Review Gamer- 007: Quantum of Solace

O James Bond que o Seu Madruga aprova!

Antes de mais nada, devo avisar que não sou um gamer maníaco que joga todos os lançamentos do mercado e tem todo console novo que sai a cada 5 ou 10 anos. Não, não é que eu não goste de jogar vídeo-game, é mais a questão financeira mesmo. Os único consoles que eu tive na vida foram um Nintendinho 8-Bits, isso quando o Super Nintendo já estava próximo de sair de linha, e um Playstation 1 que minha mãe deu de presente conjunto pra mim e meu irmão, e o mesmo foi roubado uns 3 anos depois. Cheguei a ter um Nintendo 64 que troquei por uns mangás mas o console já havia saído de linha há algus anos e não era fácil achar cartuchos pra aquele troço. Então vendi e comprei um tênis! Desde então, não tive console nenhum, pois tudo que saia era muito caro. Cheguei a jogar algumas coisas no Dreamcast e PS2 em locadoras de video-game e só voltei a jogar algo de novo quando comprei meu primeiro notebook em 2010 por necessidade de ter um computador pra faculdade. Isto posto, você que é um veterano no mundo dos games, não se incomode se eu me mostrar impressionado com jogos que você considera simplórios ou mesmo ruins. Pra mim, GTA San Andreas era o ápice dos jogos até uns anos atrás e GTA V era a evolução suprema dos video-games. Sim, eu sou o que se chama de “noob”, mas é porque a vida quis assim.

Se você me entregar um controle de vídeo-game moderno, eu vou jogar com a mesma destreza com que essa moça segura um ferro de solda.

Outra coisa que preciso avisar é que nunca fui grande fã de James Bond. Pra mim, todos os filmes eram sempre a mesma coisa, um almofadinha que combatia terroristas sem se despentear ou amassar o terno. Nunca vi um único filme do Pierce Brosnan porque, pra mim, ele é o James Bond almofadinha supremo! Mas aí veio 007: Cassino Royale em 2006 com Daniel Craig no papel do agente britânico. Seu 007 não se preocupava em usar terno o tempo todo, era bruto, resolvia tudo na base da violência, provou que o parkour é o método de fuga menos prático no começo do filme, já que bandido pulava paredes e ele simplesmente as ARREBENTAVA na base da ombrada, e quando não tinha jeito de resolver algo com classe, garbo e elegância…ele destruía tudo da maneira mais megalomaníaca possível! Em outras palavras, ele era o homem perfeito segundo as imortais palavras de Seu Madruga: Feio, forte e formal! Eu ADOREI esse novo James Bond com uma pegada meio John McClane e acompanhei todos os seus filmes até agora (confesso que as vezes me perco nas tramas porque o que eu quero ver são as cenas de ação vertiginosas e cheias de destruição).

Pois bem, entediado estava eu de jogar GTA V pela porrilhenésima vez e queria jogar algo novo. Comecei a jogar F.E.A.R. e foi até divertido. Aí fui jogar F.E.A.R. 3 e achei o jogo chato e repetitivo. Procurei outro jogo de ação e aventura e descobri que haviam dois jogos estrelados pelo Tiririca Bond. Baix…COF,COF,COF…COMPREI ambos e joguei e hoje falarei do primeiro deles, 007: Quantum of Solace.

Lançado em 2008, 007: Quantum of Solace foi o primeiro jogo do agente secreto para os consoles da nova geração da época e também o primeiro jogo do personagem produzido pela Activision. Apesar de ter o mesmo título do segundo filme estrelado por Daniel Craig, o jogo engloba a trama de Cassino Royale também. Aliás, o jogo se foca MUITO MAIS em Cassino Royale que em Quantum of Solace, talvez pelo primeiro filme não ter ganhado jogo e ser meio tarde pra lançar um focado nele. O jogo é um first person shooter (“primeira pessoa chutando”, pra quem não é fluente em inglês como eu, apesar de ele quase não chutar ninguém, mas atirar muito…) com alguns momentos de quick time event que quase me deram uma úlcera. Mas disso falarei mais adiante.

Na trama do jogo…ééé…acontecem uns lances aí. Eu disse que eu não prestava atenção nas tramas dos filmes, você achou mesmo que eu ia prestar atenção na trama do jogo baseado nos filmes? Fala sério! Eu só queria atirar em gente de mentirinha! Vai ver a trama na wikipédia, eu não ganho nada pra isso, não vou me dar a esse trabalho! Sim, hoje estou chato…

Tá, tá…eu dou um resumo! Uns terroristas fizeram uns negócio aí e James Bond (do Tigrão) tem que ir lá descobrir qual a treta. No meio do caminho ele conhece umas mina que tem a ver com a parada e acaba se apaixonando pela Eva Green que acaba morrendo por causa das paradas lá e ele vai atrás da galera que matou ela e recebe ajuda da outra mina que também tinha umas treta pra resolver com a galera do mal. Só que a linha cronológica do jogo é não linear, então Eva Green morre no meio. Mas o importante é que ele mata um monte de gente e destrói um monte de coisas. Fim da sinopse! Pronto!

