[Resenha] Um Pequeno Favor
Sabe quando tu vai ver um filme sem ler a respeito, pensa que é de um jeito e ele te dá um tapa na cara dizendo “NÃO, MAGRÃO!” e te surpreende totalmente?
Quem me conhece sabe que eu adoro a Anna Kendrick. Ela é uma atriz competente, canta pra caramba, é engraçada e tem um senso de humor bizarro e muito divertido. Ela tem um timing de comédia bem americano, na veia de gente foda tipo o Andy Samberg, que eu curto muito. E na maioria dos filmes dela, ou ela canta, ou paga vale (ou os dois!). Então naturalmente eu pensei que Um Pequeno Favor, que estreia hoje nos cinemas, seria uma dessas comédias de humor negro bizarras, como as coisas que ela normalmente faz (e estaria totalmente ok pra mim se fosse), ou talvez um desses draminhas indie agridoces, que é outra especialidade da moça.
Mas qual não foi a minha surpresa, meus amigos, ao me deparar com um thriller “supercinesco”, brega e over the top no melhor sentido possível, descaradamente referenciando o clássico Diabolique?
Anna interpreta Stephanie Smother (baita sobrenome pra essa personagem!), uma mãe solteira de uma cidadezinha suburbana de Connecticut, meio hiperativa e certinha (com esqueletos perturbadores no armário), que tem um vlog para dar dicas para mães, desde receitas até artesanato. Ela é dessas mães irritantes que participa de todas as atividades extracurriculares do filho e é motivo de piada dos outros pais e mães da escola, que assistem aos seus vídeos pra tirar sarro da cara dela.
Mas tudo muda na vida de Stephanie quando ela conhece Emily (Blake Lively), a mãe do melhor amigo de seu filho. Uma RP de uma grife de moda de alta costura, casada com um escritor que não escreve mais e chegada num martíni. Emily é uma pessoa de poucos amigos, que não é muito simpática, tem um estranho problema com ser fotografada, mas tolera Stephanie meio que ironicamente, ao ponto de que as duas acabam se considerando “melhores amigas”, porque né? É o que tem…
E é aí que a trama começa de fato. Emily pede a Stephanie “um pequeno favor” (aquele do título): buscar seu filho na escola. E some.
Stephanie, não satisfeita com os resultados obtidos pela polícia local, dá uma de Veronica Mars e apronta altas confusões pra descobrir o que aconteceu com a amiga, resultando em uma história de mistério, na qual ela vai usar os próprios fantasmas pra chegar na solução.
O filme é baseado no romance escrito por Darcey Bell e foi dirigido por Paul Feig. Sim, o cara do novo Ghostbusters (isso vai despilhar muita gente…) e daquele monte de comédias de ação com a Melissa McCarthy. Milagre ela não estar nesse.