Review Legend of the Galactic Heroes – As verdadeiras guerras nas estrelas

Responda rápido. Qual a maior saga espacial de todos os tempos?

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Não importa se você respondeu Star Wars, Star Trek, Macross, Galactica, Fundação ou Infinity (pfff… BWAHAHAHAHAHHAHAHAHA). Não é sobre nada disso que vou falar. Em questão de “Saga”, essa dá uma surra de pica em todas elas.

Legend of the Galactic Heroes trata da história da humanidade no distante século 36, mais ou menos. Inúmeros planetas ao redor da galáxia foram terraformados (pra que tiver preguiça, é o processo de adaptar um planeta para a vida humana, mudando sua atmosfera e outras condições. Agora você sabe uma palavra nova. Use em todas suas conversas) e atualmente a raça humana está basicamente dividida entre duas forças opostas, o Império Galáctico, aqui um império de verdade, com nobres e tals, e a Aliança dos Planetas Livres (ou Aliança Livre dos Planetas), que é democrática. Ah sim, no meio desses poderes titânicos, está o planeta-estado do Dominio Phezzan, que se manteve neutro e faz comércio com os dois lados, a despeito de não ter muito poder militar, tem um grande poder econômico.

 

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Vermelho, o Império. Azul, a Aliança. Tem uma razão para as batalhas ocorrerem principalmente nos pontos onde as fronteiras se tocam.

O Império e a Aliança estão em guerra à cerca de 150 anos, numa guerra que tem momentos mais “quentes” e “frios” com as agressividades se tornando mais comuns. Na época da história, um dos momentos “quentes”, duas personalidades estão se destacando e de certa forna mudando os rumos da guerra. Do lado do Império está Reinhard von Müsel, da baixa, muito baixa, e isso será importante, nobreza. Quando era criança, sua irmã foi vendida pelo pai para se tornar concubina do Imperador, e sua determinação em recupera-la guiou seus objetivos em busca de poder,ao lado de seu amigo de infância e posteriormente braço direito, Siegfried Kircheis. Pela Aliança está  Yang Wen Li, que entrou no exército para bancar seus estudos, pois quer ser historiador.

 

Ambos são gênios militares e se destacam cada vez mais dentro de seus “países”. Yang se tornou o Herói de El Facil, e graças a sua incrível ação para evacuar o planeta passou a ser conhecido como “Yang o Milagreiro”. É sua especialidade, arrancar a vitória das mãos da derrota ou pelo menos, tornar a derrota menos custosa. É um cara humilde, que não gosta dos fatores políticos e tem dificuldade em lidar com sua fama de herói de guerra. Reinhard, conhecido como Leão Dourado (ou Pivete Dourado pelos seus rivais e inimigos no Império), é um estrategista especialista no macro gerenciamento do campo de batalha, sua personalidade é o oposto do calmo Yang, irritável, ambicioso e um politico habilidoso. O caminho de ambos se cruzam algumas vezes, não pessoalmente mas ao mesmo tempo que se vêem como adversários, tem um tremendo respeito um pelo outro.

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As batalhas são emocionantes, mas não num sentido “Star Wars”, como eu disse aqui as coisas são em escalas muito maiores, com frotas imensas, com milhares de naves combatendo, a estratégia e a tática são realmente importantes, nada de “um fazendeiro numa naveta destruindo uma estação espacial”. Na verdade, em boa parte da ação de combates estamos vendo radares e diagramas das frotas. Mas acredite, dá pra sentir a tensão quando o sensor mostra as naves diminuindo de número.

Boa parte das animações são assim, com milhares dessas pequenas luzes sumindo.

ISSO George Lucas, é como são batalhas entre frotas.

 

É uma série longa, nascida de Light Novels (livros com ilustrações, muitos mangás/animes começam aí), com 110 episódios, mais os OVAs e filmes. De forma que vou resumir as coisas assim:

Não espere ver alienígenas. A galáxia é humana. Somos a única forma de vida inteligente.

Não espere ver vilões ou heróis. Na verdade nem tanto mas, não dá pra taxar a maioria dos personagens como uma coisa ou outra. É possível ter mais simpatia ou algum deles, mas são todos humanos normais, com falhas de caráter e qualidades. Têm realmente alguns mais bidimensionais, mas são raros. Desprograme seu cérebro de pensar que “Império é mau, democracia é bom.” Uma democracia corrupta é pior que um império esclarecido. Talvez. É uma das dúvidas que alguns personagens acabam tendo.

Espere ouvir uma trilha sonora foda. A maioria das batalhas são travadas ao som de música clássica. Ou Strauss e Tchaikovsky não estão de boas pra você? Talvez prefira Latino e Nickelback.

Enterprise o caralho.

Enterprise o caralho.

 

Espere ver muita politicagem e intriga. Certa vez chamei a série de “Game of Thrones no Espaço”. Embora não tenha o mesmo nível de violência, claro, e o sexo, uma boa parte das batalhas começam a ser vencidas ou perdidas longe do campo de batalha, nas intrigas palacianas ou mesmo nas urnas.

Mas o começo do relacionamento desses dois é digno de Westeros.

Mas o começo do relacionamento desses dois é digno de Westeros.

Mantenha o rastro dos personagens. Há muitos, MUITOS personagens, (não se preocupe se você for burro, os autores pensando em você costumam mostras legendas quando os personagens aparecem, várias vezes até, mesmo os principais). É comum até o ponto de vista ir mudando para outros personagens durante os capítulos. Eu diria que uns 20 são realmente vitais para a trama, mas mesmo os menos importantes estão ali para algo. O que me leva para outro ponto.

Não espere muitos fillers, você sabe, a já conhecida encheção de linguiça. Estranho para uma série tão longa, ter tão pouco disso,  mas é assim mesmo. Mesmo os episódios que poderiam ser considerados filler, na verdade são pra lá de interessantes, pois contam a história da raça humana, desde a saída da Terra, até a fundação do Império (e porque ele é cheio de nomes alemães), a Fundação da Aliança, o começo das hostilidades e mais.

Uma boa razão para usar um machado no espaço? Que tal "Descompressão Explosiva"?

Uma boa razão para usar um machado no espaço? Que tal “Descompressão Explosiva”?

Enfim, se você quer ver uma animação adulta, com uma história de guerra calcada principalmente em ficção cientifica mais hard (mais realista, menos space ópera), personagens realmente cativantes, tire um tempo, um bom tempo para ver essa saga. Isso vale principalmente para aqueles que assistiram/assistem, Bleach, Naruto ou One Piece e aguentam 200 ou mais episódios de punhetação. Vocês não tem desculpa para deixar passar uma série que NÃO traz mau nome para a animação japonesa.

Seus pulhas.

Zweist
09/12/2013