Lex Luthor – O Homem de Aço
Lee Bermejo é foda!
Lex Luthor é um dos mais atormentados vilões do Universo DC. Ou o mais sábio, vai saber. Gênio, bilionário, controlador, estrategista, instável. Muito instável. A base de seus temores não é de todo errado, afinal, a desconfiança é algo natural ao ser humano, assim como o fato de temer e hostilizar tudo aquilo que não entende. Assim como Lex Luthor, todo leitor de quadrinhos já imaginou o que aconteceria se o kryptoniano resolvesse passar de protetor à imperador da humanidade, isso inclusive já foi usado em muitos universos alternativos.
Além disso, a figura do escoteiro simboliza para Lex a estagnação da evolução humana, uma força que ao proteger a humanidade acaba impedindo-a de superar sua dificuldades. O sofrimento muitas vezes é a base da mudança, e se não há sofrimento, não existe também a sua superação e o seu fim definitivo. Mas para Lex a humanidade ainda tem salvação, pois ainda existe Esperança.
Essa é segunda história da dupla Brian Azzarello e Lee Bermejo que tive o prazer de ler, a primeira foi Coringa, já resenhada aqui no site. As histórias seguem basicamente a mesma linha narrativa, nas quais os vilões são os protagonistas. Assim como o Batman da outra história era apenas medo e violência, o Superman na visão de Lex é um alienígena na mais pura concepção da palavra, um ser que convive entre nós mas apenas emula os sentimentos humanos. A figura do herói aparece na quase totalidade da revista com os olhos incandescentes, fazendo com que sua aparência se torne menos humana ainda.
Os extras incluem todas as capas em tamanho original, alguns esboços de Bermejo e a primeira aparição do clássico vilão em Action Comics 23, de 1940. Uma história simples e sem muitos atrativos além da possibilidade de conferirmos uma personalidade não muito heróica do Superman primordial. Uma boa história, porém eu vou começar a me desviar quanto ao julgamento quanto a valer a pena adquirir ou não os encadernados dessa coleção, pois apesar do belo tratamento e extras, 45 reais em um encadernado é muito dinheiro.