Hellraiser: The Dark Watch
Então, amiguinhos, essa resenha demorou pra sair porque a o trabalho foi difícil. Mas antes, uma pequena introdução. Estava dando um passeio em uma cidade vizinha à minha, onde morei por um tempo, e sempre que vou lá eu acabo dando uma passada na livraria de onde veio grande parte da minha coleção de quadrinhos. Chegando na livraria eis que encontro de cara os encadernados que eram sinônimo de compra certa: o volume 7 dos encadernados do Demolidor e um volume da Coleção Histórica Homem Aranha, com desenhos do mestre John Romita Sr.
Mas eis que por uma obra do destino (se é que isso existe) algo acabou chamando minha atenção na prateleira de baixo. Um box com 3 encadernados de uma mini série de Hellraiser, e o melhor ainda, escrito pelo autor original e diretor do primeiro filme, Clive Barker. Pra coroar a obra, os três encadernados saíam pela bagatela de 45 pilas, quase o preço dos outros dois encadernados juntos que eu pretendia comprar. Quem não compraria algo assim, ainda mais sendo fã de filmes de terror e de Hellraiser?
E logo depois começou a tristeza. Ao chegar em casa e tirar o plástico do box, a situação ainda parecia bastante positiva. Mesmo as capas sendo feitas do papel cartão que vemos por aí na maioria das revistas, o papel das páginas é de uma qualidade bem acima do normal, o mesmo papel que vemos sendo usados em edições de luxo. Mas se a qualidade do material refletisse a qualidade do conteúdo as coisas não seriam tão tristes.
Astral Comics, guardem bem o nome dessa editora. Tudo bem que ela não é a responsável pela qualidade medíocre da história e pelos desenhos que transitam entre o mais ou menos e o ruim, mas ela é responsável pela tradução da obra para o português, e nisso ela falha com louvor. Formas de expressão que precisam ser adaptadas para a nossa língua que foram simplesmente jogadas em tradução literal nos balões, diálogos/monólogos que não fazem sentido, erros gramaticais, onde estava ou o que estava fazendo a merda do revisor que deixou tanta coisa errada passar? Puta que pariu!
Em relação à trama, a medida que você lê fica mais evidente que o Clive Barker escreveu um roteiro Marvel Way às pressas em uma guardanapo sujo em algum boteco pé de chinelo no sul de Londres e o verdadeiro roteirista, Brandon Seifert, tentou se virar com o que tinha. A história utiliza alguns dos personagens do primeiro filme, mostrando em partes o que aconteceu com eles ao longo do tempo e como todos foram parar nessa quizumba de história. Já faz algum tempo que Hellraiser havia voltado aos quadrinhos (a primeira incursão foi nos anos oitenta, se não me engano), com bons desenhos e aparentemente bom roteiro. Acabei não seguindo as revistas na época pois a galera do scan simplesmente atrasou pra caralho depois da segunda edição. Mas se isso for continuação do material daquela época, eu não vou nem atrás.
E falando da primeira vez em que Hellraiser virou HQ, aquilo assim merecia voltar em uma formato bonito. Boas histórias ilustradas por bons desenhistas. Quem sabe um dia releio pra fazer uma resenha pro site. Enfim, não comprem esse box, foi um dos maiores arrependimentos gibizinhísticos que tive. Astral Comics nunca mais!