Leia esta merda! – Justiceiro: Nascido Para Matar.

Já tava na hora dele aparecer aqui.
Finalmente uma estreia dupla, meu escritor e meu personagem favorito (o Punho de Ferro é somente um affair). Provavelmente uma das melhores combinações que já aconteceram na Marvel: Garth Ennis, Frank Castle e o selo Max.
Justiceiro: Nascido Para Matar (Born) é uma minissérie em quatro edições escrita por Ennis e desenhada por Darick Robertson e Tom Palmer a qual conta pela primeira vez a história de Castle antes do desastre no Central Park.

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A hq se divide em dois personagens: o soldado Goodwin, um homem de boa índole e que não vê a hora de entrar no avião de volta para a sua tão sonhada América, e Castle, o homem temido e respeitado por toda a companhia (ou pelo menos o que resta dela)  do Vale Forge. Goodwin nutre uma certa adimiração por Castle, apesar do pavor que sente pelo fato de seu capitão ser um homem que vive pela guerra.

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A situação na base do Vale Forge não é das melhores. Não existe mão reposição de tropas ou munição, o abuso de drogas é algo alarmante, dos soldados ali apenas poucos ainda se importam com as patrulhas ofensivas e evidentemente as pessoas no comando abandonaram aquele lugar de merda.
Essa porcaria de lugar é um reflexo da época em que se passa a história. A guerra do Vietnã já se encaminha pro fim, e é o pior fim que os Estados Unidos poderiam esperar. O confronto é mal visto até pelos americanos, Nixon já estava começando a retirar as tropas do país e sua popularidade alcançava o fundo do poço. Ninguém mais acreditava na guerra e ninguém mais se importava com ela. Era a derrota batendo na porta do país mais arrogante do mundo.
Castle é mostrado justamente como o homem que está nadando contra a maré. Esta já é a sua terceira incursão, e muito pouco se sabe de suas duas anteriores, a não ser o fato de que é melhor não procurar saber o que houve. Seu senso de justiça é algo deturpado até para a guerra naquele inferno, e isso é muito bem mostrado na sequência da mulher vietnamita.

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Além disso somos apresentados à ideia de que já existia algo na mente de Castle, ou alguém. O fato é que essa coisa sabia qual o maior desejo do capitão, a sua vontade de viver permanente em guerra e a necessidade de punir toda e qualquer pessoa que ele acha que mereça ser punida. Esse troço realmente me deixou encafifado com a possibilidade de Castle não ser simplesmente uma pessoa que não saiba viver de outra maneira a não ser pela guerra, mas sim de que na hora em que a água bateu na bunda ele resolveu aceitar o acordo errado. Só que a última vez que colocaram coisas fantásticas na história do Justiceiro a coisa não deu muito certo, então essa ideia de que a voz na mente do protagonista seja alguém oferecendo um pacto (Parker?) gera um certo desconforto.

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Ennis construiu uma origem sensacional e condizente com o alto nível de qualidade que manteve por sua passagem no personagem, principalmente no selo Max (que merecia republicação em encadernados). Mas como é de costume, o autor utiliza a história como crítica à guerra, seja ela no Vietnã ou qualquer outra.
Quanto a arte, esse não é um dos melhores trabalhos do Darick Robertson o que não significa que seja ruim. Os desenhos são sujos e as cores são em sua maioria escuras e sem vida tanto quanto o roteiro. Se você é fã ou gostaria de ler mais sobre o Justiceiro, leitura mais que obrigatória.
Esse post é uma parte de três recomendações de histórias do Justiceiro, a próxima vai ser a origem que todos conhecemos.

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