Mês da Guerra – Cartas de Iwo Jima
Replys de Iwo Jima seria um nome terrivel para um futuro filme.
A guerra na Europa foi um caos e no Pacifico não foi melhor.
Cartas de Iwo Jima é uma continuação/complementação ao filme A Conquista da Honra, lançado no mesmo ano e mostra o lado japonês da batalha.
Dirigido por Clint Eastwood, ele trata, como deve ter ficado claro, dos acontecimentos da Batalha por Iwo Jima, uma ilhazinha de apenas sete quilometros, mas com uma tremenda importancia estratégica, já que sua posse pelos americanos permitiria ataques diretos ao território japonês. Por isso a necessidade das forças japonesas de manter a posse do lugar.
Para ter uma noção do quanto o lugar é lazarento, a tradução é “Ilha Enxofre”. E é esse recanto do paraiso que o recem chegado general Kuribayashi tem o dever de proteger.
O filme foca principalmente em dois pontos de vista, o do gen. Kuribayashi e do soldado Saigo, um ex padeiro recrutado à força para lutar. Então ao passo que vemos Saigo tentando viver em meio a incerteza de antes da batalha e ao caos durante ela, vemos as estratégias do gen. Kuribayashi para defender uma ilha com basicamente um unico lugar onde isso é possivel, o pequeno Monte Suribachi.
Então, de certa forma, ele nem tentou, preferindo colocar suas forças para criar uma imensa rede de tuneis e abrigos subterraneos e lutar ali. Nisso ele foi tão bem sucedido que o general americano responsável pela operação, Howland M. “Howling Mad” Smith chama-lo de “o inimigo mais temivel”.
O velho Eastwood não procura amenizar ou demonizar as coisas e pessoas. Para cada fanatico enlouquecido, havia uma duzia de caras que preferiam estar em casa. Não que isso fosse um objetivo simples.
A questão da rendição era particularmente espinhosa. Havia um esprit de corps, uma crença espalhada na superioridade do exercito japonês, assim como uma devoção imensa e raramente desafiada, de forma que o suicidio era a alternativa à rendição, sentimento aumentado por propaganda que afirmava que os americanos eram barbaros desonrados e selvagens, que até mesmo poderiam devorar os prisioneiros. Sério. Por isso, em geral, os soldados japoneses atacavam com uma ferocidade pouco vista e raramente tentavam se render.
Por outro lado, dois hábitos do Exercito Imperial acabaram reforçando a politica de poucos prisioneiros. O fato dos soldados serem recompensados ao matar médicos do lado americano e de que alguns soldados fingiam se render para tentar matar o máximo de inimigos possível, geralmente em ataques suicidas com granadas.
É bem claro que Eastwood é um sujeito que manja do seu trampo, mesmo dirigindo um filme em outra lingua e consegue extrair ótimas atuações de seus atores, o qual certamente o mais famoso por aqui é Ken Watanabe.
Não digo que há uma necessidade de ver ambos os filmes. Embora na verdade haja.