Mês da animação de ação – Jayce e a Liga Relampago
Coma seus legumes ou eles aumentam as estatísticas de violência no transito.
Dois caras conhecidos estavam sempre pulando de uma produção animada para outra. Mark Evanier, escrevedor do Groo, que trampou também no desenho do Garfield, Thundarr e Caverna do Dragão. E o outro cara era J.M. Straczynski.
He-man, She-ra, Caça Fantasmas, e esse, Jayce and the Wheeled Warriors, ou como é conhecido no campo de bocha da Vila Carrão,
Jayce e a Liga Relampago.
Vamos ao blablabla usual. Feito para vender os bonecos, lalala, não venderam bem e talecoisa.
Com isso fora do caminho vamos em frente.
Em algum lugar do espaço, o cientista Audric está criando uma variedade de plantas para acabar com a fome na galáxia, que como sabemos, tem recursos finitos e não é uma vastidão incomensurável, demandando então genocidio da metade de sua população.
De toda forma, ocorre um desastre, uma estrela próxima entra em Nova e suas radiação afetou as plantas, as transformando em seres capazes de se transformar em veiculos com cara de malvados e partes de planta.
Esses seres, batizados de Monster Mind, começam a atacar outros planetas, viajando atraves de vinhas imensas, sob controle de Saw Boss.
Contra eles está a Liga Relampago, formada pelo filho de Audric, Jayce, o mago-mecanico Gillian, a menina Flora, outro experimento, esse bem sucedido, de Audric e o inevitável sidekick comico, Oon. Junto deles está o dono de uma das mais feias naves da ficção, o mercenario Herc, viajando pelo espaço para encontrar Audric, que tem a outra metade de um medalhão capaz de destruir os Monster Mind.
A abertura fodona explica boa parte disso.
Um problema eram os dialogos, na maioria do tempo horriveis, com umas breguisses dolorosas de ouvir. Em contrapartida, o conceito e a condução dos episodios eram interessantes, então ficava aquele negocio, aguentar os dialogos e curtir a trama ou jogar tudo pra cima?
Esse aspecto foi melhorando um pouco com o tempo, mas nunca a ponto de ser realmente bom, principalmente por ter que lidar com alguns cliches de desenhos bem ruizinhos, como o anel mágico de Jayce, capaz de fazer o que a trama precisa que ele faça.
O caracter design é muito bem feito, na maioria do tempo. Jayce e Flora são bastante originais, ao ponto que Herc e Gillian são claramente Han Solo e Gandalf/Obi-Wan.
Os Monster Mind também compartilham isso, com designs muito bons e outros estronchos.
Falando neles, os momentos em que as flores de Monster Mind caem das vinhas e vão germinando,lentamente virando de uma golesma transparente, repleta de orgãos e nojeiras é bem legal, até a hora que eles adquirem a forma de veiculo. Os quais nunca entendi como viram de plantas para algo que parece metal. Mas enfim.
Isso era possivel graças a uma animação muito boa para o periodo. A trilha sonora no entanto não era tão brilhante, com musicas incidentais pouco inspiradas ou inadequadas para a cena.
O que aconteceu é que os bonecos sairam bem antes até do conceito do desenho ficar pronto, de forma que as descrições dos veiculos de brinquedo não batiam com os do desenho. Nem mesmo os pilotos eram os mesmos, os bonecos eram apenas genericos,
não os personagens. Uma segunda fornada chegou a ser planejada, essa seguindo o desenho, mas tudo foi tirado da tomada antes.
Mesmo contando com um time muito bom, além de Straczynski havia Jean Chalopin, um produtor francês cheio de coisas legais em seu curriculo, além de Haim Saban e Shuki Levy cuidando das musicas, esse é mais um desenho que não foi para frente e esse sim, merecia um reboot.
Ou talvez Stradivarius libere o roteiro do filme que encerraria a coisa toda e ele mantém consigo.