Os oito odiados – por Tom Grotto

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E o Tarantino realmente pensa que é negro?

Caros colegas, ontem a noite fui com minhas amigas ao cinema assistir o novo filme de Tarantino, Os oito odiados. Como não poderia deixar de ser, decidi vir aqui falar um pouco com vocês sobre o que achei do filme.

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Vendo essa ilustração o filme parece foda né? Padrão tarantino?

Bom, o filme tem o “Padrão Tarantino” no que se refere à linguagem verbal, pois ele continua achando legal fazer os personagens falarem a palavra com N a cada minuto, e à linguagem visual, pois as cenas com sangue tem aquele estilo do diretor que já conhecemos de filmes como Kill Bill e Django Livre. Mas, vamos falar mais do enredo.

Neste filme, temos a história divida em atos, excessivamente longos atos.

No primeiro e no segundo ato, acompanhamos a história em uma carroça (cena da ilustração) e vemos Major Marquis Warren (caçador de recompensas) e Chris Mannix (suposto novo Xerife) pegarem carona com John “The Hangman” Ruth (outro caçador de recompensas) que transporta Daisy Domergue para sua execução .

O problema da película começa nesse ato, que é demasiadamente longo, com tomadas extensas mostrando neve e dando ao espectador a experiência em primeira pessoa de como esse tipo de viagem é chata. Não vou entrar em mais detalhes para não estragar tanto o filme de quem ainda não viu e está lendo.

Então chegamos ao Armarinho de Minnie, onde se passam os outros quatro atos, que apresentam mais cinco personagens do elenco principal (INÍCIO DO MEGA SPOILER – com um sexto no porão – FIM DO MEGA SPOILER – Tarantino é ruim de conta), um local onde os personagens ficam presos devido à uma tempestade de neve gigantesca e onde se desenvolve uma trama muito legal (a parte boa do filme) durante o quarto ato (Domergue tem um segredo) quando nos vemos em meio a uma trama de gato e rato muito legal onde não se sabe quem é o felino e quem é o roedor.

Após o quarto ato, o filme se torna apenas uma expressão artística de Tarantino repetindo a fórmula de seus filmes anteriores (muito sangue e violência) e, não me leve a mal, adoro isso nos filmes dele, mas sem enredo sendo desenvolvido. A história que se desenvolve não nos deixa tenso, ansioso ou causa qualquer impacto no público, que se vê entediado em meio a tanto sangue.

Quando ao final, bom, me lembrou outro filme de Tarantino, só que sem graça alguma. Exceto para aqueles que apreciarem o filme como algo artístico e olharem para ele com maior interesse nisso do que em sua história.

Um ponto que gostaria de ouvir a opinião dos amiches:

Colocar uma mulher apanhando exageradamente de homens e um filme atual, sendo que ela já está subjugada, é aceitável? Especialmente quando não há uma história por trás disso? Outra pergunta: Ficar usando tanto a palavra com N (muito mais que em Jango livre) ainda é aceitável?

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Nota: 06

Tom
21/01/2016