Kenzen Robo Daimidaler
Libido é inesgotável, quer dizer, melhor forma de energia de todas.
Após tanto tempo de existência, os animes de mechas atingiram maturidade e historia o bastante para se autoparodiarem.
E é isso que Kenzen Robo Daimidaler é. Uma paródia bem inteligente dos clichês de mais de 3 décadas do gênero mecha. Isso e um montão de putaria.
O anime segue o conflito entre a organização multinacional Salão de Beleza Prince (que literalmente começou como um salão de beleza e agora é maior que a OTAN) e o Império Pinguim. Os Pinguins estão coletando uma poderosa fonte de energia chamada H-Ero emitida pelos humanos. Alguns humanos especiais emitem grandes quantidades dessa energia, que pode ser usada para mover a melhor arma da humanidade, o robô Daimidaler.
Nada é o que parece. As ações do Salão e do Daimidaler são frequentemente mais destrutivas do que as dos Penguins, que inclusive se preocupam com danos colaterais de suas ações. Ações essas, diga-se de passagem, normalmente mais aborrecimentos do que problemas reais.
O caracter design é excelente, captando bem a aparência dos personagens do período sacaneado. O piloto do Daimidaler, Koichi Madanbashi se parece com Kouji Kabuto de Mazinger Z, um selvagem agressivo e tarado. Sua parceira, Kyoko, de forma semelhante lembra Sayaka também de Mazinger. O relacionamento deles e suas personalidades são tratados da mesma forma, com Kyoko aguentando as constantes apalpadas de Madanbashi e batendo nele, mas ofendida quando ele olha para outra mulher.
Os outros pilotos, a doce Kiriko e seu namorado Shouma refletem o tipo de personagem que ficou mais comum depois, garotas mais suaves e caras mais patéticos (o modelo básico de animes estilo harém e Shinji Ikari). Mas eles ficam se beijando o tempo todo e irritando todos ao redor com sua melosidade.
Os pinguins por sua vez são estranhos tanto em aparência quanto no modo de agir. A principio não á pra saber se são realmente seres parecidos com pinguins, pinguins mutantes de algum tipo ou apenas sujeitos fantasiados. Eles alegam que aquela piroca que tem é na verdade um “rabo dianteiro” e de fato é parecido, mas a quantidade de piadas de duplo sentido que surge sugere algo mais que apenas uma cauda.
Um detalhe, esse pensamento de “algo mais” se aplica ao anime todo, principalmente uma critica que percebi sobre algumas leis recentes aprovadas por lá.
A produção é caprichada com muitos detalhes das personagens femininas disponíveis e bem visíveis. O mecha design é muito estranho. O Daimidaler e os robôs do Império Pinguim parecem feitos por uma criança de seis anos. Alguns mechas são mais modernos, mas o Daimidaler parece incapaz de ficar em pé. É compreensível que queiram um visual mais simples e até tosqueira, para refletir os antigos Super Robôs dos anos 60 e 70 mas é uma escolha estranha de fazer isso.
A música de abertura, Endoh kai, reflete bem esse espirito e tem uma pegada das músicas dos seriados de Super Robôs.
É um anime para os fortes devido ao elevado, muito elevado, estratosférico nível de fanservice em cada episódio. Não chega a ser inassistivel ou calcado apenas nisso, a comédia do desenho normalmente funciona bem, mesmo centrada principalmente nos Pinguins. Mas definitivamente, não dá pra assistir com sua mãe na sala.