O Médico e o Monstro
Não, esse post não é sobre mim.
De vez em quando alguns livros bons surgem no meio da enxurrada de coisas descartáveis e pré roteiros para cinema nas Americanas da minha cidade. Algumas das publicações que me chamam mais a atenção são as da Editora Nova Fronteira, publicando edições com um bom acabamento e arte padronizada de clássicos do terror. Frankenstein, Drácula e, recentemente, o livro que dá título ao post foram orgulhosamente adicionados à minha prateleira.
E por que resenhar primeiro O Médico e O Monstro? Muito longe de uma escolha baseada na minha profissão, amiches, a resposta é bem mais simples: tempo. Tempo livre é algo com o qual sonho mas não corro atrás, não planejo com antecedência meus dias, por isso a quantidade de posts meus está escassa por esses dias, e por isso um livro de 78 página apenas se torna uma boa opção para um post.
Escrito por Robert Louis Stevenson em 1886, o livro se passa narrando o purgatório do famoso médico Henry Jekyll na visão de seu advogado e amigo, o senhor Utterson. Utterson é um homem sério e de poucos amigos, tendo na figura do médico um dos seus mais estimados. Suas preocupações se iniciam quando Jekyll torna como seu beneficiário no testamento o misterioso Edward Hyde, um jovem franzino de aspecto repugnante e atitudes igualmente vis.
Recentemente Jekyll se tornara uma figura reclusa, se recusando a receber seus amigos mais íntimos. Apenas Hyde parece ter contato com o doutor, e seu relacionamento é tão forte que o rapaz possui até mesmo a liberdade de entrar em sua casa e dar ordens ao seus empregados. Ninguém consegue entender como um homem tão bondoso e respeitado tem como amigo uma pessoa dessas.
A tragédia realmente toma um rumo sem volta quando Hyde mata a sangue frio e sem nenhum motivo um estimado e bondoso senhor, revelando mais uma vez a sua natureza má e selvagem. Acusado de tal crime hediondo, o rapaz desaparece sem deixar vestígios, e por um tempo Jekyll parece retornar à forma de antigamente, realizando caridade e recebendo seus amigos em jantares, a influência de Hyde parece ter finalmente acabado. Ledo engano. O resto da história fica a cargo de vocês irem atrás.
Mesmo sendo um livro escrito há 130 anos, a linguagem do mesmo não é de difícil compreensão, assim como o desenrolar da trama não é em momento algum enfadonho. Realmente, não havia espaço para enrolação em apenas 78 páginas, tornando o mesmo uma história com uma atmosfera de suspense que te leva a ler a próxima página com bastante interesse, mesmo hoje em dia o principal segredo do livro ser de conhecimento de todos. Um bom livro, que mesmo com a pouca quantidade de páginas vale bem o investimento também modesto (visto o preço de livros no nosso país) de 10 reais.