O Exterminador do Futuro: Futuro Sombrio

Prevejo um futuro sombrio para essa franquia.

 

O Exterminador do Futuro é uma franquia que nunca deveria ter sido. O segundo filme encerra a historia de forma excelente. O T-800 no aço derretido e pronto, Skynet destruida antes de ser.

Então vieram os outros filmes que revelaram o problema básico com a franquia. São todos basicamente o mesmo filme.

Um exterminador vem do futuro para impedir que John Connor viva para derrotar as máquinas e alguém é enviado para salva-lo.

Mas isso é diferente nesse filme. Isso porque John Connor morre nos primeiros minutos do filme.

 

Ops.

 

“Eu não voltarei.”

 

“Mas e então Zeits? O que acontece com a morte de John Connor?”

 

É simples, Timmy, mudamos o protagonista e só isso. Simples assim.

Um novo exterminador, com cara de atendente de loja da celular vem do futuro, para matar Dani Ramos e é impedido por Gozer o destruidor, Grace que a coloca em fuga.

 

Da esquerda para direita: Vinz Clortho, Gozer e Zuul

 

Depois da morte do pai e do irmão de Dani, a dupla encontra Sarah Connor, que se dedicou a exterminar Exterminadores depois da morte de John.

 

Eles são auxiliados por misteriosas mensagens enviadas por um misterioso enviador. Que fica muito claro ser o T-800 que matou John Connor. E é mesmo.

Ele obviamente ficou para trás depois de cumprir sua missão e desenvolveu uma personalidade que se sentiu culpada pelo que fez.

A parte dele estar velhão já é deixada como uma possibilidade implicita lááá no primeiro filme, nas palavras do irrelevante Kyle Reese, falando em como os Exterminadores tem até suor e mau hálito.

Mas enfim.

Para destruir o atendente, eles tem que botar as mãos em um dispositivo que emita pulsos eletromagneticos para fritar os sistemas internos do Rev-9. A mesma solução que usaram em Exterminador 3 para dar conta da Terminatrix.

Eles fazem isso, Grace se sacrifica destruindo sua propria fonte de energia e o final deixa a parecer a possivel nova sequencia que talvez venha. Quem sabe. Se essa porquera justificar tal investimento.

 

 

Um detalhe, bastante falado, mas que bem, não custa repetir. Tentando se distanciar dos desastres anteriores, esse desastre especifico segue diretamente do segundo filme. Os outros não existiram. É só a, o que, terceira tentativa de rebootar a franquia?

Agora vamos entrar em um terreno espinhoso e que normalmente evito para não ofender muito sensibilidades.

O fato é que Destino Sombrio é deliberadamente feito para refletir uma politica especifica.

Quer dizer, no lugar de um americano homemcisheteroopressor como salvador da humanidade, uma mexicana imigrante ilegal de um metro e meio. E de acordo com Tim Miller, não é nenhuma teoria da conspiração ou TPC (Teoria da Pura Coincidencia).

A posição de Sarah Connor em relação com Dani Ramos também reflete isso, já que Sarah passa boa parte de filme achando que a situação de Dani é a mesma dela, a progenitora da pessoa que irá liderar os humanos.

O que é bastante plausivel, já que ninguém pode olhar para Dani e achar que ela tem condições de derrotar um menino de treze anos, ou liderar uma fila de self service.

O papel matriarcal, como o de Sarah Connor, não é considerado adequado para nossos tempos. A própria Dani tem que ser a chutadora de bundas. Sarah também passou por uma transformação em fodona, mas foi no curso se dois filmes e não completamente as custas de sua maternidade. E principalmente, ela ficou foda para defender e treinar o filho.

 

 

Para esse filme se juntaram dois caras que normalmente tem grandes méritos por conta própria, mas juntos, bem, fizeram Dark Fate.

James Camarão está na produção, um cara que além do proprio curriculo como diretor foi o cara que criou, ou refinou, algumas das mais fodas personagens femininas do cinema, como a própria Sarah Connor e Ripley em Aliens.

Tim Miller dirigiu os dois Deadpool. E isso. Claro que são dois filmes ótimos, e as cenas de ação de T6 deixam bem claro a mão de Miller, embora sejam muito mais freneticas, e a bem da verdade, confusas, aqui do que em Deadpool.

Em questão da ação pura e simples, é muito bem feito, o que, contando com esses dois caras, é o minimo que se espera.

Vamos abordar a questão Schwarzenegger. Ele aparece em um tempo incrivelmente pequeno no filme. Claro, a despeito de ser o personagem titulo da franquia, o primeiro filme gira em torno de Sarah tanto quanto o segundo de John. Mas de quem as pessoas lembram quando ouvem o nome “Exterminador do Futuro”? Posso garantir que não é de Sarah ou John Connor.

Falando no Exterminador, Rev-9 é semelhante a Terminatrix de T3 e sua forma de máquina é muito bem feita. Mas tem dois problemas. Ele é bastante “humano” nos maneirismos, para se infiltrar melhor, o que é ok. O problema é que isso ajuda a eliminar a presença do cara como uma ameaça. Xuraesneger era um cara imenso e inexpressivo. Robert Patrick tinha qualquer coisa de estranha e perturbadora no olhar e aparencia em geral. Rev-9? Eu espero que ele me venda uma geladeira em 12 vezes sem juros. Mesmo sabendo que ele é letal, como personagem esse fato daria medo. Como audiencia, meh.

 

 

Eu gosto do conceito da Grace, basicamente um ciborgue, um humano feito para lutar com os Exterminadores mais niveladamente. O que nos leva ao segundo problema que mencionei ali em cima, isso ajuda a diminuir a ameaça. Kyle Reese era um cara normal contra um T-800 e o T-800 era obsoleto contra o T-1000. Grace sobrepuja o Rev-9 com facilidade, embora não possa vence-lo numa luta prolongada.

Mas o problema principal desse filme é o roteiro. O conceito básico e a execução dele. O conceito básico é falho de principio, já que trata-se de uma historia que foi literalmente contada quatro vezes.

E colocar Dani no lugar de John como salvadora da humanidade, bem, isso essencialmente significa que esse papel, do lider dos humanos, é intercambiável. Se ela morrer, é só esperar aparecer o próximo, ou o próximo e por aí vai. A batalha tanto das máquinas, para matar esse lider, quanto dos personagens para salva-lo é inutil. Sempre vai ter outro. A Skynet já era. Viva a Legião, a nova Skynet.

Não tem ação que salve isso. Principalmente quando tem tanta câmera lenta que faria Zack Snyder achar excessivo.

Tenho visto muitos criticos dizendo que é “o melhor filme da série desde Terminator 2”. Mas é o mesmo que dizer que é um cocô sólido em comparação com a diarreia anterior. Pode parecer melhor, mas ainda é cocô.