Review Ciclico- Liga da Justiça Dark: Gerra de Apokolips.

♫♪NESTE CIIIIIICLOOOO….NESTE CICLO COM FIIIIIM!!!♪♫

Pois é, negadinha, eis que foi lançado Liga da Justiça Dark: Guerra de Apokolips, filme que FINALMENTE fecha esse ciclo cheio de baixas e poucas altas nos longas animados da DC baseado nos Novos 52.

Tendo como prelúdio o ÓTIMO Liga da Justiça: Ponto de Ignição de 2013 e começando de fato com o medíocre Liga da Justiça: Guerra de 2014, essa fase baseada nos Novos 52 veio cheio de falhas tanto na qualidade das histórias quanto na qualidade técnica, sendo essa segunda a parte mais gritante durante toda essa fase. Em primeiro lugar tivemos a padronização do traço nos filmes, coisa que eu DETESTEI pois uma das coisas que mais me animava nos longas animados da DC é que cada um tinha uma identidade visual única, você nunca via o mesmo personagem ser retratado do mesmo modo em dois filmes diferentes, o maior exemplo disso está no Superman com cara de Nicolas Cage em Superman: sem Limites. Outra coisa que eu adorava era ver o character design dos personagens nas animações tentar emular o traço dos quadrinhos de origem, como em Batman: Ano Um, Batman: O Cavaleiro das Trevas, Grandes Astros Superman, Superman e Batman: Apocalipse e, em uma escala menos honorável, Superman e Batman: Inimigos Públicos.

O Super com cara de Nicolas Cage em Superman: Sem Limites.

Em segundo lugar, tivemos a queda gritante na qualidade das animações. Até Liga da Justiça: Guerra a animação era fluída, as cenas de ação eram dinâmicas, bem animadas e bem coreografas. Depois disso, foi só ladeira abaixo. Personagens que deslizavam pelo cenário sem peso, lutas com movimentações duras e pessimamente coreografas muitas vezes com uma camera estática, carros em CG vagabundo que escorregavam pelos cenários…uma bagunça só! O respiro eram os longas independentes desse universo, como Batman: 1889, Batman vs Tartarugas Ninja, Batman: Assalto ao Arkham, Liga da Justiça vs O Quinteto Fatal e Liga da Justiça: Deuses e Monstros. A parte que piorava tudo eram os longas solo do Batman que se passavam nesse mesmo universo e se focavam DEMAIS em Damien Wayne.

Percebam os personagens deslizando no chão nos segundo iniciais. Esse erro se repetiria mais grosseiramente em outros longs animados lançados posteriormente.

Liga da Justiça Dark: Guerra de Apokolips sai um pouco dessa zica de qualidade técnica horrorosa mas esbarra em uma história cheia de “Ok, eu já vi isso antes nos filmes anteriores…”. Vi muita gente, sobretudo fãs da DC, elegendo esse como “O MELHOR LONGA ANIMADO DA DC DE TODOS OS TEMPOS” e chamar isso de exagero é pouco!

Ante de mais nada, uma pequena sinopse: Em mais uma tentativa de tomar a Terra, Darkseid lança mão de sua ultima arma biologica, os Paradooms, Parademônios cruzados geneticamente com o DNA de Doomsday, nosso velho conhecido Apokalypse. O resultado é a dizimação da Terra com a morte da maioria da população mundial e dos super humanos. Agora Superman, sem poderes devido a uma tatuagem de kriptonita em seu peito, um presentinho de Darkseid, e Ravena, que está enfraquecida tentando manter seu pai, Trigon, preso dentro de si, vão procurar a ajuda de John Constantine pra derrotar Darkseid e retomar o planeta.

Como eu já disse, não me pareceu nada de diferente do que já não tenhamos visto antes, sobretudo em animações da DC. É um mundo pós-apocalíptico com personagens vivendo as escondidas em um tipo de grupo rebelde para-militar e heróis transformados em vilões sob o controle do vilão principal, isso sem falar em Trigon enchendo o saco DE NOVO! Eu ADORO histórias de universos alternativos onde os personagens são representados bem diferentes após grandes tragédias, mas o longa esbarra em muitos problemas da fase dos Novos 52, e o principal e que mais me incomoda é…o “Super Constantine”!

Sendo um mago com um pé na realidade e de índole duvidosa em sua aclamada fase na Vertigo, Constantine foi transformado no Dr. Estranho dos cinemas nos Novos 52, gerando círculos misticos em suas mãos, largando hadoukens mágicos pra lá e pra cá e sendo o “rebelde para toda a família” . E nas animações baseadas nessa fase não é diferente! Nesse filme, por exemplo Constantine chega ao ponto de sair no braço com A MULHER MARAVILHA! Certo, ele não chega a bater nela, mas consegue desviar dos ataques da Princesa Amazona quase bocejando e isso É RIDÍCULO!

Em contraponto, temos uma Etrigan entediado pra cacete que é uma das coisa MAIS DIVERTIDAS DO FILME! O demônio rimador sente falta de um desafio de verdade e está tão entediado que passa seus dias enchendo a cara com Constantine e deixou até de rimar.

Voltando as partes negativas do longa, temos a completa falta de lógica em prol do fanboyzismo puro! Em uma cena decisiva, em uma investida em vários pontos do globo contra as torres que Darkseid lança a Terra pra formar seus poços de fogo, vemos vários super heróis sobreviventes lutando contra os Paradooms. Você vê o Capitão Marvel, o Lanterna Verde, a Orquídea Negra e, de repente…tão lá Batgirl, Batwoman e Batwing passando vergonha! Sério, as criaturas derrotaram pesos pesados como Mulher Maravilha e Ajax, aleijaram o Capitão Marvel e a Batwoman resolve atirar com dois revolvecos nas criaturas mais letais criadas por Darkseid? E a Batgirl acha que o chute de uma humana vai fazer efeito na porra de um bicho que quase matou o Superman de novo? O Batwing acha que vai derrubar as bestas fubanas de Aopokolips com rainhos lasers? Ah, velho…pelo amor de Deus…

Outro ponto negativo que vale citar é o fato de termos a voz mais destoante já dada a Darkseid em longas da DC. Quem dubla o personagem é o ator Tony Todd, mais conhecido como Candyman da série de filmes homônimos e a voz do Zoom na série do Flash. E é estranho, pois Tony Todd faz uma voz gutural para seus personagens, uma voz que seria perfeita para Darkseid. Só que aqui ele não faz uma voz gutural e Darkseid soa mais como um tiozão do churrasco e você só espera o momento em que ele vai virar pro Batman (que está sob seu dominio) e dizer ” E aí, Morcegão? E as namoradinha? Já tem pelo nesse saco?”.

No geral, Liga da Justiça: Guerra de Apokolips não é nem de longe o pior longa animado da DC. O roteiro tem forçações de barra homéricas pra dar protagonismos pra alguns personagens e fazer outros durarem mais que 30 segundos vivos em tela, mas, no geral, é um filme mediano, nada nem perto do “MELHOR LONGA ANIMADO DA DC” que muita gente anda professando por aí. A melhor parte é no final saber que essa fase acabou e esperar que caso sigam com a cronologia e entrem na fase Rebirth, melhorem não apenas as tramas do longa mas deem um upgrade na parte técnica também.

Nota: 7,0