Semana da Morte no Espaço – Star Wars O Ultimo Jedi
Talvez um nome adequado.
Devido a uma soma de falta de tempo e o fato de que créditos da Republica não serem aceitos no sistema onde habito, apenas essa semana consegui assistir Star Wars: the last Jedi.
Foi meio que sorte, porque eu estava tendo dificuldades com o ultimo post dessa semana temática e as coisas coincidiram. Ou talvez tenha sido a Força.
Vamos colocar algumas coisas já às claras: nunca fui um fã devotado de Star Wars, não do tipo de saber nomes obscuros ou com um profundo conhecimento do Universo Expandido, seja o novo, seja o velho.
Sempre preferi Star Trek.
No entanto, esse filme está gerando um fenômeno que nunca percebi nessa franquia. Uma divisão brutal, não apenas entre publico e critica, algo quase comum atualmente, mas no próprio publico.
Uma das razões que ouvi muito é a já conhecida chatice dos fãs, os de Star Wars são particularmente dificeis de agradar. E seria justamente a ação desses caras que estaria dando tamanha má fama e falação negativa do filme.
No entanto…
No entanto há dois fatores que divergem dessa hipótese e me fazem pensar que não é tão simples assim.
Desde o começo da série da Disney, os produtos da série parecem estar tendo uma saída muito menor do que a projetada.
Há videos de colecionadores, não colecionadores de Star Wars, mas de brinquedos em geral,mostrando grandes lojas com estoque de bonecos ainda de Force Awakens, mais de dois anos atrás, ou até os mais novos sendo vendidos já nas bacias de 1 dólar. As crianças parecem estar consumindo menos a marca. Crianças pouco cagariam para reclamações de quem quer que seja.
E o outro fator é o que rolou na China. A explicação que os fãs devotados do material velho que estão causando problemas ao filme não cola ali. Mesmo os chineses sendo grandes consumidores de sci-fi, Star Wars não tem tanta historia cultural ali, o peso do nome. E o filme foi completamente removido dos teatros em umas duas semanas, após uma queda brutal de bilheteria. Embora o problema lá possa ser outro. Baizuo seria a palavra para isso.
A coisa foi tão grave que o próximo filme da franquia deve estrear por lá sem o nome Star Wars no titulo, pra não queimar a largada.
Mas a verdade é que filme é ruim ,se você pára para pensar nele.
Os buracos no roteiro parecem grandes o bastante para passar com um destroier imperial por eles.
Se Poe Dameron não tivesse feito o ataque ao Dreadnought imperial, a fuga da Resistencia teria acabado bem antes, pois seriam atacados com muito mais poder de fogo. Mesmo assim, ele leva um tapa da Leia e a vice almirante Holdo resolve cagar para ele e não se digna a explicar o plano, coisa que, se tivesse feito, Dameron não teria ajudado Finn e Rose a sairem naquela missão.
E um pedaço bem grande e inutil do filme poderia ter sido cortado.
Se o sistema de hiperespaço pode ser usado daquela forma, como arma, por que não usam naves não tripuladas nessa forma de ataque, que praticamente ultrapassa qualquer escudo? Porque não usaram isso antes e salvaram as outras naves e tripulantes?
Se o diretor tem que usar um livro que a própria disney tirou do canon para explicar coisas como a projeção pela Força que o Luke usa, é um sinal que seu roteiro e seu filme tem problemas.
O que aconteceu com os bombardeiros Y-wing? Por que usar aqueles bombardeiros ridiculos e ainda voando numa formação tão cerrada que a destruição de um causou a explosão dos restantes?
E são só algumas, cada cinco minutos desse filme desnecessariamente longo fazem aparecer mais incongruências, não só com informações do filme como com outras coisas que sabiamos sobre aquele universo.
Resolver algumas coisas com 3 anticlimaxes, a luta de Luke contra Darth Gollum, Luke jogando o lightsaber que Rey entrega para ele no fim de Force Awaken e o misterio dos pais dela, isso me me lembrou chrono cross, aquela coisa do ovo diretor chegando e mijando no poste para mostrar quem manda agora no lugar.
O fato de que praticamente nenhuma das perguntas de Force Awakens tinha respostas com certeza ajuda. Foi mais fácil dar uma resposta qualquer e foda-se. Eu gosto do fato da Rey não ter uma previsivel relação com os Skywalker ou algum outro personagem da historia. Mas simplesmente jogar a informação assim foi bem filha da puta.
Há algumas coisas legais, o próprio Kylo Ren tendo uns acessos de raiva, menos que em Force Awakens, entretanto, para mim faz sentido, já que a coisa toda dos Sith é a emoção exacerbada. Mas é pouca coisa e muito pontual.
Tem boas cenas de ação, o minimo que se espera da franquia, mas os personagens ainda são o ponto mais fraco. E esse parece ter sido o problema crucial. Em particular o descarrilhamento dos personagens clássicos. Mark Hamill foi bem vocal a respeito disso, mas alguns dias depois se retratou dizendo er sido “mal interpretado”. Claro que o fato do contracheque dele vir assinado pelo rato mais litigioso do mundo não tem relação alguma com isso.
Um dos principais temas do filme diz que, divinizar seus heróis é um erro, quando você percebe que eles podem não ser tudo o que você pensava. O problem é que a forma como isso é colocado parece ser dirigido justamente para os fãs, os caras que mantiveram interesse nessa porra durante os anos 80 e 90. Parece um movimento errado.
No fim das contas fica um filme que pode até ser divertido, por causa das frequentes cenas de ação, mas não empolga, flertando perigosamente com a classificação da trilogia Eps I, II e III em quesito de apreciação e até ultrapassando esses infames filmes em outros fatores desagradáveis.
Sem querer ser mal agradecido com quem me convidou, mas teria sido um dinheiro mais bem gasto com outro filme. Talvez Peixonauta.