Império Secreto 3 – praticamente nada
3 é um numero impar.
É estranho, sabe? Nunca fiz uma resenha de uma série de quadrinhos continua, e nem é costume nosso fazer isso, parcialmente porque somos uns vagabundos.
No entanto aqui estou eu, resenhando o 3 numero de Império Secreto. E me pergunto, por que?
Duas sensações que tenho podem ter a resposta, e não sei dizer qual estaria correta.
A primeira é a famosa analogia sobre quadrinhos de Liefeld e acidentes. Ou ver videos de gente espremendo o maior cravo do mundo. Você sabe que vai ser uma visão terrivel, mas não resiste a olhar, mesmo um pouco.
E a outra, pode-se comparar com uma maratona no Deserto da Morte. É extenuante e potencialmente fatal, mas você se comprometeu e quer ver onde essa estrada feita de lágrimas e horror termina. Voce acaba não conseguindo desistir na metade, por mais que queira. Está nessa até o amargo final.
E, oh boy, estamos longe de terminar essa taça de chorume.
A terceira edição começa com Steve “Deus ex Machina” Rogers andando na floresta com a guria que ele salvou da Irmandade da Serpente na edição anterior. Ela tá fodida, envenenada, e pergunta como ele chegou ali. Ele, convenientemente, não lembra, se lembra de pouca coisa, mas sente que tem que ir para algum lugar.
Enquanto isso, vemos Starlord, Panda Boladão e Baby Groot fazendo um apelo, dizendo como a Terra está fodida, com os Shits Chitauri atacando, boa parcela dos herois presos fora do campo de força, enfim, explicando os numeros anteriores, tanto para alguém lá com ele quanto pro leitor, cuja mente pode ter sido misericordiosa e apagado esses acontecimentos da cabeça dele.
O problema é pra quem ele apela, os impérios Kree, Skrull, Shi´ar, a Ninhada e alguem mais ali. Ou seja, um pessoal que não morre de amores pelo planeta, menos ainda por seus herois, já que normalmente frustravam os planos deles (quando herois da Marvel lutavam contra vilões, lá nos anos 80) e ainda mais rotineiramente estão envolvidos ou são responsáveis por eventos de destruição cósmica e reestruturação universal.
Então não dá muito certo e Starlord & cia são expulsos de lá à tiros, informando a Capitã “Não consegui ser a primeira heroina nos cinemas” Marvel. Numa conversa com a Capitã Marvel-Fóton-Pulsar-Spectrum, você sabe Timmy, Monica Rambeau, Carol se mostra preocupada, já que o novo BFF da Terra, Galactus Laranja não é encontrado. E segundo ela, a outra pessoa tão poderosa quanto ele, que está na nave, não desperta.
A Quasar.
HAUHAUHAUAHUAHUAHUAHUAHUHAU “Quasar é nossa unica esperança!” HUAHUAHUAHUA
Quasar….
Esse Spencer é um pandego. E pensei que essa guria tinha virado ração de monstro, algumas edições lá atrás. Mas não estou vendo os tie-in, ali deve ter a explicação. Ou não também. “É mágica”, já dizia o saudoso Quesadão.
Na Terra, a Viuva vai até um bar de propriedade do Bumerangue. Lembra dele? O Bumerangue? Inimigo do Aranha. Aquele lá. Ninguém lembra. Mas enfim. Ela vai lá pra encontrar uma pessoa se escondendo no local, a fugitiva Maria Hill e as duas tem um daqueles dialogos inspiradíssimos, com aquele relativismo moral rasteiro bem tipico do Spencer.
Hill passa para a Viuva dados que podem ajudar a planejar um ataque ao Capitão, o que ela provavelmente vai tentar com a equipe que está treinando, os Campeões.
Blábláblá, treinamento com simulação de refens, blábláblá, situação onde a unica soluçao seria matar, coisa que os guris não fariam então falham, referencias a Star Trek.
Lá em Montana, o Mercurio, Homem Formiga e I.A. Tony estão tentando convencer o Falcão a ajuda-los. Ele reluta, dizendo que está fazendo mais bem ajudando pessoas a sairem do país, do que vestindo pijama e batendo em caras maus. Aquele papo tipico de “sou um homenzinho agora e voces são crianças fantasiadas”.
E se Spencer estava até agora escondendo, porcamente é verdade, que Secret Empire é uma alegoria para o que ele vê como sendo a America atual, qualquer esperança de sutileza vai pro saco com o próximo dialogo.
“Mas Secret Empire está sendo planejado à muito tempo Zeiro!” Como se os dialogos não pudessem ser, e muitas vezes foram, alterados com o gibi quase na gráfica. “Isso não acontece!”
Vou deixar Wayne responder isso
Depois de uma visita a uma exposiçao estudantil da Juventude da Hydra, puta merda…. O Capitão é informado que sua busca pelas esferas do dragão partes do Cubo Cosmico deu com os burros n’água de novo, literalmente desta vez, já que o ataque à Atlantis se mostrou infrutifero. Ele manda destruirem um dos lugares mais antigos e sagrados dos atlantes, para dar uma lição ao Namor.
Temos um dialogo do Sam Wilson explicando pros outros fulanos que vai ajuda-los a sair do país, para buscar um pedaço do Cubo. No Brasil. Mal posso esperar para ver como vai ser. Talvez com São Paulo no litoral, ou nas impenetráveis selvas de Belo Horizonte.
E alguns quadros com alguem lembrando historias engraçadas dos Vingadores. Logo descobrimos que é uma fusão do Ultron com Hank Pym.
Não satisfeito em cagar com a Marvel, Nick Spencer resolve cagar em Final Fantasy 7. A moça que o Steve Barbudão estava carregando perece. E ele a coloca na agua como se fosse uma Aerith, não antes de ouvir palavras de incentivo e esperança da moça.
No bar, Bumerangue se depara com uma estranha surpresa ao ir fazer a barba.
Ele começa a ser interrogado por alguém pisando na sua cabeça e logo vemos quem é,
Isso mesmo amiguinho. Frank Castle da Hydra.
Muita gente tem alegado a fascinação e respeito que Castle tem pelo Capitão como o fator que lhe fez trampar pra Hydra. Mas vem cá, dá pra acreditar nessa merda?
Para recuperar minha mente, quase como um SPA cerebral, dei uma relida em outra saga, a seminal Crise nas Infinitas Terras.
Quanta diferença. Voce entende tudo que está se passando pela própria saga principal, sem necessidade de ler 7218789 tie-ins. A equipe criativa, Marv Wolfman e George Pérez. Os herois enfrentam vilões, veja só você Timmy.
Por outro lado temos Nick Spencer e Andrea Sorrentino, ambos no auge de sua mediocridade, contando uma história praticamente sem pé nem cabeça, que te obriga a ler uma infinidade de tie-ins se quiser entender tudo que se passa e com heróis choramingando o tempo todo e agindo fora de suas personalidades.
Não acabou ainda, então é segurar a respiração e se preparar para o proximo mergulho nessa piscina de merda.