanzé gigante Titano, um antigo inimigo do homem de aço que não dá as caras há anos. Além disso ressurgem do mundo dos mortos no mesmo conflito os vilões Parasite e Dr Phosphorus. Aparentemente tem alguém disposto a bagunçar a cabeça dos heróis.

Nos laboratórios da S.T.A.R., John Stewart parece ter encontrado uma anomalia em seu anel da Tropa dos Lanternas Verdes que pode ter relação com o que está acontecendo, porém acaba por sofrer  um ataque de outro membro da Tropa antes que pudesse tomar uma atitude. Aparentemente a fonte dos problemas parece ser um fragmento de meteorito negro que Superman mantém isolado na Fortaleza da Solidão.

O fragmento rochoso na verdade é uma forma de vida capaz de controlar a mente de outros seres, e está ficando mais forte devido a aproximação de outros seres que as controlam, que por sua vez acabaram por se aliar a Despero, antigo inimigo da Liga  da Justiça que de alguma forma conseguir se livrar de seu cativeiro no planeta Oa. Agora Batman e Superman precisam livrar seus aliados do controle mental de Despero e evitar que o mesmo consiga dominar o planeta.

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Finalmente sai Jeph Loeb da cadeira de roteirista pra dar lugar a Mark Verheiden. Se alguém conhece algum outro trabalho desse cidadão por favor mencione nos comentários, pois eu não tô muito motivado a ir atrás, e a explicação é simples. O cara assume a revista pra fazer exatamente o que o roteirista anterior estava fazendo, que é retirar das profundezas abissais da casa do caralho personagens da era de prata que os leitores atuais simplesmente não conhecem ou ignoram, traça uma subtrama que toma maior parte do arco pra revelar quase no final que a mesma era só pano de fundo pra outra coisa e essa coisa mais mirabolante se resolve em algumas páginas de porradaria desenfreada. Traduzindo, trama rasa e medíocre.

O desenhista da vez é um dos queridinhos da DC, Ethan Van Sciver, que consegue empolgar o leitor até a página 3. As opiniões quanto ao desenho do cara durante a leitura transitam entre bom, ruim, duvidoso e “o que eu tô fazendo com a minha vida?”. Fica evidente em muitos quadros a influência do Brian Bolland na arte do cara, assim como o seu total fracasso em emula-la. Sério, não dá pra chamar de bom um cara que em um quadro faz um semi perfil de um personagem muito bem feito e caprichado na hachura e logo depois faz outro personagem com erros anatômicos bizarros. A situação dá até  uma melhorada quando outros artistas assumem, mas ainda não conseguem salvar o barco.

A história extra da edição é a republicação de Liga d Justiça da América 1, de 1960. A revista marca não apenas a estreia de um dos título mais populares dos quadrinhos, mas também a primeira aparição de Despero, na época um alienígena magrelo com uma roupa escrota e barbatana em volta da cabeça fazendo-o parecer um cachorro com cone na cabeça. Apesar do óbvio clima mais leve da história, a sacada do alienígena transportar os heróis para mundos que contém sua principais  fraquezas é algo que poderia facilmente ser reaproveitado. No final Despero é derrotado por Snapper Carr, um personagem escroto tal qual Rick Jones.

Saldo final: Inimigos Entre Nós não se deixa abater pela mudança de roteirista e continua trilhando o primoroso caminho da falta total de qualidade. Esse encadernado, assim como os outros quatro que vieram anteriormente, servem para demonstrar como essa coleção não passa de um monte histórias medíocres ou horríveis salpicadas aqui e ali por boas edições e raramente por um clássico ali e acolá. Sinceramente não sei quem foram os jegues que selecionaram essas revistas, mas conseguiram ter menos critério que os jegues que selecionaram as da Coleção Marvel.

Godoka
08/05/2018