E não estou falando de poker filho.

Os jogos sempre foram um terreno fértil para o faroeste, e faz sentido, já que um dos principais elementos dos games e do faroeste é meter bala. Então há uma grande similaridade entre eles.

Seria uma tarefa difícil reunir todos os jogos de western ou pseudo-western em um post com menos de 150 pagedowns, então ficam só alguns dos mais famosos, clássicos ou que eu simplesmente gostei.

Outlaw: o primeiro jogo de faroeste do Atari não ganhava concursos de emoção mas tinha algumas vantagens sobre outros jogos do console. Os gráficos realmente passam  a impressão de serem o que representam. As caveiras de boi parecem caveiras de boi, os cactos parecem cactos. E os pistoleiros parecem pistoleiros. São uns sprites enormes. Na tela há dois pistoleiros, um de frente ao outro. O objetivo é sacar mais rápido e acertar o outro cara.

O negocio é que entre os dois sujeitos normalmente há algum obstáculo, pode ser um cacto ou algo enorme como uma diligencia. Então é preciso mover o pistoleiro para cima ou para baixo para ter um tiro desimpedido. Só que fazer isso te expõe à linha de tiro do outro cara.

Demanda uma certa estratégia, para ser rápido ou enganar o outro jogador. Claro, como num duelo de verdade, se os dois forem uns covardes filhos de coiote, pode ficar chato bem rápido.

Wild Gunman: esse jogo é conhecido de duas formas. Como arcade ele aparece em uma cena de De Volta para o Futuro 2, sendo dispensado como “jogo para bebês” apesar da habilidade que Marty demonstra. E em seu port para no NES. O jogo é compatível com a pífia lightgun do NES e você tem que sacar mais rápido do que o bandido na tela.

É possível fazer maiores pontuações acertando o chapéu ou a arma do bandito e para complicar eles passam a vir em dupla depois de um tempo. Não dá pra ficar mirando muito, pois eles são rápidos em atirar de volta.

The Oregon Trail: tecnicamente esse jogo se passa no começo do Oeste. Você está no comando de um bando de colonos, indo para o oeste bravio em busca de uma vida melhor. É uma aventura em texto, com algumas animações simples na tela. É um jogo principalmente de gerenciamento de recursos e escolhas. Matar e comer os búfalos mas arriscando perder tempo ou munição? Atravessar o rio? Morrer de disenteria não chega a ser uma opção.

Esse jogo é clássico nos EUAses porque praticamente todos os computadores escolares tinham ele instalado (como normalmente tínhamos aqui Carmen Sandiego) e era considerado educacional.

Sunset Riders: esse sim é um dos favoritos da galere. Dos bons tempos da Konami, no arcade podiam jogar até 4 caras, como Billy, Steve, Bob e o favorito, Cormano. Dois deles usam revolveres, os outros dois espingardas.  A diferença  é que as espingardas, embora atirem ligeiramente mais devagar, tem o efeito de espalhar o tiro, de forma que a mira pode ser um pouco mais relapsa. Por isso são a melhor escolha.

Isso no arcade, porque no Mega consoles só da pra jogar de dois, com Steve ou Cormano. Então se prepare para brigar pra ver quem joga com o mexicano de rosa. O Snes não tem esse problema.

A jogabilidade é tipo um Contra no Oeste, movimentação da esquerda pra direita e ondas e ondas de gente atirando em você. Um tiro e você já era. Pra dar aquela ajuda dos irmão, as dedicadas trabalhadoras noturnas da cidade lhe dão uns power ups, como uma segunda arma ou um tiro mais rápido.

O cenário também frequentemente tem prerigos como estouros de boiada ou caixas caindo. É um jogo curto, com apenas 5 fases, mas definitivamente um dos mais legais dos 16 bits, porque além da ação, é engraçado pacas e os gráficos e a trilha sonora também são excelentes. E vão até esse site. Acreditem que não vão se arrepender.

Wild Guns:  esse jogo é visto por trás dos personagens e você se desloca lateralmente, controlando uma mira e atingindo alvos no fundo. Os alvos e o cenário são naquele estilo “faroeste futurista”. Você escolhe entre dois personagens, um grandão chamado adequadamente de Clint e uma mulher chamada Annie (provavelmente de Annie Oakley uma famosa artista do show de Buffalo Bill), a diferença deles é óbvia (além de “meninos tem pênis, meninas tem vagina”), Clint tem mais poder de fogo e Annie mais velocidade, além de ser um alvo ligeiramente menor.

O jogo consegue ser variado e é generoso com as vidas extras, o que é bom, porque pode ser bem difícil nas fases mais avançadas.

Mad Dog Mccree: Ok, esse é, como o próprio Velho Oeste, de uma época curta e antiga, a época onde as pessoas pensavam que os Full Motion Videos seriam o futuro dos games. Inicialmente era um arcade que depois teve uma versão para o 3DO.

O arcade era jogado numa tela enorme e a trama era profunda como um pires. O prefeito e sua filha foram sequestrados por “Mad Dog” McCree e sua gangue e você tem que abrir caminho à bala para salva-los. O esquema era como nos jogos de lightgun, com a camera indo de uma cena à outra sozinha mas em alguns momentos, como no esconderijo de “Mad Dog” você tinha que escolher o caminho. E se fuder caso pegasse o caminho errado.

Gunfever: esse é um joguinho humilde de celular, mas divertido pacas. Realmente podia ter uma versão maior. O cenário é daqueles inspirados em faroeste em outro planeta. Você controla uma loirinha e tem que salvar o lugar de uma invasão de máquinas, usando duas armas que podem ganhar vários ups e habilidades. O jogo segue o esquema metroidvania, mas não é em vista lateral e sim como final fight, com o personagem se movendo em duas dimensões.

A historia tem umas viradas e supresas, e realmente foi uma surpresa. Talvez nem todos os jogos de celular precisem ser do carinha que corre recolhendo alguma coisa.

Com certeza muita coisa ficou de fora, como Call of Juarez, Gun ou Custers Revenge. Lembrem aí nos comentários.