Lamb of God – Wrath
Como já disse e repeti em vários outros posts aqui no site, o metal foi parte fundamental do meu crescimento. Quando se é um adolescente não muito popular na escola, que não vai em festas (nem é chamado pra elas), não tem namorada e não bebe antes dos 18, uma válvula de escape ajuda muito, e no meu caso era o metal. E o interessante de gênero é que, na maioria esmagadora das vezes, o gosto não é passageiro, você leva isso pro resto da vida.
Só que mesmo quando mais novo, minhas limitações musicais eram bem rígidas. Metal pra mim era Iron Maiden, Judas Priest, Helloween e nada muito além disso. Não gostava de nada que fosse mais agressivo ou extremo, e isso só foi mudar quando um grande amigo me apresentou os três (geniais) primeiros discos do Metallica, mas isso fica pra outro dia. O disco de hoje faz parte de um momento em que eu procurava algo mais extremo do que o bom e velho Metallica.
Em 2009, com 19 anos (já velho, eu sei) por acidente do destino eu escutei uma música que fez meu queixo cair e descobrir que existiam coisas impressionantes lançadas depois dos anos 80. A música em questão era Redneck, presente no disco anterior ao que é motivo deste post. Completamente hipnotizado pela porrada que havia acabado de escutar, corri para o site de torrent mais próximo e baixei o primeiro disco dos caras que vi. E era justamente o disco recém lançado, Wrath. Por algum motivo que não me lembro, não consegui encontrar o Sacrament pra baixar na época.
E como não podia ser diferente, a primeira audição foi um verdadeiro choque. Eu só conhecia Redneck, e perto de algumas músicas de Wrath, ela parece cantiga de ninar. Foram necessários alguns bons meses pra conseguir assimilar o que eu estava ouvindo, e mais algum meses pra criar uma imensa admiração pelas músicas.
O disco abre com a leve introdução The Passing, uma bela e melancólica melodia no violão que cresce até u instrumental magnífico. Essa música é de longe a coisa mais melódica em todo o disco, porque logo depois dela o massacre começa com In Your Words, Set To Fail, Contractor e Fake Messiah. É difícil dar destaque pra alguma, mas eu diria que nessa metade do disco Set To Fail e Contractor são minhas favoritas, as introdução de ambas simplesmente me arrebataram desde a primeira audição.
Grace resgata um pouco da calma e melodia da introdução do disco… por trinta segundos. Essa é sem dúvida a melhor música do disco, e também a que possui o mais belo solo, apesar de bem curto. Outra sequência destruidora surge com Broken Hands, Dead Seeds, Everything to Nothing e Choke Sermon, essa última uma das minhas favoritas do álbum. Reclamation, a maior música do disco (com 7 minutos), encerra esse petardo com chave de ouro. Ela é basicamente um resumo de todo o disco, se inicia com uma introdução no violão. se torna agressiva e com grandes trocas de ritmo e algum dos momentos mais brutais de todo o disco e encerra com o violão. Simplesmente incrível.
Algo que me impressiona não só nesse disco, mas em todo o trabalho do Lamb of God que eu já escutei, e a bateria, extremamente precisa e capaz de preencher a música toda. Outro destaque também é o vocal de Randy Blythe. Eu realmente não suporto vocais guturais, mas tem algo na voz dele que realmente me agrada, deve ser o fato de que eu entendo o que ele está cantando, apesar da técnica vocal. Se você, assim como eu, tem o metal como parte essencial da vida e está afim de procurar algo que fuja do tradicional, Lamb of God é uma excelente escolha.