Império Secreto 1 – Shit all around
Primeiro nem sempre é bom
Então no numero 1 de Império Secreto, como podemos notar, a historia já começa com a America dominada pela Hydra e todos vivendo como se sempre fosse assim. Então não esqueça de ler 160 tie-ins. Parece ter se passado muito tempo desde Imperio Secreto 0.
Enquanto isso, no espaço, a Capitã Marvel manda uma mensagem para alguém, qualquer um, na Terra, pedindo ajuda, já que ela e seu pessoal ainda estão presos ali lutando contra os Shitauri. Porque não foram para qualquer outro lugar, pelo menos para reagrupar e recuperar, isso não é explicado. Afinal, não é como se estivessem defendendo a Terra. O mesmo escudo que não lhes deixa voltar, impede os Shitauri também de entrar.
Então tem um guri fugindo e sendo salvo pelos Campeões. Ele está fugindo de robôs que usam a tecnologia do superadaptoide para combater todos os superpoderes. Literal Deus Ex Machina, por que então a Hydra nunca usou essa coisa?
A fuga dos Campeões nos dá tempo de acompanhar como está o dia-a-dia do Capitão. Depois de passar um sabão num monstro qualquer, num daqueles discursos bem “Superior Homem Aranha”, sabe, aquela coisa de “Sou muito mais eficiente e preciso.” Que é basicamente dizer que todos os outros escritores anteriores não eram. E vemos sua equipe de Vingadores.
Deadpool, Treinador, Feiticeira Escarlate, Superior Octopus, Formiga Negra, Visão e Thor sem Nome Próprio. O Lobo na Liga da Justiça pelo menos faz algum sentido.
E a América está indo muito bem sob controle da Hydra. Temos o Dr. Faustus na Bolsa de Valores, Arnin Zola em uma inauguração de fábrica, Kraken assinando um acordo de comércio com a potencia econômica de Madripoor e um aeropolvo aviões, ou seja lá como chamar isso, voando sobre a Casa Branca.
Tem mais algumas coisas, conversa dos lideres da Hydra informando o Capitão sobre como a nação soberana mutante na California tem que ser observada com cautela, comentários da ação dos Campeões em Nevada e o Dr. Faustus falando sobre como usam o flúor no suplemento de agua para deixar as pessoas mais obedientes e dóceis. E o pior, é que tem gente no mundo real que acredita nisso. Nick Spencer talvez?
Mas de toda forma, falando nos Campeões, eles voltam pra base secreta deles e são bem recebidos.
Lá, o guri que foi resgatado pelos outros guris é levado até o “Bebado”. Isso mesmo, a IA do Tony Stark está de fogo e pouco se importa com o que o guri traz, um pendrive vindo de Rick Jones e que pode concertar o Capitão.
Mostrando que é uma narrativa feita por um mestre, a história nos leva até um jantar do Steve Rogers com a misteriosamente veiaca Sharon Carter, onde ela continua negando que esse seja o Steve que ela conhecia e ele afirma o contrário. A razão dela estar ali? Pedir clemencia para Rick Jones, que está preso e deve ser executado. AHA! Tá vendo como essa historia é bem construída? O Jones é mencionado num lugar e passa a ser o foco da conversa em outro! Jênio!
O Capitão se compromete a falar com Rick e convence-lo que ele está lutando pelos mesmos princípios de sempre, e que se importa com ele, um grande amigo afinal. Tudo que Rick tem que fazer para ser poupado é mandar um “Salve Hydra!”. Ele recusa, dizendo acreditar no Capitão no final das contas, o Herói dele.
O guri levado até a Tony Pinga 2.0 tenta convence-lo a prestar atenção no pendrive e nas informações, e recebe a confirmação que o Capitão não é um clone e nem está sendo controlado mentalmente. Eles invadiram locais onde esperavam encontrar provas dessas coisa, tomaram um sacode, e bem, desistiram. Resolveram apenas se esconder.
E a fé de Rick Jones no Capitão é, digamos, injustificada.
A revista termina com os octoporta polvos, sei lá, da Hydra se movendo em direção ao esconderijo dos bunda moles e o narrador mencionando como eles eram incapazes de fazer qualquer coisa.
Já há algum tempo, a Marvel tem usado o Shock Value para vender.
Os escritores de maior destaque que sobraram na editora, pelo menos da já velha “nova geração”, Spencer, Bendis e Slot, são indicativos de quão baixa está a qualidade.
Pior do que isso, o tipo de mentalidade reinante por lá. Afinal, Slot afirmou que seu vilão favorito do Aranha era…Peter Parker.
E parece ser isso. A sombra da “desconstrução” que Watchman lançou nos quadrinhos. Ninguém mais no universo Marvel é digno de ser chamado de heroi, exceto os personagens criados de 2000 pra cá.
Os famosos “pés de barro” sempre foram uma marca dos heróis da Marvel, principalmente em contraste com os da DC na Era de Prata. Mas visto como alguns deles passaram a se comportar desde uns anos para cá, bem, em outro universo estariam em uma cela em Belle Reve ou no Arkhan.
O Professor X virou um cara que sai mandando equipes X para a morte e apagando a cabeça das pessoas para que esqueçam isso. Reed Richards se tornou um dos maiores cusoes ja vistos com a familia. O Aranha vende a alma pro diabo e recentemente invade um país soberano. Ciclope estava a um passo de dirigir um caminhão sobre uma multidão de humanos. E a lista segue.
É só notar a atitude dos heróis veteranos e dos novatos. Os veteranos estão vencidos, desistiram, Os jovens ainda acreditam que podem fazer a diferença.
Aparentemente ainda há mais dois meses disso, até tudo voltar à normalidade. E isso praticamente já foi anunciado como fato ocorrido.
Em todos os meus anos acompanhando essa indústria vital, essa é a primeira vez que isso me acontece. Ver uma saga tornada irrelevante pela editora ENQUANTO ela acontece.