QUADRINHOS (BARATOS) QUE LI RECENTEMENTE: PARTE 14
Bendis+ X-Men= Bagunça do caralho.
Entre os muitos encadernados que sempre cito que foram comprados no stand do shopping estavam alguns dos X-Men da fase Nova Marvel. Nessa época (2013), a equipe mutante se dividiu em dois títulos, Fabulosos X-Men e Novíssimos X-Men, ambos escritos pelo homem que gosta de escrever heróis tendo longas conversas e ganhando dos bandidos na base do tédio, Brian Michael Bendis. Sim, Bendis é o escritor responsável por muitas fases memoráveis nos quadrinhos, como Os Supremos 1 e 2, seu run no Homem-Aranha Ultimate, seu run no Demolidor (que virou referencial para o personagem) entre tantos outros trabalhos que estão entre os favoritos dos fãs do careca. Mas se você coloca muita carga em cima da mula, uma hora ela empaca. E foi o que aconteceu com o escritor quando a Marvel Now começou. Colocaram nas mãos do sujeito não apenas os supracitados títulos mutantes como ele ainda escrevia Guardiões da Galáxia entre outras coisas e isso claramente afetou seu desempenho, pois ambos os títulos dos X-Men tem problemas, alguns mais sérios que os outros, mas ambos o tem.
Pra contextualizar melhor o que acontece nos dois títulos é preciso saber o que aconteceu antes, mais precisamente na saga X-Men Vs Vingadores, que Bendis também escreveu ao lado de nomes como Jason Aaron, Ed Brubaker, Matt Fraction entre outros. Não li a saga então vou resumir apenas o que sei: A entidade Fênix, a qual possuiu Jean Grey anos atrás, está vindo em direção a Terra e os Vingadores pretendem dar um peteleco nela pra ir pra bem longe. Só que, por alguma razão, o Ciclope quer que o bichão venha e isso desencadeia uma série de tretas entre as duas equipes. Ao final, possuído pelo espirito ragatanga e pela Fênix, Ciclope mata o professor Xavier e manda o ideal de paz entre humanos e mutantes dele a merda dizendo que agora, sob sua liderança, os mutantes vão fazer e acontecer. Ele funda seu próprio Instituto Xavier Para Jovens Super Dotados com jogos e prostitutas enquanto Wolverine muda o nome da escola original para Escola Jean Grey Para Estudos Avançados e os dois começam a se odiar ainda mais.
E é aí que entram Fabulosos X-Men e Novíssimos X-Men. em Fabulosos X-Men acompanhamos Scott buscando novos mutantes para treinar e montar um novo grupo de X-Men enquanto que em Novíssimos X-Men vemos o Fera ter uma ideia interessante que vai se mostrar bem estupida com o decorrer da trama. Mas vamos por partes. Comecemos com…
FABULOSOS X-MEN
No stand do shopping estavam disponíveis os 3 primeiros encadernados da série, intitulados de Revolução (vol.01), Destroçados (vol.02) e O Bom, o Mal e o Inumano (vol.03). Neles, acompanhamos a busca de Scott Summers por jovens mutantes afim de guiá-los assim como fez Xavier, mas sem uma mensagem tão positiva quanto a do seu mentor (e recente vitima). O grande problema é que os “novos X-Men” sofrem de uma falta de carisma ABSURDA! Você não se importa com eles e seus poderes meia boca, como o sujeito capaz de gerar bolas de pilates douradas do nada ou o outro capaz de ligar, deligar e controlar eletrônicos, não facilitam em nada o processo.
Além disso, a história carece de ação já que Bendis prefere se focar DEMAIS nos diálogos e no treinamento e questões pessoais dos novos alunos, tornando a HQ arrastadíssima. Exceto no volume 2, onde o foco maior vai pra Illyana que precisa enfrentar Dormammu em uma história desnecessariamente longa e que parece completamente deslocada da já desinteressante trama central.
Sério, eu quase não consigo achar um único aspecto positivo nessas 3 edições que li. E eu digo “quase” porque tem uma história no fim do volume 2 com as meninas da equipe X saindo com Emma Frost que é bem divertidinha, mas não influencia na linha central da história. Fora isso, Ciclope é um bosta, sua nova equipe é extremamente qualquer nota e sem graça e a história é tão chata que assim que terminei de ler o volume 3 simplesmente coloquei as 3 edições a venda. E peço perdão por não me aprofundar em mais detalhes da trama ou em cada personagem mas é porque, falando MUITO sério, nada nessa HQ é memorável o suficiente pra ficar na sua cabeça depois que você acaba de ler, fora a sensação de tempo e dinheiro perdido.
Comprei as minhas edições por R$15,00 cada mas aparentemente deve ter dado uma encalhadinha nos encalhes pois elas podem ser encontradas por R$10,00 agora em qualquer desses stands.
Nota: 3,0
Novíssimos X-Men
Se em Fabulosos X-Men o Bendis já começou errando feio, em Novíssimo X-Men ele começou muito bem! Bem, eu não li o volume 1, infelizmente, mas o Godoka leu tempos atrás e corrobora essa opinião nesse post AQUI. As edições disponíveis no stand começavam justamente no volume 2 e eram as seguintes: Criando Raízes (vol.02), Deslocados (vol.03), A Batalha do Átomo (vol.04), Novos Rumos (vol.05) e O Julgamento de Jean Grey (vol.06).
