Sexta do restolho – Semana Nonsense 2 – Falando Porto Alegrês
Se por algum motivo você cair por essas bandas do Sul, vai conseguir entender um pouco! (ou nada)
Este é um post que deveria ter saído na semana nonsense, um dicionário de expressões aqui do sul, mas não terminei o post a tempo, eram muitas palavras!
A DAR COM PAU – Em grande quantidade, muito, fartamente: “Tinha gente a dar com pau”.
A FU ou A FUDER – Pela ortografia brasileira deveria grafar-se “a foder”, mas é “a fuder” a expressão, que tem uma forma contrata, “a fu”, que também se diz, malandra- mente segundo o critério popular, “a fuzel”; designa aquilo que é muito bom, de alta qualidade, tanto uma situação (“Tava uma festa a fuder”) quanto um sujeito (“Bá, esse cara é a fuder”)
ADEVA – Advogado
ALERTAR OS GANSOS – Expressão que designa o despertar da consciência de alguém para algo que desejaria que se mantivesse incógnito. Por exemplo: “Cuida pra não alertar os gansos” pode ser dito por alguém para um amigo que estava a ponto de dar pista sobre algo de muito bom que está “pintando”, mas que deve ser de conhecimento de poucos.
AMORCEGAR – Retardar (o jogo, o serviço), ganhar tempo “Contratei o cara para ele fazer a calçada mas ele ficava amorcegando tanto que eu resolvi fazer eu mesmo”.
ARIGÓ – O mais desqualificado trabalhador da construção civil
ÀS BRINCA – O contrário de “às ganha” trata-se da qualidade de um jogo em que as apostas não serão consumadas, em que ninguém vai cobrar do perdedor, em que ninguém apanhará de verdade, etc. E do universo da bolinha de “gude” (v.), em primeiro lugar.
ÀS GANHA – O contrário de “às brinca” (v.); designa a aceitação de que as regras combinadas ou tácitas são pra valer mesmo, e se alguém perder no jogo algumas bolinhas de gude, elas serão de fato transferidas de dono.
ATROLHO – confusão, excesso, balbúrdia indesejável. Uma festa muito cheia de gente é um “atrolho”.
AZAR DO GOLEIRO – Sim, todos sabemos que o azar é do goleiro, mas a expressão é usada fora do futebol, quando alguém quer dizer que dane-se quem tiver que se danar.
AZEITE – O mesmo que “azar”, e dito com o mesmo gosto pela penúria de quem está sofrendo.
BÁ – Muitas vezes escrito bah, significa tanto aprovação quanto desaprovação; já se disse que é uma redução de
barbaridade, palavra com a qual o resto do Brasil nos identifica, em vários sentidos. Muito usado como fala de aprovação enfática a algo feito ou dito: “Mas bá” quer dizer “tu tens toda a razão”, “pode crer”, “é isso aí”. A expressão “Bá, tchê” equivale, nos termos paulistanos, a “Ôrra, meu”: tem função mais ou menos apenas retórica.
BALACA – “Onda”, “banca”, “conversa- mole”. Quando se quer dizer que um sujeito é muito conversador
BALEADO – O que está estragado, em sentido amplo. Um carro velho, comido de ferrugem, está “baleado”. Um sujeito velho e/ou doente também.
BEM NESSAS – Expressão de concordância com os termos anteriormente mencionados.
BERGAMOTA ou BERGA- Aquilo que no restante do país se chama de tangerina.
BIBOCA – Local pequeno, cidadezinha, vila, distrito; também designa locais de difícil acesso, bairros afastados, ou locais de má fama.
BOLACHA – Nem preciso dizer
BORRACHO – Bêbado
BRANQUINHO e NEGRINHO – Beijinho e brigadeiro, nada a ver com pedofilia.
CACETINHO – Pão francês, não se sabe o motivo de chamar assim.
CAGAÇO – Medo, susto
CAMAÇADA DE PAU – Uma verdadeira surra
CAPAZ – Resposta negativa sintética, de alta expressão e de grande uso: – Tu vai lá? – Capaz.
CEMITÉRIO – Prato extra que se põe nas mesas em que se está comendo churrasco para deixar os ossos.
CHIMA – Apelido do chimarrão
CHINA – Termo gauchesco para mulher, de uso menos positivo que negativo:
CHINELÁO – Termo altamente depreciativo, um xingamento forte. Chamar alguém de chinelão equivale a dizer o insultado é bagaceiro, pobre, mal arrumado, descomposto, mal educado, tudo isso junto.
CHURRA – Churrasco
CORTAR OS NAIPES – Acabar com a festa de alguém
DAR NOS DEDOS – Vencer gloriosamente o oponente, tanto faz se num debate ou num confronto qualquer
DAR UM CAMBÁO – Dar um golpe
DE PRIMA – De primeira
DEUSDE – Pronúncia popular para”desde”.
ENGRUPIR – Enrolar.
FOI PRO SACO – Se algo”foi pro saco”, acabou, morreu, deixou de ter relevância.
Meu post terminou aqui, só fui até a letra F depois deu preguiça.
Trechos retirados do Dicionário de Porto-Alegrês, Luís Augusto Fischer.