My Name is Dolemite
A historia do Moore que é relevante.
O que está acontecendo é que, com os serviços de streaming da Warner, Disney, a Netflix tem que correr para criar um catalogo e compensar as perdas.
O problema é a qualidade das obras que estão saindo dali. Digamos que a imensa maioria dos filmes com o selo Netflix não são lá essas coisas. Quando não são ruins mesmo.
Não é o caso aqui.
Eddie Murphy interpreta Ray Rudy Moore, um cara que está procurando a fama. O cara tentou ser cantor e agora está tentando a comédia, mas sem sucesso.
Isso muda quando ele ouve as historias de uns mendigos e encontra seu caminho, a criação de um personagem, ou melhor dizendo, uma persona, chamada Dolemite.
As coisas continuam dificeis no entanto, já que ele é essencialmente um ninguém. Mas Moore resolveu atirar para todo lado. Fez um disco de piadas, por conta própria, já que nenhuma distribuidora queria colocar encostar naquele tipo de material nem com uma vara de seis metros. Saiu por aí fazendo stand-up em uns pés-de-porco.
E pensou que, para ficar famosão mesmo, tinha que fazer um filme.
O elenco está bem pra caramba, e tem até Wesley Snipes num papel bem diferente dos papeis que normalmente lembramos dele: o de Blade e o de babaca.
O filme se passa na metade dos anos 70 e isso significa principalmente cabelos afro, estilão e muito groove, com funk de qualidade. O funk original maneiraço, não restolho.
A importancia de Rudy Ray Moore para a comédia não pode ser subestimada principalmente. Foi ele quem abriu um importante caminho no stand-up. Não o dos negros. Mas o da baixaria. Isso porque antes de Dolemite, a comédia era em geral mais bem comportada.
Rudy acabou fazendo vários filmes, no auge da blaxploitation e são uma epitome do genero, em especial aquele chamado apenas de Dolemite, cuja conturbada produção aparece no filme de Eddie Murphy, e também The Human Tornado.
Em 99, o proprio Rudy lançou Shaolin Dolemite. E claro, foi a inspiração mais clara, ou escura, de Black Dynamite. E mais. Pela forma como Dolemite rimava, Moore é considerado “O Padrinho do Rap”.
É o seguinte, esse é um baita filme legal, sobre um cara que não parava quando as pessoas diziam que ele não iria conseguir fazer algo. E é interpretado agora por outro cara que resolveu não parar de fazer o que sabe, mesmo depois de errar muito no caminho e ouvir muita espinafração nesse ínterim.
Então, parafraseando Dolemite:
Watch nigga, watch!