Mês da Guerra – O Homem que Nunca Existiu

Homens mortos podem vencer batalhas.

Vi esse na TV, numa madrugada dessas da vida, só que não vi o começo, de forma que demorou muito até encontrar o titulo.

Esse filme é um animal diferente da maioria dos filmes abordados nesse mês, e nem poderia ser diferente, já que se trata de uma das mais estranhas operações da guerra. De qualquer guerra.

O Alto Comando Britanico estava num dilema. Eles precisavam retomar a ilha da Sicilia, vital para suas operações no Mediterraneo, mas havia o receio muito válido do custo em baixas dessa operação, já que os nazistas também sabiam da importancia do lugar e o tinham bem protegido.

 

 

A ideia então era tentar fazer parecer que o ataque Aliado se daria em outro lugar, na Grécia talvez, qualquer outro, para que os alemães fortalecessem o falso alvo retirando forças da Sicilia. Como fazer isso então?

E aí vai a coisa. A ideia era enviar um cadáver carregando uma pasta com cartas de importantes generais aliados, tais cartas contendo indicações (falsas) de onde e quando seria o futuro ataque na Grécia. O cadáver seria preparado de forma que parecesse ter saltado de um avião abatido vindo da África e o portador da pasta teria morrido afogado. Isso seria feito na costa da Espanha, pois seria arriscado colocar o cadáver direto nas mãos dos nazistas, já que isso seria suspeito.

 

No original, notei que os militares ficavam chamando seus coletes salva-vidas de “Mae West”. E descobri depois que era porque, ao inflarem, inchavam como os peitos da atriz. Ela achou muito fofo.

 

Essa é a trama bem por cima. O filme é um thriller de espionagem, mas bem diferente dos normais, pois como se trata de espionagem mesmo, tem muito menos tiros e muito mais paranoia.

 

 

O responsável pela operação, batizada com o tipico humor britanico de Operation Mincemeat (carne moida), o Major Montagu, sabia que subestimar os alemães seria um erro, então tiveram que ir muito longe para criar a ilusão de um oficial que nunca existiu.

Para um filme com praticamente zero de ação, ele é surpreendentemente eficaz em evitar de ser “lento”, e mantém um bom ritmo quase o tempo todo. Tem alguns elementos que hoje seriam considerados “datados” talvez, com boa parte do elenco atuando de forma um tanto dramática, mas é ok.

Esse é indicação com um grau maior talvez, se podemos falar assim, pois é tanto um filme bom quanto um demonstrativo de uma das operações militares mais esquisitas da historia.

O tumulo de Willian Martin. Se bem me lembro, nos anos 80 ou 90 foi permitido colocar no tumulo o nome verdadeiro do cara.