O jogo é bem simples em sua proposta mas muito divertido. Vá do ponto A ao ponto B tentando ser o mais discreto possível. Mas, se não der…MATE TODO MUNDO! E eu ADOREI isso! Eu DETESTO missões stealth em jogos, só consegui gostar de um jogo assim a minha vida toda, que foi Metal Gear Solid, que joguei a exaustão quando tinha meu saudoso PS1. Mas eu gosto mesmo é do caos, destruição, dedo no cu e gritaria em meio a tiroteios loucos e alucinados! E isso o jogo me entregou! Se eu era visto…FOLODA-SE! Nada de game over! Apenas MATE TODO MUNDO E DESTRUA A PORRA TODA NO PROCESSO!

O personagem consegue andar com até 3 armas diferentes e até dois tipos de granadas. O jogo é em primeira pessoa, mas assim que você procura cobertura atrás de algum lugar, a visão fica em terceira pessoa. Alguns cenários são maravilhosos, como as ruas de Siena, na Itália, onde você tem pequenos momentos Mirror’s Edge pulando de prédio em prédio pra tentar pegar um bandido. Mas, como eu disse antes, parkour não é o forte do 007 e ele passa a destruir uma torre da cidade só pra pegar o cara. Os inimigos são numerosos e as vezes você precisa sair de um lugar com um timer contando e tem que atravessar uma chuva de bala e matar a galera enquanto corre ou então a porra toda explode. É agoniante e as vezes te deixa puto, mas é um desespero divertido.

Tá vendo aquelas duas torres lá no fundo? Elas não vão ficar muito inteiras até o fim dessa fase não…

Agora, o que não é divertido DE JEITO NENHUM são os quick time events! Aqui, ao contrário de outros jogos, você não aperta botões que aparecem na tela. Dois alvos aparecem na tela e você tem que centralizar um no meio do outro e apertar o botão de tiro pra poder executar a ação corretamente. O problema é que o alvo que você precisa apertar NÃO PARA QUIETO NA TELA! É UM INFERNO E TEVE UMA PARTE QUE EU TIVE QUE REPETIR UMAS DEZOITO VEZES A PORRA DE UMA LUTA POR NÃO ACERTAR TODOS OS COMANDOS! É O INFERNO NA TERRA EM FORMA DE QUICK TIME EVENT!

Centralizar esses dois alvos é um martírio…

Outro ponto negativo vem em uma decisão bizarra da Activision. 007: Quantum of Solace teve lançamento para PS2, PS3 e PC. A exemplo de Wolverine: Origins, a versão do PS2 é bastante diferente da de PS3. Na verdade, não tão diferente quanto o jogo do Wolverine, já que os jogos do carcaju canadense são praticamente dois jogos diferente. No caso de 007: Quantum of Solace a versão para PS2 além de ser em terceira pessoa tem a mesma base mas com um ar mais simplório, tanto em cenários, quanto em “pirotecnia”, por assim dizer, pois existem bem menos destruição nos cenários em meio a ação que na versão de PS3. Ainda assim, parece bem divertidinha também. A versão que foi levada ao PC obviamente é a do PS3. O grande problema eu descobri da pior maneira possível. Coloquei o jogo pra testar mas me empolguei e joguei seis estágios inteiros, até que precisei sair. Ao voltar, fui retomar o jogo e acabei descobrindo…que o jogo NÃO TINHA SAVE GAME! Foi então que dei uma pesquisada e descobri que a opção de login no Windows Live que apareceu durante a instalação e que eu ignorei, era necessária pro jogo poder salvar. Sim, um troço que a Microsoft matou em 2012 era necessário pra salvar o jogo. Por sorte, bastava inventar qualquer coisa na hora de preencher e tava tudo bem.

Um negócio que me deixou encucado é que o jogo termina de maneira brusca. Você termina a ultima missão que tem a ver com o filme aí tem uma cutscene mostrando que James Bond vai invadir um lugar pra pegar um cara, você se ajeita na frente do PC pronto pra ação e…BAM! Começam a subir as letrinhas ao som do tema do personagem. Eu pensei que tinha uma fase final só pra quem jogasse em dificil, mas não é o caso. O jogo simplesmente termina com essa história em aberto.

Enfim, 007: Quantum of Solace é um jogo simples e divertido, com muito tiro, pouca porrada (graças aos MALDITOS quick time events DE MERDA) e muita bomba. Ele só não é mais divertido que sua sequência, 007: Blood Stone, que tem uma história exclusiva pro game e do qual falarei em um próximo post. Mas se me divertiu, cumpriu seu dever!

Nota: 7,0