MPH

Millars Por Hora

 

Mark Millar não é exatamente o que se possa chamar de “versátil”. Sim. Ele escreve sobre vários tipos de situações em suas historias, mas sempre há um clima e elementos em comum em todas elas.

Todos seus personagens são, em variados graus, uns cusoes. Um uso bastante comum de neonazistas e estupro anal. E embora a historia em si seja levada de forma interessante por quase toda a extensão dela, o final fica aquém do esperado.

MPH não é diferente.

Começa com Roscoe, um bandideco que sonha em ter uma vida decente com Rosa enquanto cumpre uma pena de 15 anos. Lá dentro ele recebe de um traficante umas pilulas pra ficar felizão. O que acontece é que, no meio dessas, as pilulas de um frasco escrito MPH, e dão para ele supervelocidade nivel Flash.

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Então ele sai da cadeia, se junta com Rosa e seu melhor amigo Chevy e respondem a pergunta: o que você faria se fosse o Flash?

É, e sabemos o que faria. Faria merda.

Não tente esconder.

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E seguem muitas cenas deles vivendo como nababos, até que alguem nota isso, e conspiração governamental e demais Millarzisses.

A arte é bem boa, mas está longe de ser o melhor trampo de Duncan Fregedo. Qualquer dúvida, procure o Hellboy dele.

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Outra caracteristica comum, essa do proprio Millar, é que há algum tempo ele cria quadrinhos já com um olho no cinema, o que no caso dele, é incrivelmente bem sucedido, já com três adaptações, Procurado, RED e Kingsman.

Isso reflete fortemente em MPH. É o melhor exemplo de quadrinho para uma cagada e nesse caso, Millar nem parece tentar esconder que a coisa toda é pouco mais que um rascunho de roteiro pra cinema.

Millar está disposto a: Criar seu Millarverso, evitar ser fodido pelas grandes editoras como a imensa maioria dos criadores dos personagens famosos e ganhar uma puta grana com cinema.

Quem sabe uma adaptação para filme faça com MPH o mesmo de RED e Kingsman e melhore muito a obra meia boca dos quadrinhos? Afinal, que mal tem apresentar quadrinhos horriveis desde que os filmes deem lucro? Tem uma grande editora aí, que não vou identificar, mas tinha o Quarteto Fantastico nela, que está nessa politica há um bom tempo.

Então MPH é um gibi que vale a pena. De comprar o encadernado. Na promoção. De um sebo.

 

Zweist
09/02/2017