Para encerrar essa semana de longe.

Hoshi no Koe ou Voices from a Distant Star foi o primeiro trampo importante de Makoto Shinkai, que assina também Kimi no Na wa, e que tem gente dizendo ter potencial para ser o próximo Hayao Miyazaki, o que diga-se de passagem, é uma boa razão para checar o trabalho do cara.

Aqui no caso é um curta metragem focado em Mikako e Noboru, dois estudantes colegiais, que estão naquela fase de serem mais que amigos mas menos que namorados.

Em 2046 quando é declarada guerra contra os alienigenas Tarsians, Mikako é recrutada e enviada para combate enquanto Noboru permanece na Terra. Eles continuam se comunicando por mensagens, com um tempo de resposta cada vez maior conforme a nave de Mikako, a Lysithea, se afasta cada vez mais, de Marte para Júpiter, Plutão, e finalmente começando a perseguir os Tarsians em saltos espaciais cada vez mais distantes.

O clima do anime é melancolico, uma especialidade de Shinkai, com os personagens ficando mais e mais amargurados com a distancia, não só fisica, mas cronologica que começa a afeta-los, pois os saltos mantém Mikako com a idade que tinha quando se alistou e Noboru vai envelhecendo.

Enquanto algumas partes da animação não ficam boas, outras, como a direção em si, demonstram um grande cuidado e talento na sua condução e a trilha sonora também é excelente.

Algum tempo depois foi lançado um mangá que expande algumas coisas, como os detalhes da maneira que Mikako usa as antenas de comunicação da Lysithea para amplificar o sinal de seu celular e continuar a se comunicar, como possivel, com Noboru.

É um daqueles casos que o sujeito que queria ver o trabalho feito, literalmente fez tudo. No caso, Shinkai fez tudo aqui, desenhos, tudo. Na primeira versão inclusive as vozes foram feitas por ele e sua noiva. Depois do sucesso do anime, foram contratados dubladores profissionais.

Shinkai consegue juntar boas cenas de ação com sensibilidade em momentos bem intimistas de forma que pouca gente consegue fazer direito. Então foi uma boa surpresa.