Semana do Saldão – Aquaman

Ofertas incríveis.

A ideia dessa semana é desafogar alguns posts que ficaram de sair no ano passado mas acabaram sendo deixados para depois por razões várias e geralmente injustificáveis, alguns já estavam quase prontos até.

Tenho plena consciência de que usar “desafogar” num post sobre o Aquaman tem várias implicações e afirmo que isso não tem relevância. Não pensei em usar como piada até depois de ter terminado o texto.

Mas vamos seguir.

Como praticamente todas as pessoas do planeta, eu não colocava fé no filme do Aquaman. Não adianta alguém dizer que acreditava porque é mentira. Eu sei disso. Você sabe disso. Minha tia Ermínia sabe disso.

Só que estavam todos errados.

A historia se passa depois dos eventos de Liga da Justiça e começa com Aquaman invadindo um submarino russo que foi abordado por piratas. Lá ele age como um babaca e acaba levando à morte de um deles, cujo filho vai procurar se vingar assumindo a identidade de Arraia Negra.

Nisso, Aquaman é procurado por Mera, que pede que ele intervenha nos planos de seu meio irmão Orm, rei da Atlântida que pretende unir os outros reinos submarinos e começar uma guerra com a superficie.

Aquaman a principio caga para isso, já que culpa os atlantes pela morte de sua mãe (há alguns flashbacks mostrando como o faroleiro Tom Curry encontra a rainha Atlanna), mas acaba se envolvendo mesmo assim e passa a procurar .

 

Eu também seguiria uma ruiva dessas para o meio de um deserto. Talvez até para Cidade Tiradentes.

 

Um ligeiro parenteses. Não é de hoje que filmes de super heróis padecem de bons vilões. Killmonger e Loki no primeiro Thor são os únicos que merecem algum destaque. Não me venha com Thanos. O plano dele é mais ridículo que o do Lex Luthor em Man of Steel.

Não é o caso do Orm/Mestre dos Oceanos, que tem uma boa motivação tanto para atacar a superficie quanto para lutar contra o Aquaman. A escolha de digamos, inverter a palheta de cores do Mestre dos Oceanos (moreno dos gibis, loiro aqui) e do Aquaman foi bem bolada.

Já o Arraia… por mais que o visual dele seja meio ridículo, não posso negar que coloco ele no hall dos vilões realmente perigosos. O ódio do cara levou ele a matar um bebê à sangue frio. É de virar o estomago.

 

Fora o fato que a verdadeira Mary Poppins está aqui e não no filme que estreou quase junto deste.

Visualmente o filme é impressionante. E não falo só das cenas embaixo d´água. Há cenas muito bonitas em outros momentos, com um bom efeito dramático e momentos que parecem capas ou ilustrações de página dupla, com certeza ajudado pelo fato que Momoa até agora, é um dos poucos atores que tem realmente o porte físico de um personagem dos quadrinhos.

 

Juro que ouvi alguém falando na fileira da frente “Não sei onde está mais molhado, no filme ou aqui.”

 

 

Falando nisso…

Não era possivel mesurar o meu desgosto por Jason Momoa. Tanto por ser um ator limitado quanto por simplemente não ter ido com a cara do sujeito desde Stargate Atlantis (Atlantis…. é… lembrando também que os cimérios são descendentes dos atlantes).

Mas ficou claro como ele acabou funcionando como Aquaman, naturalmente mais aqui do que em Liga da Justiça. O cara parece muito à vontade no papel.

Isso é o que chamo de “efeito Chris Evans”, quando um ator mediocre acaba se encontrando ao ser bem dirigido. O mesmo acontecendo com Amber Heard, que consegue entregar uma ótima Mera, capaz de chutar bundas tanto quanto o Aquahomem.

 

 

A trilha sonora também se destaca positivamente, outro fator pouco comum nas produções mais recentes de super heróis, conseguindo criar um raro leitmotiv, algo que parece estar sendo deliberadamente evitado de uns tempos pra cá.

Claro, uma das coisas que me fizeram dar uma torcida de nariz são alguns diálogos, mais bregas do que o necessário ou o fato que a treta toda da poluição, basicamente o motivo do Mestre dos Oceanos iniciar o ataque à superfície acaba sendo pouco explorada.

Só não dá pra negar o mérito do diretor, James Wan. É possível notar o estilo do cara, principalmente nas cenas de ação, onde ele mostra que conhece seu métier. E a reação do sujeito quanto ao desempenho do filme, aos críticos do filme e as pessoas criticando dos críticos me fez ter mais respeito por ele: “Se Aquaman não funcionar, me culpem.” e principalmente :

Chegou ao meu conhecimento que algumas pessoas estão sendo assediadas por alguns fãs
por não gostar de Aquaman. Por favor, não faça isso. Não é o tipo de apoio que eu 
quero. Seja respeitoso. Vice-versa, é ok não gostar do meu filme, mas não há 
necessidade de me atacar pessoalmente ou me acusar de ódio "

Minha nossa. Isso é uma reação absurdamente longe de Paul Figs ou Rian Johnsons da vida, para quem seus críticos são manbabies misóginos cefalópodes.

O poder do diretor parece ser uma das diferenças principais na abordagem da Warner e da Marvel quanto à condução de seus universos cinematográficos. A Marvel conduz os filmes num gerenciamento de estúdio, com os diretores pouco podendo sair da fórmula que já se mostrou bem sucedida, por isso essa semelhança de tom entre os filmes . Já a Warner (não DC, a editora apita pouco nos filmes) entrega mais poder ao diretor. O que pode ser tanto um problema quanto uma benção.

 

O poder do diretor também pode atrair multidões. Seu desempenho sob a água é questionável no entanto.

 

É até estranho de pensar que uma das maiores piadas dos quadrinhos, Aquaman, conseguiu esse feito. Quer dizer, a maioria das pessoas o associa à super amigos ou as sátiras dele tipo Frango Robô ou Family Guy e não ao fodão que apareceu nos gibis, principalmente nos últimos anos. É, para quase todo mundo, “o cara que fala com peixes”. Como se invocar tubarões ou o Cthullu não fosse suficientemente foda. Até o barulho do poder é igual ao dos velhos desenhos. Tem muitas dessas pequenas referencias, como o cavalo marinho gigante e o polvo baterista.

Lembrando da comparação que o amiche Luis fez no Geekburguer. É como o filme do Bob Esponja.

Então é bom pra caralho.