Keijo e a completude da Vida
Observando para além do infinito.
Quando vi o trailer de Keijo, decidi que deveria assistir. Não é “iria” ou “queria” assistir. É “deveria”, uma obrigação.
Isso acabou despertando vários pensamentos, vou tentar organiza-los o melhor possivel.
Mas vamos falar do anime primeiro. Ou segundo já que nosso amiche Evandro já fez isso. Mas por alguma razão que desconheço, me pediu para escrever também.
E acreditem, depois de ver vários episodios de Keijo, essa é uma das poucas coisas no universo que ainda desconheço.
Num futuro próximo, a humanidade finamente superou sua fase infantil nos esportes e deixou de se importar com gente chutando bolas, correndo ou pulando. O mais popular dos esportes é o Keijo.
A esperta, e financeiramente comprometida, Nozomi Kaminashi resolve rejeitar propostas para praticar esportes inferiores e se matricula em uma prestigiada academia para se tornar a Rainha do mais lucrativo esporte da atualidade.
Agora, do que se trata o Keijo?
Excelente pergunta Jimmy. É bem simples de explicar. Duas ou mais garotas sobem numa plataforma flutuando em uma piscina e devem lutar até que apenas uma fique de pé na plataforma. Nada complexo.
O diferencial é que elas só podem usar os peitos e a bunda para se acertarem.
Eu senti um tipo de senso de realização poucas vezes visto no planeta. Quer dizer, não há mais o que ser visto. Minha tarefa está cumprida. Nasci para ver isso.
Não é de hoje que afirmo o fato de que a animação japonesa busca a cada dia se superar em desculpas esfarrapadas de fanservice. A cada ano surge um ou dois animes que buscam superação nesse quesito.
Mas Keijo fornece um paradoxo capaz de destruir mentes mais fracas. Mesmo com uma premissa dessas, ele consegue ser muito menos carregado que Queen´s Blade ou Seikon no Qwaser. Na verdade, assistir com a mesma mentalidade é prejudicial. Porque o melhor é curtir a comédia que é o absurdo todo.
Quer dizer, até nas vestimentas delas. Elas lutam com maios esportivos normais, nada como Dead or Alive por exemplo.
Há toda uma fisica envolvida, tanto no treinamento quanto nas lutas e ataques em si, e quando uma professora explica o funcionamento do Canhão de Bunda à Vácuo parece mais coerente do que “fui atingido por raios gama e virei um incrível monstro verde.” E é um esporte com alguns riscos, tanto de lesões quanto de acidentes fatais.
A seriedade com que tudo é tratado é a parte mais engraçada, é quase como ver Leslie Nielsen em Corra que a Policia Vem Aí. A forma como os maiores disparates são tratados de modo sério. Há também alguns pequenos detalhes, como um livro que uma personagem carrega, de titulo “Asstronomy”.
A animação é bem feita pra caramba, digo, muito mesmo. As lutas de Keijo fazem os combates de DBZ parecem duas velhas disputando um pacote de cebolas. Há também uma grande variedade de personagens na verdade, com várias saindo do tipo fisico esperado de animes, há algumas bem altas, outras musculosas e até algumas gorduchas.
A trilha sonora e as dublagens também são boas e é dificil desgrudar da musica de abertura.
O anime estreou esse ano com os tradicionais 12 episódios, ainda sendo trasmitidos. O mangá já está seguindo a algum tempo. Por sinal, o anime pula um bom punhado do mangá, talvez vinte capitulos, e começa com a entrada de Nozomi na academia, mostrando a parte pulada em um flashback aqui e ali. Por sinal, o mangá é mais carregado no serviço que o anime, como convém.
Esqueçam então qualquer preconceito em relação ao fanservice (nesse caso, foi algo tão imbecil que até na maluca disputa eleitoral americana acabou sobrando pro desenho), porque, como eu disse, a despeito do conceito, não vai ter achar muito por aqui. É uma comédia de absurdos e ação, mais próxima de Jojo Bizarre Adventure do que de Prison School e bem feita no que se propoe a ser.