Sugestão de anime – Kill la Kill

Mulheres brigando por roupa pode ser muito foda.

Kill la Kill foi um anime com 24 episódios produzido entre 2013 e 2014 pelo Studio Trigger, composto de exilados da Gainax. E não são quaisquer passa-fome. Um deles é Hiroyuki Imaishi, diretor do fantástico e megafodossional TENGEN TOPPA GURREM LAGANN (sempre escrito em letras maiúsculas por razões contratuais).

 

E inspirou otimos cosplays

Inspirou otimos cosplays

A historia se passa principalmente na academia Honnouji, no centro de uma cidade acadêmica de mesmo nome. Dominando o local está o poderoso Conselho Estudantil. Os alunos são divididos em uma espécie de meritocracia. Notas e outros fatores lhes dão direito a usar um tipo especial de uniforme escolar chamado Uniforme Goku (sem relação com Dragon Ball, suponho). O uniforme dá ao seu usuário poderes especiais, dependendo da pessoa e do número de estrelas nele, sendo que os mais poderosos, de três estrelas, são de uso exclusivo do Conselho Estudantil. Alunos sem estrelas são vistos como cidadãos de terceira categoria. É uma meritocracia que disfarça um regime totalitário. Alunos duas estrelas e suas famílias vivem em mansões. Zero estrelas em favelas. Certos tipos de infrações ao código estudantil podem ser punidos com a morte. 

 

As coisas começam a mudar quando uma aluna é transferida, Ryuko Matoi. Ela está procurando pelo assassino de seu pai, o cientista  Isshin Matoi. Ela é casca-grossa e maloqueira, brande uma enorme lâmina-metade de uma tesoura, criada por seu pai e especialmente eficaz contra os Uniformes Goku, e, não tendo muita paciência pra conversa, já sai metendo porrada. Ela acaba, relutantemente a principio, fazendo amizade com a hiperativa Mako Mankanshoku.

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Ryuko, suspeitando que a presidente do Conselho Estudantil, Satsuki Kiryuin, sabe sobre o assassinato, mas se recusa a falar com ela, declara que vai extrair as respostas na marra, declara guerra ao Conselho e o caos é instaurado. Ela leva um cacete, mas, após encontrar uma roupa viva e inteligente, a quem chama de Senketsu, volta à ação e cria-se ainda mais caos.

Os personagens são carismáticos e bem construídos, a maioria sendo bem aproveitada para o que o desenho propõe. E ao contrário de muitos personagens por aí, há um legitimo desenvolvimento deles, mesmo de alguns secundários.

Ryuko Matoi, a protagonista, reflete um personagem do tipo dos protagonistas de animes de robôs dos anos 70, ou alguns shonen da vida, corajosa, teimosa e impulsiva, tem pouco medo ou respeito por autoridade, ainda menos se estão no seu caminho para descobrir a verdade sobre a morte do pai.  Demora a dar ouvidos a outras opiniões e quando o faz, faz do seu jeito.

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Eu chamei Mako Mankanshoku de hiperativa antes? Isso não lhe faz justiça. Ela é como o Flash numa overdose de energéticos, falando numa velocidade que me faz pensar que os japoneses deveriam assistir com legendas. Os momentos que ela explica algo, e ela faz muito isso, são sensacionais. Sua amizade com Ryuko (“minha primeira amiga que existe mesmo.”) é incondicional. Sua estranha família, a começar pelo seu pai, um médico clandestino que se gaba de ter matado mais pacientes do que salvo, também mereceria destaque.

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Senketsu é a roupa de Ryuko. Um uniforme vivo que ela encontra e meio que se funde com ela, como o simbionte Venom (mas como um simbionte de verdade, numa relação de beneficio para ambos. o Venom é mais um parasita). Ele é calmo e analítico, tentando normalmente conter os impulsos de Ryuko. Apenas ela o escuta, embora outros possam ve-lo se mover.

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Satsuki Kiryūin e o Conselho Estudantil são os antagonistas e dominam a academia, e a cidade ao redor, com mão de aço. Herdeira de uma imensa corporação, Satsuki é a presidente do Conselho, uma darwinista arrogante, estrategista e guerreira, impõe lealdade através de sua vontade, medo através de seu poder e respeito pelas duas razões.Os quatro membros do Conselho Estudantil, a condutora de banda Nonon Jakuzure, o gigantesco lider do comitê disciplinar Gamagōri Ira, o hacker genial Hōka Inumuta e o espadachim Uzu Sanageyama são absolutamente leais à Satsuki. Outras pessoas a temem. E todos a respeitam. Menos Ryuko.

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Logo de cara a animação se destaca.  Com a marca característica dos caras que fizeram  TENGEN TOPPA GURREM LAGANN e Panty and Stocking with Garterbelt, é primorosa e serve inclusive para destacar ainda mais os personagens, como Mako e sua família, normalmente desenhados como animes dos anos 70 e animados como os Looney Toones, ou a estranha animação da Nui Harime. 

 

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Para os que buscam fanservice, tem aos montes, feminino E masculino. Mas ao contrário do normal ( e tudo nesse desenho é o contrário do normal), não é gratuito apenas, servindo no contexto da história, para comédia e pelo que lembro, normalmente não é sequer levada pelo lado sexual da coisa pelos personagens.

O desenho, de certa forma reflete um pouco as personalidades de Ryoko e Mako. É tão agitado que até consegue fazer o normalmente chatíssimo episódio onde resume a história até ali ser fenomenal. Como em  GURREM LAGANN, tudo é elevado a enésima potencia. E da mesma forma, detalhes pequenos dão dicas sobre o tema do anime, como por exemplo, todos os estudantes com uniformes de uma estrela serem desenhados iguais.

Assim como TENGEN TOPPA GURREM LAGANN fez com o gênero de mecha (robôs gigantes porra!) esse também ataca/homenageia/sei-lá o gênero das garotas mágicas, com roupas que se transformam e tals. É interessante pensar que, nesses desenhos, as personagens parece ignorar o quanto suas roupas transformadas são curtas. Ryuko fica embaraçada com isso, talvez porque a dela seja MUITO curta, e acredite, mesmo esse detalhe é importante para a trama num certo ponto.

Eu vejo pelo post.

Eu vejo pela trama.

 

É certamente um dos melhores dos últimos anos e está á altura do hype que gerou. Se você não assiste anime por algum preconceito imbecil, sugiro esse. A mistura de ação/comédia raramente foi tão bem conseguida como aqui. E é isso que você vai achar, ação bem feita e comédia bem executada. Eles pensaram até em você que é burro, apresentando todos os personagens e lugares com imensas letras vermelhas, as vezes no mesmo episódio.

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Em tempo, há uma adaptação em mangá sendo produzida, por enquanto com uns poucos episódios, mas deve continuar saindo.

Enfim, Kill la Kill é um desenho que faz você pensar porque outros não tem essa qualidade, tanto de animação quanto de execução em geral.

 

 

 

Zweist
19/05/2014