O Abismo Negro
Vou tentar usar o nome em inglês desse filme para atrair pesquisas erradas.
Há momentos que a Disney tenta se arriscar fora de sua zona de conforto. Quando isso acontece, os resultados costumam ser no minimo, incomuns. Um desses experimentos foi O Abismo Negro.
É um filme sombrio, muito, e nem mesmo estou falando padrão Disney, é quase sombrio nivel Enigma do Horizonte. Não tem, obviamente, os mindfucks de Enigma… mas não faltam mortes, violencia e personagens bem fudidos da cabeça.
Num futuro distante pra caralho, uma nave de exploração, a USS Palomino, está voltando para a Terra quando descobrem um buraco negro e uma nave, nos limites do horizonte de eventos (a, digamos, fronteira do buraco negro. A partir dele a força gravitacional se torna irresistivel). A nave é a USS Cygnus, considerada desaparecida há décadas.
Eles resolvem investigar, ou não haveria filme, e descobrem um campo de gravidade nula ao redor da Cygnus. Acaba que eles encontram o Dr. Hans Reinhardt, o cientista chefe da nave, o único que ficou na nave. Ele tem permanecido ali todo esse tempo conduzindo pesquisas no buraco negro, ajudado apenas por drones humanoides e um robo, Maximilian.
Reinhardt explica que a tripulação voltou para a Terra há muito tempo, pois a Cygnus foi danificada numa chuva de meteoros, exceto o pai de uma das tripulantes da Palomino, que resolveu ficar para ajudar e eventualmente adoeceu e morreu, desde então, Reinhardt tem usado os drones para ajuda-lo. E avisa que, em alguns dias ele pretende levar a Cygnus para dentro do buraco negro, protegida pelo campo de gravidade nula.
Outro dos exploradores resolve ficar e ajudar, o resto se prepara para ir embora quando os reparos da Palomino terminarem. Eles estranham o comportamento dos drones da nave e apos investigarem, descobrem que eles são a tripulação original da Cygnus, lobotomizada e, bem, essencialmente, morta. A tripulação havia se amotinado contra Reinhardt, que fez Maximilian os lobotomizar.
Os tripulantes da Palomino tentam escapar, principalmente porque Reinhardt já começou o mergulho no buraco negro, e na luta, o gerador de gravidade nula é danificado, e a Cygnus começa a se desmantelar.
Os exploradores escapam em uma nave de fuga da própria Cygnus e mas acabam entrando na singularidade, enquanto a outra nave, aos pedaços, a acompanha. Começa então uma sequencia viajandona, que mostra os sobreviventes atravessando algo parecido com, sei lá, uma catedral psicodélica, e Reinhardt e Maximilian indo parar, sei lá também, no inferno, literalmente.
O filme é de 1979, ou seja, dois anos depois de Star Wars, mas parece anterior, sendo um dos muitos filmes feitos na esteira de Star Wars para tentar surfar na mesma onda. E definitivamente, não é um filme muito bom. As partes interessantes são intercaladas por momentos muito tediosos. A ciencia flutua entre pouca e zero. A Cygnus no entanto é uma bela nave por fora, com um visual muito particular. O que se destaca mesmo é a bela e sombria trilha sonora, excelente por sinal.
Os efeitos especiais são inconstantes. Alguns parecem bons para a época, outros, como os asteroides transparentes perto do final e mesmo o design ridiculo dos robos auxiliares, B.O.B. e V.I.N.C.E.N.T. são pra lá de ruins. Entre os são bem feitos se destacam a direção de arte, dos longos ambientes da Cygnus e tals e o ameaçador Maximilian.
Mas enfim, é um filme que tem um certo status de cult atualmente, com partes interessantes, e poderia ser melhor se tivesse uma produção mais acertada, se fosse mais como Alien por exemplo, que é do mesmo ano.