Semana das mangakás – Mahoutsukai no Yome

Magus era o segundo melhor personagem em Chrono Trigger.

 

Mahoustukai no Yome, ou The Ancient Magus’ Bride é a prova que a mentalidade que infesta algumas grandes editoras de quadrinhos cujos nomes começam com “M” é infecta, para não mencionar imbecil.

Afinal, a autora Kore Yamazaki mostra um profundo conhecimento de lendas e mitos europeus, e é plenamente capaz de escrever sobre uma cultura que não é a sua, e com talento. A noção que só uma pessoa de determinado grupo poderia  escrever sobre esse grupo é asinina.

Mas vamos à historia.

Chise Hatori está numa situação pouco comum, sendo vendida como escrava num leilão oculto. Com enfase no “oculto”, já que diversos seres sobrenaturais e sociedades misticas secretas então interessadas nela. Isso porque Chise é uma “sleigh beggy”, um humano com um tipo imenso de potecial mágico.

Ela acaba sendo comprada pelo estranho e inumano mago Elias Ainsworth, que anuncia que irá se casar com ela, e ajuda-la a controlar sua situação, já que esse poder mágico que Chise possui irá enventualmente mata-la. Outro fator incomum é o fato de que foi a própria Chise que se ofereceu para ser vendida.

 

 

Afora os personagens muito interessantes, uma das melhores coisas é a caracterização dos seres misticos. Há toda uma fauna de seres que já conhecemos da cultura em geral, mas feitos de uma forma muito mais próxima à suas raizes mitologicas do que costumam ser retratados.

Ou seje, perigosos.

O contato com seres misticos, mesmo os costumeiramente retratados como benéficos, como fadas por exemplo, é cheio de regras e normas, que, se desobedecidas, podem trazer consequências no minimo desagradáveis. Historias de mitologia das ilhas britanicas, em particular as irlandesas, são cheias de exemplos estranhos e pessoas que se fuderam ao interagir com os Fae.

 

Essa é a Silky que cuida da casa de Elias. Essa espécie considera receber roupas um grande insulto, deixando de ser útil na casa para se tornar um problema.

 

Embora não seja um desenho pesado, há uma certa melancolia ao redor dele, algo dificil de discernir, mas palpável durante os episódios.  A historia consegue equilibrar bem isso com passagens de horror e momentos mais leves.

A principio assisti por estar intrigado com o visual de Elias, mas a historia e como já mencionei, a caracterização, me mantiveram assistindo os 24 episodios do anime. O mangá tem 9 volumes e continua indo e é uma boa ideia para ver algo diferente.

 

 

Meio que como uma historia da Vertigo, quando o selo ainda tinha qualidade.