O Mandaloriano

Bangue-bangue à mandaloriana.

Não é segredo que a estadia de Star Wars sob o jugo de Mickey Mouse se mostrou pior do que os maiores temores das pessoas.

Com um começo até que bom, com Despertar da Força, um filme realmente legal, com Rogue One e os desastres subsequentes, e a perspectiva bastante ruim sobre O Ultimo Skywalker, as coisas estão num estado calamitoso.

Mas, da mesma forma que continuo a ler gibis mensais mesmo em fases horrendas, continuo a ver algumas coisas de Star Wars. Menos os desenhos. Esses até agora não me interessaram.

Munido dessa teimosia beirando o suicídio mental, resolvi assistir a primeira série live action de Star Wars, The Mandalorian.

Os mandalorianos são o povo de Jango Fett e Boba Fett, que ficou popular inicialmente por ter um capacete legal. O falecido Universo Expandido tratou de, bem, expandir, o nada que se sabia sobre Boba Fett, criando seu planeta, povo e cultura.

 

Porque não tem uma série sobre o Bossk ou o Dengar? Porque eles não tem capacete maneiraço.

 

Conheço muito vagamente isso e não fui procurar mais, sei que eram uns guerreiros ferradões e o império acabou com quase todos. Era algo assim. Se querem saber mais, perguntem pro Sir Vinnie.

Aqui temos O Mandaloriano, cujo nome ainda não foi revelado, aceitando um trampo como caçador de recompensas, ir até um planeta isolado, lá em um vale ainda mais isolado recuperar um item guardado por pessoas pouco dispostas a dividir com ele.

 

 

Estou sendo bastante vago com as descrições, não por causa de spoilers, mas com uma premissa simples e um desenvolvimento igualmente simples, é legal  ver por conta como as coisas se desenrolam.

A série, até agora, acerta em fazer algo que os novos filmes parecem ter esquecido: ser um pastiche de um outro tipo de filme, no espaço.

A trilogia original de Star Wars era um filme de 2 guerra, misturado com capa e espada com uns toques de filmes de samurai. No espaço.

Aqui, tudo me remete a westerns. No espaço.

John Wayne realmente ficou muito mais feio com a idade.

 

A trilha sonora lembra mais Enio Morricone do que John Williams. Os cenários, com umas vastidões desérticas e é claro, o próprio protagonista, O Mandaloriano, sendo chamado assim por todos, é claramente, O Homem sem Nome, da Trilogia dos Dólares, e da mesma forma usa um tipo de capa/ poncho, fala muito pouco e mata muito pacas.

Vou dizer que, dado meu atual estado de espirito com essa franquia, fiquei surpreso.

Os dois primeiros episódios foram realmente muito bons e deram a deixa que, aparentemente o melhor, se não o único, lugar para procurar Star Wars hoje em dia é em casa mesmo e não nos cinemas.