Raul Seixas – Krig-ha, Bandolo!
Toca Raul!
Não dá pra falar de rock nacional sem falar de Raul Seixas, e também não dá pra falar da minha história de amor com o rock sem citar o cara. As primeiras músicas que aprendi a cantar, assim como o primeiro cd comprado na minha casa são desse cara. E por que escolhi falar desse disco em particular? Simples, porque ele é foda pra caralho!
Em 1973, ano do lançamento do disco, Raul já tinha experiência como produtor musical (profissão que exercia na época) e como músico, tendo na carreira duas tentativas frustradas de sucesso com os discos Raulzito e os Panteras (sua primeira banda) e Sociedade da Grã-Ordem Karvernista Apresenta Sessão das 10. Um pouco antes, em 1972, o mesmo já tinha se apresentado no Festival Internacional da Canção com a canção “Let Me Sing, Let Me Sing” um mezzo entre rock e baião.
De volta a 73, Krig-ha é lançado no dia 7 de junho. O disco abre com a faixa “Good Rockin’ Tonight” uma gravação amadora do então garoto com 9 anos de idade. Sem tempo pra respirar somos apresentados a um dos maiores sucessos da carreira do artista, “Mosca na Sopa”, um misto de rock e música de candomblé. A música já mostra uma das características das letras de Raul, a acidez e inconformismo em relação a sociedade vigente.
Em seguida temos outro clássico eterno, “Metamorfose Ambulante”, música que perece ser um retrato da vida do seu compositor. Em seguida vem a curtinha “Dentadura Postiça” e “As Minas do Rei Salomão”. “A Hora do Trem Passar” é a mais fraca, na minha opinião, e o fato de preceder a pérola “Al Capone” só ajuda a ofuscá-la. Na sequência temos a bela “How Could I Know” e uma das melhores do disco e da carreira do cara, “Rockixe”, música que foi responsável pelo convite carinhoso dos militares ( uma bela surra após invadir sua casa durante a noite) para Raul tirar umas férias fora do país. Na reta final temos a pouco conhecida “Cachorro-Urubu” e, uma das minhas favoritas, “Ouro de Tolo”, que foi o primeiro grande sucesso de Raul.
Em resumo, “Krig-Ha” é considerado até hoje um dos discos nacionais mais bem produzidos e um dos principais discos do rock nacional como um todo. Se não conhece eu sugiro que corra atrás, deixe o sofrível “Baú do Raul” de lado e vá ouvir coisa que preste.