Na trama do volume 1 que eu não li, Hank McCoy começa a sofrer uma nova mutação e achando que não vai sobreviver e sentindo que precisa trazer Ciclope de volta a razão lembrando tudo que os X-Men já representaram um dia, resolve que seria uma ótima ideia trazer os X-Men originais do passado para os dias atuais e fazer o Ciclope de nossa linha temporal ver o Ciclope mais jovem e que ainda acreditava fervorosamente no sonho do professor Xavier. Já no volume 2, que foi onde comecei a ler, o Fera não morreu porcaria nenhuma, apenas mudou de forma deixando a forma felina de lado e adotando contornos mais simiescos novamente. Os jovens X-Men vão descobrindo as coisas que aconteceram a si mesmos através dos anos e alguns não ficam nada tranquilos com isso, como o Anjo que percebe que sua versão “do futuro” tem asas de metal e parece lhe esconder coisas terríveis que virão a acontecer com ele.
Como já dito, essa fase começa muito bem e tem pontos divertidíssimos, como os X-Men originais descobrindo momentos do suas versões mais velhas que eles acham absurdos e você, como leitor e conhecendo tudo que os X-Men passaram, só fica pensando “hmmm, jovem…e isso nem foi o pior”. Isso sem falar na arte do Stuart Immonen que está de encher os olhos! O problema é que no decorrer dela o Bendis vai criando uns questionamentos sem nexo algum. O pior de todos sãos os jovens X-Men decididos a permanecer em nossa linha temporal, simplesmente cagando pra como isso afetaria a linha temporal como um todo. E isso só piora quando em uma parte da trama o jovem Scott Summers morre por alguns segundos e o Scott Summers velho desaparece e só volta quando um dos novos mutantes da escola do Ciclope revive o Ciclopinho. Ou seja, se isso mostra que a existência de um afeta a do outro, também não prova que sem os X-Men originais em sua linha temporal pra deter o Magneto…a humanidade já deveria ter virado paçoca nas mãos da Irmandade de Mutantes? Ou seja, não faz sentido NENHUM estes putos insistirem em ficar em nossa linha do tempo a ponto de brigarem por isso!
A coisa só piora quando começa A Batalha do Átomo, encadernado da coleção Marvel Deluxe que destoa completamente da coleção Marvel Deluxe. Nada de capa preta padrão, a Panini decidiu deixar no padrão dos encadernados Nova Marvel pra ficar bonito na estante e pra alegria dos colecionadores que se importam com isso. Mas, enfim…A Batalha do Átomo começa mostrando um grupo de X-Men vindos de um futuro pós-apocalíptico onde aparentemente o fato dos X-Men do passado terem permanecido em nossa linha do tempo desencadeou mais desgraça do que quando o Snyder tomava conta do universo cinematográfico da DC. O problema é que a história vai do ponto A…pra LUGAR NENHUM! Sério, ela é chata, repetitiva, não tem batalhas épicas…em suma, NÃO TEM RAZÃO DE EXISTIR! Taí o Godoka de 2016 que não me deixa mentir dizendo exatamente a mesma coisa nesse post AQUI!
Durante TODA A MALDITA HISTÓRIA os X-Men do futuro ficam dizendo “Vocês tem que voltar pro tempo de vocês pois se ficarem aqui, algo muito ruim vai acontecer” mas NUNCA dizem o que é. E quando a história resolve nos mostrar, é revelado que o que aconteceu de ruim no futuro NADA tinha a ver com os X-Men originais nem com os da nossa linha de tempo além do que o tal acontecimento não dá reais motivos pros caras virem do futuro! Sério, de todos os encadernados, esse, que é justamente o mais “gordinho” (252 páginas) foi o mais chato e difícil de terminar.
No encadernado seguinte, Novos Rumos, a turma decide ficar de vez em nosso tempo, se bandeia pro lado do Ciclope véio, arruma uns uniformes meio genéricos que mais faz eles parecerem uma equipe de trenó olímpico do que uma super-equipe, e ainda arrumam seu próprio Wolverine na forma de Laura, a X-23. O arco tenta ser uma sequencia de Deus Ama, O Homem Mata mas acaba falhando miseravelmente e soando chato e repetitivo. Aqui já estava claro pra mim que o Bendis já não sabia o que bolar pra deixar a HQ interessante. E aí veio o julgamento de Jean Grey, e toda a falta de nexo de A Batalha do Átomo encontrou um rival a altura…
Nesse crossover entre os Novíssimos X-Men e Os Guaridões da Galáxia, revista que o Bendis também estava roteirizando, vemos o Gladiador mandando prender a jovem Jean Grey do passado afim de jugá-la pelos crimes que a (na época) falecida Jean Grey véia tinha cometido no clássico arco A Saga da Fênix Negra. Sim, o sujeito queria punir uma menina que ainda não tinha porra nenhuma a ver com algo que aconteceria em seu futuro, mesmo que ela já tivesse sido devidamente punida ao fim do próprio arco mantando-se a si mesma até a morte. O pior é que o filho da puta do Gladiador matou a família inteira da Jean pra garantir que nenhum outro Grey fosse possuído pela Fênix e ainda acha justo matar a menina sem ela nem saber porque. Essa história é ENTUPIDA de falta de lógica e minha leitura dessa fase do Bendis terminou como se eu tivesse subido numa Ferrari só pra descobrir que, na verdade, era um Fiat 147 com uma Ferrari de papelão grudado nele o tempo todo.
No caso de Novíssimos X-Men, você vai encontrar nos stands Criando Raízes e Deslocados custando R$10,00 cada, A Batalha do Átomo custando R$30,00 e Novos Rumos e O Julgamento de Jean Grey custando R$15,00 cada. Querem um conselho? Fiquem só com os 2 primeiros e economizem dinheiro e paciência.
Nota: 6,0