Megadeth – Rust In Peace
Alguns caras são muito heróis.
Um desses caras é Dave Mustaine. Pra um cara conseguir ser expulso do Metallica por abuso de álcool tem que ser muito herói. Foi igual ao Steve Adler sex expulso do Guns N’ Roses por abuso de drogas, tem que ir num limite assustador. Só que diferente do Adler que nunca mais fez algo que prestasse, Mustaine ficou puto da cara e prometeu montar um grupo que fosse melhor, mais pesado e mais famoso que o Metallica. Bem, ele só não conseguiu ser mais famoso.
De toda a raiva veio o Megadeth, uma banda que esteve em constante mudança na formação devido conflitos pessoais. E Dave sempre procurou estar em companhia de músicos muito bons. Em seus quarto disco de estúdio ele conseguiu não apenas estar com bons músicos, mas com um álbum incrível nas mãos.
As letras de Rust In Peace abordam temas variados, mas em grande parte notamos o lado político do vocalista e sua abordagem sobre as guerras em “Holly Wars… The Punishment Due”, “Take No Prisioners” e “Rust In Peace… Polaris”. Alguns problemas pessoais ficam evidentes em “Tornado Of Souls” (minha favorita), que fala sobre o fim do seu relacionamento de 5 anos com sua ex noiva e “Poison Was The Cure”, que trata do seu vício em heroína (Dave havia saído de uma clínica de reabilitação pouco tempo antes das gravações do disco).
O disco possui uma qualidade técnica impecável, além da típica agressividade do trhash metal. Rust In Peace rendeu 2 indicações ao Grammy e um disco de platina, além de uma extensa turnê na qual se apresentaram no Brasil pela primeira vez, na segunda edição do Rock In Rio. Até hoje “Holly Wars” e “Hangar 18” são músicas obrigatórias no show da banda. Sem falar que é citado, ao lado de Master Of Puppets, como uma dos maiores discos do gênero.