Mussum Forevis
É incrivel como podemos conhecer uma pessoa e mesmo assim saber quase nada sobre ela.
Assim foi como me senti ao ler Mussum Forevis, a biografia do Grande Mussa, escrita por Juliano Barretos.
Quer dizer, eu sabia que ele tinha sido do grupo Originais do Samba antes de ser Trapalhão. O que não tinha idéia era da importância do Originais na música nacional.
Da mesma forma, a historia do Kid Mumu foi uma surpresa. Algumas coisas eu sabia mas muitas coisas foram novas. Nascido na pobreza, Antonio Carlos usou uma combinação de grande carisma, inteligência e a legitima malandragem para se tornar uma das figuras mais amadas do país.
As passagens pela aeronáutica, pelas rodas de samba, repleta dos bambas, encontros e colaborações com figuras lendárias, a origem do mé e do apelido “Mussum”, vindo de grande origem (Grande Pássaro…. ainda rio quando lembro o que significa), a televisão, o cinema, circo e uma porradis de outras iniciativas.
É difícil acreditar hoje, mas os Trapalhões eram um programa excelente e praticamente o país todo parava no domingo para assistir. Hoje, são sinônimo de humor ruim, em especial Didi. Não é de se estranhar, dado o que vemos.
Na verdade, a leitura desse livro me confirmou uma teoria antiga à uma pergunta que me fazia. Por que um programa engraçado perdeu a graça como Os Trapalhoes? Seria o politicamente incorreto, que permeava o show, e é “errado” pras plateias bundinhas de hoje?
A resposta está no livro.
É interessante notar que, a maioria do livro se passa antes que Mussum se tornasse Trapalhao e durante sua longa carreira como músico e que também o livro não é chapa branca e não busca aliviar os problemas de Mumu da Mangueira, sejam pessoais sejam profissionais, nem deixa de mostrar claramente (algo difícil em se tratando de Mussum) quem era o maior cumpadis dele no programa. Tudo preto no branco.
Mussum Forevis é uma boa leitura e definitivamente é interessante saber mais sobre um sujeito que realmente viveu e trabalhou pacas, trouxe boa música e humor.
Cacildis.