Joker Game
“HUHUHU vou espionar a tia do Bátima!”
Então antes de tudo vamos pedir ajuda de nosso amigo Patrick.
Vamos esquecer a quantidade de merdas que o exercito imperial japones aprontou e curtir o show, ok? Se bem que, a bem da verdade, o autor não passa um pano por total nessas merdas. Os japoneses são retratados com tanta escrotidão quanto todo mundo. Mas vamos ao que interessa.
Em 1937, quando o Japão conquistou a região chinesa da Manchúria, foi fundada uma agencia de espionagem do Exercito Imperial Japonês, sob o disfarce da Sociedade Cultural do Grande Leste da Ásia. O objetivo era treinar e espalhar agentes pelo mundo. Esses agentes de preferencia não podiam ter vinculos militares (uma boa idéia, dado que o grau de cegueira ideologica era maior entre os militares) e inclusive poderiam ser usados para espionar problemas dentro das forças armadas imperiais.
Centenas começaram o treinamento e oito terminaram, dado a dificuldade dos testes tanto fisicos quanto mentais. Eles não sabem os verdadeiros nomes uns dos outros, ou seus passados. O mais “visivel” acaba sendo um cara chamado Sakuma, justamente por ter tido passado militar e o decorrente fanatismo.
E o jogo é espionagem internacional e serviços de inteligencia. E é um muito, muito sujo. Christopher Lee lembrou a todos que a agencia antepassada do MI-6 era o Ministry of Ungentlemanly Warfare, Ministeria de Guerra Não Cavalheiresca. Eles sabiam que Inteligencia é um jogo realmente sujo.
Esse é o Joker Game. Os agentes explicam por alto durante um jogo de poker. Sakuma perde miseravelmente o jogo e depois lhe explicam que é porque alguem fazia sinais para os outros sobre as cartas dele. E na verdade, todos faziam isso contra todos, de forma que não era possivel saber quem estava aliado a quem e em que momento.
Vou deixar um dos jogadores explicar: ” O jogo na mesa é só fachada. O objetivo é fazer os outros na sala espiarem as mãos dos adversários para você e sinalizarem. No entanto, não dá pra saber quem está do lado de quem. Os sinais podem ser falsos, ou você pode ler os sinais de um oponente e mudar sua mão. Nas condições certas, você pode convencer um espião inimigo a mudar para o seu lado”.
Ou seja, é igual a politica internacional, um negocio onde a enganação e a paranoia são as ferramentas de sobrevivencia.
São doze episodios do anime, dois OVAs, os quatro volumes da Light Novel original e um volume do mangá. Os episódios normalmente retratam um dos oito agentes infiltrado em algum lugar e não estão em ordem cronológica e se passam no periodo de 1939 até 1941.
A produção e a animação são muito boas, com detalhes como cartazes da época (como em Xangai, anuncios de Cola-Cola, essa era a marca da Coca Cola na época ali), os uniformes da odiada policia Kempetai, a rota e até a velocidade do trem Expresso Asiatico e coisinhas assim. Alguem estudou mesmo ali.
É bem o que se espera de boa produção sobre espionagem, filhos da puta pouco confiáveis enganando ou tentando enganar outros filhos da puta num terreno ideologico bem pantanoso.
Agora, por que caralhos a Marvel não consegue fazer isso com Nick Fury, a menos que coloque nas mãos do Garth Ennis?