O FEZ por trás do FEZ
Porque é tão dificil fazer qualquer coisa nesse calor?
É… pode parecer que essa frase aí não tem nada a ver com o tema em geral, mas logo será mais fácil de entender esse contexto aí, além de REALMENTE ser impossível fazer qualquer coisa nesse calor, :).
Pois bem, uns tempos atrás eu fiz um POST SOBRE O FILME INDIE GAME – THE MOVIE. Um filme em forma de documentário que conta sobre os processos do desenvolvimento de um jogo independente… e mais, muito mais. Caso não conheça, sugiro que dê uma olhada no post e, caso tenha sido convencido, procure o filme.
Enfim, FEZ é, possivelmente, o maior jogo independente já feito. E entenda maior pela obra que conseguiu mais destaque, expectativas, a que tinha mais ambições, o projeto que teve um apoio incondicional e, igualmente, odiadores infinitos. FEZ não é só isso, mas é tudo isso. Phil Fish, o cara por trás desse universo, não é necessariamente a pessoa mais amada e querida do mundo, mas ele é necessariamente uma mente brilhante que conseguiu criar um cenário brilhante. FEZ.
E bom, porque é tão dificil fazer qualquer coisa nesse calor?
Você pega um lápis, pega uma folha em branco e liga o ventilador na sua cara. Pronto, esqueci o que tinha que fazer… ou melhor, não quero fazer o que tenho que fazer. O mesmo serve para um documento em branco, precisando ser preenchido com palavras e mais palavras. Ele continuará em branco.
FEZ é isso. É muito mais do que diversos puzzles geniais e que precisam ser encarados em quatro dimensões/lados/como queira pensar. FEZ tem todo aquele gosto de podermos, simplesmente, nos cansar de repetir os nossos erros. Podemos, simplesmente, voltar umas telas e tentar fazer alguma outra coisa que ficou pra trás. E acreditem…. muitas coisas ficam pra trás. Nem que o que tenha ficado pra trás seja apenas um cenário incrível, com aquele pôr do sol magnífico e a noite caindo. Ou você ter deixado pra trás algo que não tem solução no momento.
Ainda me pergunto, porque é tão dificil fazer qualquer coisa nesse calor?
FEZ continua sendo isso. Digo, porque é tão dificil parar de se importar com aquele corvo que fica sobrevoando o cenário? Ou porque é tão difícil parar de prestar atenção na silhueta do fantasma durante os raios e tempestades? Quão recompensador é poder pular na água para esquecer dos problemas? Quão recompensador é poder pular na água para esquecer dos problemas reais?
Sabe… eu tenho uma teoria. Ou um pensamento. Ou uma hipótese. Não sei ao certo. Eu sei que os puzzles de FEZ são exatamente como nossas vidas e, consequentemente, com a vida do sr. Fish. Temos sempre N formas de olhar todas as coisas. Ficamos lá, girando e girando até achar um cenário que nos pareça minimamente aceitável… e então vamos lá, fazer nossa mágica: correr, andar, pular e mudar a perspectiva sempre. Certamente não existe um caminho certo pra prosseguir, mas existe um mais adequado. Certamente vamos demorar o inferno para achar esse caminho adequado. As vezes não podemos errar nenhuma vez, então caso isso aconteça somos obrigados a forçar uma nova perspectiva, que ainda assim é um caminho. E seguimos essa receita até a hora de parar para olhar o mar e o lindo céu que transita entre o roxo e vermelho, passando pelo rosa e laranja.
FEZ é uma das coisas mais autorais e pessoais que já vi na vida. Tanto que praticamente nos sugere que fomos nós que fizemos e vivemos isso, mas calma sr. Fish, isso é só um modo de falar, tá?! Provavelmente eu nunca vou entender o real significa de FEZ, nem de Phil Fish, mas FEZ já tem um real significado pra mim.
E se você leu tudo isso e não se convenceu de que FEZ é seu jogo, nem tente…. na realidade, eu só queria convencer todos de que é dificil fazer qualquer coisa nesse calor.