Simo Häyhä – A Morte Branca
Ho ho ho agora tenho um rifle
O fim de ano traz muitas coisas, o velho Nick, presentes, comida e indigestão, tristeza, entre outras. E para quem vive em outras latitudes, traz neve.
O problema é quando essa neve traz junto Simo Häyhä.
Em 1939, Stalin estava sendo o babaca costumeiro e resolveu anexar a Finlandia ao seu clube exclusivo. As perspectivas de gulag e borsch frio não animaram os finlandeses e eles resolveram dificultar a vida do porrilhão de soldados que Stalin derramou em seu país.
O bigodão da Praça Vermelha deve ter pensado que seria uma vitória fácil para o glorioso exercito do povo, afinal, só teriam que enfrentar um punhado de sujeitos em um país que era tão ameaçador para o poderia soviético quanto uma caixa de porquinhos da india, e como na época ele ainda era BFF do escroque de Berlim, poderia atacar a Finlandia sem receios.
Quer dizer, era um país com 32 tanques. Stalin tinha quase 7 mil.
Simo havia cumprido um ano de serviço militar obrigatório e vivia nas quebradas das florestas finlandesas, numa vilazinha, plantando e cortando árvores imensas com sua ereção. Quando os sovieticos atravessaram a fronteira, foi chamado para defender sua nação. Então pegou seu velho rifle, um Mosin-Nagant M28/30, ironicamente de fabricação russa e saiu para caçar comunistas.
Ele conhecia muito bem a região, então vestido com uma roupa toda branca que o camuflava na neve, bem abastecido de comida e munição, ele ficava esperando pacientemente qualquer russo que aparecesse e o despachava com precisão.
A Guerra de Inverno foi algo fodido, combatido em temperaturas de até 40 graus negativos. Mas isso não atrapalhava Simo, nem mesmo quando ele mandou pra vala 25 caras em um dia. É um campo inteiro de futebol, com os dois times, juiz e bandeirinhas.
Num certo momento, os russos, que já haviam apelidado Simo de “Morte Branca” ficaram tão desesperados que começaram a ordenar barragens de artilharia em lugares onde achavam que ele poderia estar.
As coisas pioraram para eles quando o Alto Comando finlandes, vendo o que ele fez com um rifle velho, resolveu presentear Simo com um novo rifle Sako M2/28-30 customizado. E com um detalhe, ele não usava mira telescopica, preferindo a mira de metal do proprio rifle.
Ansioso para estrear seu presente do Papai Noel, Simo continuou ser um bom menino, e a dividir balas com seus amiguinhos sovietes, inclusive com os vários franco atiradores que vinham brincar com ele.
Até que em março de 1940 um atirador sovietico conseguiu atingir Simo que praticamente perdeu metade da cara. Mas ele não morreu, embora tenha ficado em coma por 11 dias, despertando no mesmo dia que a Guerra de Inverno terminou.
Coincidencia? Naturalmente que não. Já que informado do despertar de Simo, depois de ter sobrevivido à um fodendo tiro de sniper na cara, Stalin resolveu assinar um tratado de paz.
Simo ainda é creditado como o mais letal sniper da historia, com quase 600 mortes confirmadas e outras tantas usando sua submetralhadora Suomi, o que elevaria o total para cerca de 700. Isso porque a guerra durou pouco mais de 100 dias.
Simo morreu em 2002, aos 96 anos, um cara humilde e tranquilo, e possivelmente a maior maquina individual de matar da historia.