Mulher Maravilha – Paraíso Perdido

O Paraíso se corrompe quando irmãs derramam seu próprio sangue.

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Discórdia, Medo e Terror, os três filhos de Ares, o Deus da Guerra e temido inimigo das Amazonas, planejam trazer o seu pai de volta ao mundo dos homens. Para isso eles se associam a três conhecidos vilões de Gotham City, Hera Venenosa, Espantalho e Coringa, e iniciam um culto helênico na cidade, reunindo em sua congregação os párias da cidades, o que engloba desde criminosos menores a moradores de rua. O sacerdote deste novo culto é Maxi Zeus, um perdedor com mania de grandeza. De maneira relutante, Batman entende que não conseguirá sozinho deter essa nova versão de seus velhos conhecidos e aceita a ajuda de Diana, além da Caçadora e da amazona Ártemis.

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Enquanto isso, na Ilha Paraíso as coisas estão cada vez piores. As amazonas que seguiram a irmã de Hipólita e foram para o Egito agora se esforçam para criar uma nova Bana-Mighdall na ilha de suas irmãs. A relação ente as duas tribos não é nada fácil, visto que as amazonas que ficaram na ilha enxergam com maus olhos o uso de tecnologia do mundo do patriarcado pelas suas irmãs, além da venda de seus serviços como mercenárias e do comércio de armamentos com os homens. Tudo parece estar indo por água a abaixo quando ambas as tribos começam a sofrer atentados e sabotagens.

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As amazonas de Bana-Mighdall também vêem a atitude de Hipólita, atuando muito tempo como Mulher Maravilha junto a Sociedade da Justiça e pouco tempo como rainha, um sinal  de fraqueza. Isso tudo serve de combustível para um outro grupo, formado por dissidentes dos dois lados e dispostos a iniciar uma guerra pelo controle da Ilha Paraíso. Com a autoridade de Hipólita posta em cheque, resta a Diana procurar um fim para os conflitos junto com Ártemis e sua irmã Dona Troy.

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Ok, de volta à discussão se todos os 60 volumes (e da expansão já anunciada) se fazem necessários aqui. A fase de Phil Jimenez como roteirista e desenhista da Mulher Maravilha é tida pelos fãs como uma das mais memoráveis da personagem, mas isso nem sempre quer dizer que um clássico foi gerado ali. Olhem a fase do Bendis no Aranha Ultimate, por exemplo, é boa mas não é algo fenomenal que mereça entrar em uma coleção de, supostamente, clássicos da editora (e mesmo assim entrou, vale ressaltar). Acho que o mesmo exemplo pode ser dado aqui.

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Essa história está longe de ser ruim, mais longe ainda de ser a coisa mais desnecessária da coleção (já tivemos 2 B&S do Loeb até o momento, daqui a pouco vem o terceiro), mas ainda assim fica aquela sensação de que esse é um material que vale a leitura, mas não nesse formato. O roteiro assinado por três mãos; Jimenez, DeMatteis e Joe Kelly é bem trabalhado e conciso, afinal, olha o nome de quem tá escrevendo, assim como a arte de Jimenez está muito boa, lembrando bastante outro grande nome que passou pelo título, George Pérez. Mas o encadernado é problemático até na sua composição.

O arco de história inicial, Deuses de Gotham, não se faz necessário para o entendimento de Paraíso Perdido, apenas uma nota na página inicial já bastaria, mas ele é só uma história comum de super heroína sem nenhuma consequência no status quo da personagem. Paraíso Perdido tem esse peso, mas é um arco de apenas duas edições, então decidiram enfiar uma história de quatro edições pra dar volume num encadernado cujo foco principal são as sessenta últimas páginas de conclusão. Acreditem, essa não é a maior safadeza dessa coleção, mas isso é assunto pra outro post.

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A parte impressionante fica pro final. Nos extras temos a reprodução completa de New Titans #38, a história intitulada “Quem é Donna Troy?” criada pela dupla Marv Wolfman e George Pérez, essa sim considerada um clássico. Na história vemos Dick Grayson usando suas habilidades como  detetive para descobrir o passada da Moça Maravilha antes dos acontecimentos que a levaram a ser adotada pelas amazonas. Essa história não tem nenhum momento de ação, focando apenas no desenvolvimento dos personagens, mesmo assim é incrível. De certa forma a cereja do bolo acaba sendo o extra da revista.

Que início, amigos!

Que início, amigos!

No apanhado geral, Paraíso Perdido é uma boa história mas não se sustenta nesse tipo de formato mais luxuoso. Mas eu compraria essa fase toda se saísse no padrão dos encadernados com capa cartonada.

Godoka
07/02/2018