Kong – A Ilha da Caveira
Quem já foi rei nunca perde a majestade.
A atual mania da industria cinematográfica é tentar construir universos. A Marvel está se dando bem com o seu. A Warner ainda não conseguiu fazer um bom para a DC. A Sony vai tentar de novo com um filme do Venon feito às pressas e a Fox parece tentar com os X-men e cagar pra isso com Logan e Deadpool.
Mas isso é tudo lixo.
O importante é o que a Legendary está tentando montar. Em 2014 com o Rei dos Monstros e agora com Kong. Um Monsterverse.
No final da guerra do Vietnã, o responsável pela agencia Monarch, Bill Randa (John Goodman) busca organizar uma expedição para a lendária Ilha da Caveira, um local isolado à séculos do mundo, cercado por um sistema de tempestade permanente. Lá ele espera encontrar as provas que precisa para manter a agencia funcionando.
Ele contrata a ajuda do ex militar especialista em sobrevivencia Bear Grills James Conrad (Tom Hiddleston) e consegue do governo o auxilio de um esquadrão de helicopteros liderado por Preston Packard (Samuka Jackson), que está meio bolado com o fim da guerra como se deu, e leva também a jornalista fotográfica Mason Weaver (Brie Larson).
Eles chegam na tal ilha e logo são atacados, não sem motivo, pelo sindico do local, o que deixa todos, militares, cientistas e reporter, isolados no local. E eles logo descobrem que ali não é lugar para humanos.
O filme, escrito por Max Borenstein, que escreveu o Godzilla de 2014, tem uma vibe meio Apocalipse Now, e é um reboot da franquia do Kong, com elementos de todos os filmes do macacão. Isso é perceptivel no próprio Kong, que, assim como o bichão no filme de 1933 e o dos anos 70, anda de forma ereta.
E podem ficar tranquilos, imbecis que acharam que pouco se viu o Godzilla de 2014, mesmo sendo uma decisão feita para emular o primeiro filme. Kong é bastante visivel e tem muitas cenas de ação, com um visual acachapante.
Por sinal, é um filme muito bonito, tanto pelas CGs bem feitas, quanto pela bela fotografia e cenários do Vietnã. É. Na prática, os soldados saem do Vietnã para irem para o Vietnã.
E até os posters do filme são lindos, como o clássico do Kong na frente do sol (Apocalipse Now de novo) e esse, da versão japonesa do filme.
A trilha sonora, como convém ao periodo, tem o fino do fino da época, com Black Sabbath, David Bowie, Credence Clearwater e outros. Fodaça.
O elenco está muito bem também, naturalmente com Goodman e Jackson dominando cada cena em que aparecem. Outro destaque fica com John C. Reilly, que faz um sujeito que caiu ali na Segunda Guerra e naturalmente, está meio dodoi da cabeça.
Um destaque, negativo talvez, vai para Jing Tian, cujo papel se resume a falar um pouco e ser uma coisinha linda. O que ela realmente consegue facilmente.
O Kong por outro lado, além de ser o segundo maior e mais peludo bicho que vi naquele dia, um personagem interessante. Definitivamente inteligente e eu diria até carismático. Mais do até do que alguns redatores do site. E mais inteligente também.
Minha longa experiencia com kaijus me tornaram uma contradição sobre esse tipo de filme. Fico demasiadamente empolgado, mas muito critico, o que pode afetar a vibe.
Não é um filme perfeito, mas é realmente muito bom e absolutamente válido de ver no cinema, para absorver toda a grandiloquência do Kong.
E os planos são para 2019, Godzilla: King of Monsters e em 2020, King Kong vs Godzilla. Então o ideal é viver pelo menos até lá. Depois pensamos no resto.