O Homem Que Ri / Asilo Arkham
Que maravilha!
O Homem que Ri
Quando Gordon foi transferido para Gotham City, tudo o que ele esperava era continuar o seu trabalho como policial, por pior que fosse a cidade. Tiras corruptos, mafia, violência em todos os cantos, nada que ele não estivesse acostumado. Se aliar meio que secretamente a um justiceiro encapuzado que se veste de morcego já seria choque o suficiente, mas a parceria vem dando resultados, então não há muito o que reclamar. Mas quanto tempo levaria até aparecer algum maluco que parece uma alegoria de desfile, só que do outro lado da lei.
A descoberta de um armazém com corpos desfigurados aparenta ser um sinal de que um novo tipo de mal está chegando na cidade. Todas as vítimas exibem o mesmo padrão, pele do rosto anormalmente branca, cabelos esverdeados e musculatura facial esticada a ponto de parecer uma careta, ou sorriso macabro. Dias depois, ao fazer a primeira vítima em rede nacional, o responsável se revela. Um homem deformado, com um sorriso insano, vestes roxas e auto intitulado Coringa.
Agindo através do terror, o Coringa anuncia suas próximas vítimas, todos magnatas ligados à indústria química em Gotham. Todos os responsáveis, ou os irresponsáveis, criadores do rio químico no qual o Palhaço do Crime foi criado. Esse não é um bandido comum, com um modus operandi compreensível, e Gordon vai precisar de toda a ajuda disponível para parar o Coringa antes que a contagem de corpos aumente.
Asilo Arkham
Os pacientes criminalmente insanos que ocupam as celas do Asilo Arkham se rebelaram e tomaram conta do prédio, transformando médicos e demais funcionários em seus reféns. Para que as pessoas sejam libertadas e os presos retornem às suas celas, um exigência foi feita: Batman deverá adentrar sozinho nas dependências do Asilo, pois lá é seu lugar, junto com os demais loucos. Relutante, mas com a vida de civis em risco, Batman aceita.
Durante seu período entre seus inimigos, o homem Morcego Embarca em uma vigem de auto conhecimento em sua mente tão desequilibrada quanto a daqueles que ele mesmo ajudou a colocar ali, e essa viagem pode não ter volta. Paralelo à história principal, vemos a história de Amadeus Arkham, o psiquiatra que criou o Asilo, um homem cuja trágica história de insanidade familiar e perdas parece habitar as fundações do prédio.
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Ok, comecemos a análise por ordem de leitura, que coincide com a minha ordem de preferência. O Homem que Ri não dá apenas continuidade a Batman: Ano Um, como também retrata o início de um dos maiores vilões de todos os tempos. O Coringa da história de Ed Brubaker não é apenas insano, mas de certa forma selvagem, a sua loucura ainda não é aquela de aspecto mais refinada, meio ancorada na realidade que estamos acostumados. É como um diamante bruto. Os desenhos de Doug Mahnke contribuem muito para transmitir esse sentimento, de um ser que constantemente parece que vai explodir, ou em gargalhadas ou em frenesi assassino.
O andamento da história é no estilo o qual Brubaker aparenta se sentir mais acostumado, uma ambientação urbana, com um pé no suspense e outro nas narrativas policiais. Acaba sendo um pouco de covardia colocar qualquer outra história depois dessa. Mas não é qualquer história, e sim Asilo Arkham, um clássico do morcego.
Um clássico que eu não curti.
Pode ser por conta do hype nas alturas que a história anterior deixou, mas a história escrita por Grant Morrison e ilustrada por Dave McKean acabou por me parecer meio sem sal, uma história arrastada com belas ilustrações, mas só isso. Pode ser por culpa minha, vai saber? Afinal, sempre li críticas e mais críticas rasgando metros de seda para essa história. No final isso meio que acabou parecendo (para mim) um padrão muito comum, de sempre elogiar qualquer coisa escrita pelo Morrison ou protagonizada pelo Batman. Não é uma história ruim, as partes que contam a história do Amadeus Arkham é muito boa, mas eu esperava mais.O Morrison também resolveu jogar uma referência de ocultismo aqui e acolá, mas ficou tão merda que é melhor esquecer.
A história extra fica por conta de Batman 327, de 1980, escrita por Len Wein e desenhos de Irv Novick e Frank McLaughlin. O roteiro não é muito inspirado e o desenho bebe muito na fonte de Jim Aparo, na história Batman tenta encontrar o motivo para muitos crimes estarem relacionados com atuais internos do Arkham, e acaba preso e quase ludibriado pelo Dr Ivo. Como eu disse, pouco inspirado.
Saldo final: O Homem Que Ri é sensacional, Asilo Arkham vale mais pelas ilustrações, e essa edição acaba saindo mais barata que a edição luxo de Asilo. Comprem por suas conta e risco