Peep Show – Por Sir Vinnie – Por Manhattan
Humor inglês errado… mas muito divertido.
Isturdias, imerso em um tédio profundo, estava sem o que assistir no Xvídeos na Netflix (apesar do catálogo com um bilhão de coisas). Sem forças para raciocinar em busca de algo, resolvi seguir a já antiga sugestão do abençoado algoritmo do aplicativo (era isso ou assistir “bola de metal aquecida versus nitrogênio líquido” no youtube e depois, provavelmente, o suicídio). E que grata surpresa o sábio algorotoso trouxe: PEEP SHOW é uma série de humor inglês erradaça com momentos tão absurdos que inevitavelmente te fazem rir.
A série narra as desventuras do dia a dia comumzão de dois amigos – Mark e Jeremy – que dividem um apartamento. Mark é do tipo “certinho”, acredita no trabalho duro e tenta conduzir sua vidinha ordinária de forma comum. Seu problema é se relacionar com as demais pessoas, principalmente as mulheres, por conta de sua falta de traquejo social. Já Jeremy é rebelde, desleixado, das dorgas e pouco afeito com qualquer disciplina ou autoridade – uma espécie de punk hippie. Jeremy também tem certo problema em se relacionar com as mulheres. Mas por conta de sua falta de noção.
Apesar do contraste de personalidades, a dinâmica entre os dois é muito boa. Ás vezes conflituosa e cínica, claro, mas sempre com os momentos de broderagem cósmica. E, em meio à vidinha ordinária dos dois, com seus problemas no trabalho ou relacionamentos, a série se desenrola exacerbando as cagadas de cada um em meio a situações convencionais do cotidiano. Se Seinfeld explorava situações rotineiras adicionando nonsenseiras, Peep Show faz algo do tipo, mas adicionando escatologisses cômicas (sério… eu nem sei por onde começaria… as piadas envolvem um espectro amplo… sexo, drogas, nazismo, pedofilia, religião, tabus, uma miríade de coisas).
A série conta com alguns personagens secundários interessantes. A maioria constituída pelos interesses românticos da dupla (Sophie, Dobby, Big Suze) ou amigos, como Super Hans, o amigo noiado de Jeremy, viciado em tudo (de maconha a crack).
Além do humor ácido escatológico nonsenseiro, um ponto interessante da série é a fotografia. A câmera todo o tempo está numa espécie de POV. Sempre que um personagem está pensando ou falando algo, a câmera está na frente do rosto do mesmo, o que casa bem com o nome do seriado, diga-se de passagem.
Bem… é isso, amiguinhos… na Netflix estão disponíveis as sete primeiras temporadas (de um total de nove). Desse modo, se a Netflix estiver lendo isso, peço – na humilde – que coloquem as temporadas restantes no catálogo. Nunca te pedi nada, Netflix.
NOTA: Na escala Manhattan, que vai de “a ponte de Londres está caindo” a “este papagaio está morto” o seriado tem nota “El Dude Brothers”.